Esta frase era um aviso.Alice empalideceu ao olhar para ele. - A Bruna é sua prima de segundo grau, sua parente, e você a trata assim?- Ela se meteu em confusão várias vezes, merece ser ensinada uma lição, senão vai pensar que é muito esperta. - Disse Miguel calmamente, com voz preguiçosa.O rosto de Alice ficou extremamente feio, e ela murmurou baixinho: - Na verdade, ela não fez nada de errado, certo? Ela só entregou aquelas coisas para a tia, isso é um fato.Miguel nem olhou para cima, falando como se nada fosse. - Os assuntos entre mim e a Luiza não precisam da intervenção de outras pessoas.Depois de dizer isso, ele olhou para ela.Os olhos dos dois se encontraram, e Alice inexplicavelmente se sentiu culpada, abaixando a cabeça. - Talvez ela só queira te fazer enxergar a verdade.- Ela está fazendo isso por mim ou por ela mesma, eu sei bem. - Disse Miguel, baixando os olhos para a tigela de sopa. - Há algo adicionado nesta sopa, não é?Ele percebeu imediatamente. Antes, Hele
Theo disse: - Isso você não precisa se preocupar, posso organizar uma equipe médica e um helicóptero. Você pode viajar junto com ele, não vai acontecer nada.Luiza ficou em silêncio por um momento e então perguntou: - Se precisarmos ir para tratamento no exterior, será que vamos precisar de muito dinheiro?Atualmente, ela tinha cerca de dez milhões em sua conta. Se ela chamasse uma equipe especializada para salvar seu pai, provavelmente dez milhões não seriam suficientes.- Então é isso que te preocupa. Theo sorriu e continuou: - Podemos conversar com eles. Existem equipes desenvolvendo novos medicamentos. Se seu pai concordar em participar dos testes, talvez seja de graça, só precisaremos pagar pelas despesas hospitalares.Os olhos de Luiza brilharam um pouco. - Isso também é possível?Theo assentiu.Luiza pensou por um momento e perguntou novamente: - E se houver riscos ao participar dos testes?- Há sempre algum risco. - Theo não escondeu dela. - Mas seu pai já está assim. Tal
- Tem algo para comer aqui? - Ele perguntou a ela.Luiza virou a cabeça, evitando o contato visual. - Eu já disse, nós terminamos. Você deveria ir embora.Ela não queria mais se envolver com ele. Porque ela sabia que, assim que ele aparecesse, não levaria um dia para Helena e Alice descobrirem, e então viriam a incomodar novamente.- Eu disse que não vamos terminar. - Miguel aumentou o tom de voz, fechando a porta com um movimento rápido e a pressionando no sofá. Uma mão prendeu sua cintura, enquanto a outra tirava sua camisola, sua voz rouca murmurando. - Não vamos terminar, querida...- Não faça isso. - Luiza franziu o cenho, bloqueando sua mão. - Nós dois não podemos mais estar juntos.- Nós dois não podemos? E quem mais pode estar com você? - Miguel olhou friamente. - O Theo? Você se apaixonou por ele só porque ele voltou?- Como você sabe? Como ele sabia que ela tinha visto o Theo naquela noite?Um sorriso frio apareceu nos lábios de Miguel. - Sempre que ele volta, você corre
Luiza ouviu as palavras e se sentiu extremamente cansada. Era como se, não importasse o que acontecesse, ela teria que ficar com ele, independentemente de a família Souza concordar ou não. Mas Luiza estava exausta. Com voz cansada, ela disse: - Miguel.Ele abaixou os olhos para a olhar.Luiza continuou: - Nós terminamos. Por favor, me solte.Ela não queria mais se envolver nesse relacionamento exaustivo, tanto fisica quanto emocionalmente. Estendeu a mão para o afastar e sair, mas assim que tentou, ele a puxou de volta. Seu olhar parecia descontrolado quando ele perguntou: - Eu disse que não vamos terminar. Você ouviu?O rosto de Luiza mudou ligeiramente ao enfrentar sua firmeza. - Miguel, eu disse que não há mais futuro entre nós.O simples "não há mais futuro" fez seu olhar se tornar mais sombrio e gelado. Ele parecia ter perdido a razão por um momento, e de repente ele arrancou o vestido dela de dormir e a beijou com intensidade.Luiza empalideceu. - Me solte!- Eu já cedi a
