Theo perguntou:- Lulu, você ficou bem depois de voltar ontem? Se machucou?- Não, eu não me machuquei. Foi o Miguel quem se machucou, mas eu estou bem.- Que bom. - Visto que Miguel estava machucado, Theo não precisou se preocupar com ele. Assim, ele prosseguiu calmamente. - E sobre aquela parceria que discutimos anteriormente, como você tem visto essa ideia ultimamente?- Acho que pode ser uma boa ideia. - Luiza sorriu. - Tenho passado os últimos dias em casa, desenhando. Quando terminar, entrarei em contato contigo, e aí podemos discutir mais sobre essa parceria.- Ótimo. - Theo, satisfeito com o progresso, não a pressionou e logo se despediu após trocarem mais algumas palavras.Luiza guardou o celular, esboçando um leve sorriso.Ela estava a ponto de descer as escadas quando Miguel a chamou:- Luiza.Ela se virou.Miguel tinha um semblante tenso, sentado na cama, fixando o olhar nela.- Você realmente vai fazer parceria com o Theo?Luiza hesitou por um instante, depois acenou afirm
Miguel se inclinou para a frente, seu rosto bonito se expandindo diante dos olhos dela. A respiração dela parou, e o coração batia desordenadamente.- Daqui a alguns anos, quando você amadurecer um pouco, acho que será mais adequado.- Minha personalidade é tão ruim assim agora? - Ela levantou o olhar para ele, seus grandes olhos brilhantes e bonitos.Miguel sorriu.- Um pouco, sim. Você foge de casa por qualquer coisa.- Isso não é culpa sua?... - Ela queria perguntar se o filho de Clara era dele, mas antes que pudesse fazer a pergunta, ele já havia segurado sua cintura, levantando ela.Luiza se assustou, seus braços instintivamente rodeando o pescoço dele, e então, ela foi beijada.Seus lábios se encheram de calor, incendiando seu coração.Ela pensou, confusa, o que Miguel queria dizer com suas palavras?Pelas palavras dele, não queria o divórcio, mas se não desejava o divórcio, por que provocou essa situação com Clara?- Fique concentrada. - Miguel percebeu que ela estava distraída
Luiza estava tomando café da manhã no andar de baixo.De repente, Fabiano chegou e se sentou à sua frente, dizendo com voz abafada:- Desculpa.Luiza se lembrou do incidente, olhando para ele:- Foi você que me empurrou ladeira abaixo na neve, não foi?- Por que mais eu pediria desculpas? - Fabiano disse, com uma expressão ainda mais sombria.Luiza sorriu:- Se não está sinceramente arrependido, por que se desculpar?Assim que ela falou, sentiu o ar ao redor de Fabiano ficar ainda mais frio, e seu olhar se tornou afiado.- Ontem, eu só queria te assustar, não tinha a intenção de te empurrar de verdade. Estava errado.Luiza mexia seu café lentamente.- Estou bem, mas foi Miguel quem se machucou.- Foi Miguel que me mandou pedir desculpas. - Fabiano falou, com o pescoço tenso, como se não tivesse vindo por vontade própria.Luiza parou por um momento.Então, foi Miguel quem o enviou.Luiza tomou um gole de café, pensativa, com emoções flutuando em seus olhos.- Mas não pense que, só porqu
- Sem minha ordem, ela não se atreveria a vir aqui incomodar. - Na manhã em que os membros do grupo vieram para uma reunião, Lívia trouxe café e depois foi proibida por Miguel de subir.Luiza ficou chocada.- Então você não comeu nada desde de manhã?- A quem devo agradecer?Luiza se sentiu constrangida, quem diria que ele estaria à espera? Pensou que, caso não fosse lá, ele mesmo solicitaria a Lívia que trouxesse comida.- Agora vou buscar seu café da manhã... Não, seu almoço. - Luiza saltou da cama e se dirigiu ao primeiro andar.Yago e Fabiano estavam a ponto de retornar, conversando enquanto desciam as escadas.Yago indagou:- Você pediu desculpas à cunhada?- Pedi. - Fabiano respondeu de maneira fria.- Por que você insiste em implicar com ela? Acho que Miguel a estima bastante, não fique sempre com essa expressão de quem alimenta uma grande vingança.Fabiano resmungou.- Não foi apenas porque ela seduziu Miguel com seu corpo que ele começou a vê-la sob outra luz? Que qualidades e
- Claro que não, você está ferido, não pode comer alimentos crus, isso é para mim. - Luiza sorriu, colocando o camarão descascado na frente dele para se exibir. - Eu posso comer, você não pode, é doce, essa carne é deliciosa!Miguel não suportou ver a satisfação dela, agarrou a mão dela e levou o camarão aos lábios, o comendo.Ele ainda acidentalmente lambeu os dedos dela.Como um choque elétrico.Luiza sentiu seu coração apertar de repente, olhando para ele.Ele sorriu e disse:- É bem doce.O rosto de Luiza corou, ela não pôde evitar dizer:- Você não é germofóbico? Isso foi descascado por mim, não tem medo de ter dor de estômago depois?- Se eu tiver dor de estômago, vou cobrar de você.Luiza fez beicinho, sem falar.Realmente um vilão, ele mesmo queria comer, mas se tivesse dor de estômago, ia cobrar dela?Ela continuou descascando o camarão, murmurando:- Sua digestão é tão sensível, melhor não comer qualquer coisa, fique quieto e coma seu bolinho de camarão, para não precisar ir
Luiza percebeu que ele permanecia imóvel por um bom tempo e, reunindo coragem, inclinou a cabeça para beijá-lo nos lábios.Os lábios se encontraram.Miguel estremeceu, seus olhos se aprofundaram e ele envolveu a cintura delicada dela, intensificando o beijo.Luiza teve dificuldade para respirar.Se sentindo um pouco temerosa, mas sem coragem para afastá-lo de imediato, colocou as mãos sobre ele, agarrando seu robe.Ela estava nervosa.Miguel notou seu gesto e, com uma mão firme, segurou a nuca dela, beijando ela com mais intensidade.Luiza não conseguiu resistir.O beijo era intenso demais, ela simplesmente não conseguia suportar, tentou afastá-lo sem sucesso.Gradualmente, ele diminuiu a intensidade.Luiza, sentada sobre ele, com o rosto corado, murmurou:- Miguel, já chega...Tudo parecia se desenrolar como deveria.Luiza se acalmou.Mas Miguel não a soltou, seu olhar oscilando entre a lucidez e a obscuridade, libertou suas mãos travessas e beijou seus lábios novamente, mordiscando-o
Luiza estremeceu, falando em voz baixa:- Não, nós não fizemos nada.Helena, claramente incrédula e com uma expressão fria, disse:- Clara estava apenas presente agora, eu não te culpei por nada. Mas e se por acaso ela te visse flertando, se assustasse e algo de ruim acontecesse com a criança, você estaria pronto para assumir a responsabilidade?O coração de Helena estava inteiramente voltado para o filho.Luiza permaneceu em silêncio.Helena prosseguiu:- Soube pela Clara que o Miguel se machucou porque você o empurrou?Luiza sentiu um aperto no coração e olhou para Clara ao longe, que segurava uma bolsa e usava um vestido branco, acenando e sorrindo para ela.Luiza verdadeiramente admirava essa mulher por sua astúcia.Não importava a situação, ela sempre mantinha uma postura tranquila e elegante.- Sim. - Em relação ao acidente de Miguel, Luiza não podia negar, de fato foi por sua causa.- Não quero te culpar por isso, mas espero que se lembre, já que as coisas chegaram a este ponto,
Fabiano refletiu por um momento e, sem dizer nada, se virou e partiu.Ele não foi procurar Miguel no andar de cima, mas sim entrou em seu próprio Pagani e dirigiu para longe.Luiza ficou com uma expressão de completa incompreensão.As pessoas eram estranhas, pensou ela.Já que o mundo todo parecia desaprovar sua relação com Miguel, então que fosse assim, se resignou.Ela voltou para o andar de cima, acabava de tomar um banho e estava secando os cabelos quando o telefone dela tocou, era Miguel.- Alô? - Atendeu, sua voz soando fria.Miguel percebeu que algo estava errado e perguntou:- Por que você ainda não subiu?- Subir para quê?Miguel hesitou por um momento.- Minha perna está um pouco dolorida.- Espere um pouco. - Ela colocou a toalha de lado e caminhou de chinelos até o quarto principal.Miguel estava sentado na cama e sorriu ao vê-la, curvando levemente os lábios.- Venha aqui.Luiza parou diante dele, olhando friamente para sua perna.- Onde dói? Precisa que chame o Dr. Yago?