Luiza esperava do lado de fora. Em menos de dez minutos, Helena e Alice chegaram. Ao ver Luiza sentada no corredor, Helena falou friamente:- Onde está o Miguel?- Ele está lá dentro, levando pontos. - Respondeu Luiza em voz baixa. Eles tinham acabado de chegar ao hospital e Helena e Alice já estavam lá. Obviamente, alguém estava vigiando ela. Ela sabia que, assim que o Miguel chegasse, elas saberiam e viriam.- Por que isso aconteceu? - Perguntou Helena.Luiza respondeu:- A ferida dele se abriu acidentalmente.- Eu perguntei por que a ferida dele se abriu. O que vocês fizeram? - Helena olhou ela com um olhar penetrante.Luiza não respondeu, apertando os lábios. Helena viu as marcas de beijo no pescoço dela e, furiosa, disse:- Vocês fizeram aquilo de novo, não é?Luiza não conseguiu responder. Se dissesse que não, estaria mentindo, pois realmente tinham se envolvido, e havia marcas de beijos do Miguel em seu pescoço.Naquele momento, Helena ficou ainda mais convencida de que Luiza
Helena e Alice abriram a porta da sala de tratamento.Miguel tinha acabado de terminar a sutura e, ao ouvir o som da porta se abrindo, imediatamente olhou na direção, vendo que não era Luiza, seu olhar escureceu levemente.- O que vocês estão fazendo aqui?- A tia ouviu que você estava no hospital e insistiu em vir te ver. - Alice respondeu suavemente.Miguel franziu a testa, olhando friamente para Alice.- Como minha mãe soube que eu estava no hospital? Foi você que colocou alguém para me vigiar? Ou foi para vigiar a Luiza?- Não foi a Alice, fui eu que coloquei alguém para te vigiar, temendo que aquela mulher te incomodasse novamente. Por isso, mandei alguém para vigiá-la! - Helena reclamou. - Quem diria que você realmente foi lá. Eu te mandei ficar na Baía da Valenciana esta noite, por que você saiu de novo? Parece que você só fica feliz se me irritar até a morte!Ela já estava dormindo.Quem poderia imaginar que, no meio da noite, Alice bateria na sua porta, dizendo que a pessoa vi
Helena aconselhou Miguel a observar mais Alice. Quem saberia que Miguel afastaria a mão de Helena, dizendo em tom grave:- Você pode ir embora, não preciso dos seus cuidados aqui.Sua atitude era claramente distante.Ele insistia em ver o pastor da igreja.Helena não ousava dizer nada, apenas esperava ao lado.Logo, o pastor da igreja foi trazido por Eduardo, mas não foi convidado, e sim carregado em um saco.O pastor foi jogado no chão, emitindo sons de dor.Helena franziu a testa ao se levantar.- Miguel, como você pode tratar o pastor assim?Miguel a ignorou e olhou para Eduardo.Eduardo se aproximou e sussurrou algumas palavras no ouvido de Miguel, que deu uma risada fria.- Então ele é apenas um impostor aproveitador.Helena ficou confusa.- Impostor aproveitador?- Esse pastor, quando o encontramos, ele estava procurando mulheres no clube. Um pastor assim é digno de um título respeitável? - Miguel riu friamente, ordenando a Eduardo. - Abra o saco.Eduardo se aproximou e abriu o
Helena olhou para Alice, que baixou a cabeça em arrependimento, com uma expressão de fragilidade e beleza etérea.Helena sentiu um aperto no coração, segurou a mão dela e disse ao Miguel:- A Alice está certa, desde que eu soube sobre Bryan, tenho tido pesadelos todas as noites. Ela tem me acompanhado e cuidado de mim na Baía da Valenciana, enquanto você, sempre ocupado e ausente, não apareceu nem uma vez para me ver, mesmo eu estando tão doente.Havia um tom de reprovação nas palavras de Helena.Miguel não disse nada. Sempre que ele ia vê-la, Helena dizia coisas que ele não gostava de ouvir, então, com o tempo, ele parou de visitá-la.- Tia, não culpe o Miguel. Ele está sempre tão ocupado, certamente não teve tempo de vir. A culpa é minha por ser impulsiva e não prever que isso causaria tantos problemas. - Alice tentou confortá-la.Helena olhou para Alice e disse a Miguel:- Ouça, você sempre trata a Alice com frieza, mas veja como ela é boa para você. Em qualquer situação, ela sempre
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que