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e
Durante o jantar, ele a observava o tempo todo. Luiza abaixou a cabeça para tomar a sopa, desconfortável sob o olhar constante dele. Ergueu os olhos e encontrou os dele: — Por que está me olhando assim? — Quando sua avó e as outras voltam para as Américas? — Miguel perguntou enquanto descascava um camarão e o colocava no prato dela com naturalidade. Luiza olhou para o camarão, esboçou um leve sorriso, não recusou e o levou diretamente à boca: — Devem voltar amanhã. Hoje já cuidaram de toda a bagagem. — E seu pai? — Ele continuou, sem desviar o olhar. — Devo começar a organizar o retorno dele para Valenciana do Rio? Luiza pensou por um momento antes de responder: — Meu pai vai ficar no País R por enquanto. — Ainda não confia em mim? — Ele perguntou, encarando ela atentamente. Luiza respondeu com serenidade: — Não é isso. Só acho que ainda não está tão seguro. Quero esperar até que tudo esteja resolvido para trazê-lo de volta para Valenciana do Rio. — Você tem med
O olhar de Miguel parecia em chamas. Ele segurou a cintura dela com uma mão, enquanto a outra a puxava para mais perto, beijando cada centímetro de sua pele. Luiza estava tão fraca que parecia derreter como água, pendurada pelo pescoço dele, deixando que ele fizesse o que quisesse... ...Ao entardecer, o celular de Luiza tocou. Ela ouviu o toque familiar e abriu os olhos nos braços de Miguel. Viu que ele estava atendendo o celular dela. — Por que você está atendendo minhas ligações? — Perguntou ele, só então percebendo que sua voz estava rouca. À tarde, ele havia sido tão intenso que ela gritou até ficar sem voz. — Foi o Felipinho quem ligou. Então eu atendi por você. — Respondeu Miguel, segurando ela com um braço enquanto usava a outra mão para atender o telefone. Ele falou de forma preguiçosa com Felipinho, que estava do outro lado da linha. — Sua mãe talvez demore um pouco mais. Podem jantar sem ela, não precisam esperar. — Por que não precisam me esperar? — Luiza perg
— Desta vez, a reconciliação é real, certo? — Miguel perguntou. Luiza franziu as sobrancelhas, um pouco confusa. — Quero dizer, uma reconciliação de verdade, sem separações no futuro, certo? — Miguel a olhou diretamente nos olhos, sua expressão séria. Sob o olhar intenso dele, Luiza se sentiu desconfortável e, com um leve sorriso irônico, respondeu: — Isso não é garantido. Quem sabe daqui a alguns dias a gente brigue de novo? Miguel franziu a testa, impaciente. — Da sua boca não sai uma palavra boa. Luiza tentou conter o riso, mas antes que pudesse responder, Miguel a surpreendeu com um beijo. Sua voz rouca ecoou em seu ouvido: — Se não fala coisas boas, então vou lavar essa boca. Luiza congelou por um momento. "Esse é o jeito dele de lavar a boca?" Ele até colocou a língua. O beijo de Miguel a deixou sem fôlego. Tentando se recompor, ela colocou a mão no peito dele e perguntou: — Já terminou de lavar? — Não, ainda está muito suja. Precisa de mais lavagens.