Simão estava um pouco constrangido e, instintivamente, olhou para Luiza, que estava com uma expressão indiferente, como se não se importasse muito. Simão sentiu um certo aperto no peito.- Nanda, acho melhor não conversarmos. - Ele disse isso e já queria sair.Mas Nanda tinha vindo à conferência de imprensa com dificuldade, como poderia deixar Simão ir embora assim? Ela fingiu tropeçar e soltou um grito:- Que dor!Nanda caiu no chão. Simão, que já tinha dado alguns passos, parou de andar, virou a cabeça e viu que ela estava com uma aparência frágil, foi rapidamente verificar seu estado.- Nanda, você se machucou?Ele lembrava que ela tinha problemas de saúde.- Simão, estou um pouco tonta. - Nanda se aninhou nos braços dele, parecendo desmaiar.- Nanda, Nanda... - Simão a empurrou, com um rosto preocupado, pois sabia que Nanda tinha anemia e podia desmaiar. Ele estava preocupado e pensou em chamar uma ambulância.Luiza observou e quis rir friamente.Era o mesmo truque de sempre, ela
Miguel tinha uma expressão sombria, com o olhar fixo no rosto de Nanda. Ela, apavorada, tentou conter o medo que subia em seu peito enquanto explicava:- Não, irmão, me escute, foi a Luiza que te trouxe aqui de propósito, ela me provocou para eu dizer essas coisas, ela roubou o Simão de mim, então fiquei com raiva, mas eu nunca pensei em prejudicá-la antes.- De novo com a encenação. - Luiza deu um sorriso frio.- Cale a boca! - Nanda lançou um olhar irritado para ela.- Quem deve calar a boca é você. - Miguel olhou para ela, seus olhos sem qualquer traço de calor.Nanda estremeceu, seus belos olhos cheios de lágrimas enquanto dizia com voz trêmula:- Irmão, eu nunca entendi por que você gosta dessa mulher. Sim, eu admito, desde muitos anos atrás, sempre gostei de você. Quando nosso pai estava morrendo, ele me entregou a você, pediu para você cuidar bem de mim, então eu te via como a pessoa mais importante da minha vida. Eu não queria que ninguém te tirasse de mim, desde o começo, eu
- Você sabe quem é o nosso Sr. José? Como se atreve a recusar assim? Nosso senhor é José da família Mendes.- Não estou interessada em quem ele é. - Luiza insistiu em sair.O loiro segurou seu braço com força e a levou até José.Na frente de José, um grupo de homens assobiou para ela.O loiro disse:- Este é o nosso Sr. José.Luiza franziu a testa.- O que você quer? Não estou interessada em conhecê-lo.- Por que tão séria? Quero te dar um pequeno presente. - José estendeu um relógio feminino cravejado de diamantes, obviamente caro.Essa era a tática dele para conquistar mulheres. Generoso, muitas mulheres fingidas se encantavam com isso e sorriam.Mas Luiza nem olhou, dizendo friamente:- Não quero.- Não gostou? - José olhou para o próprio relógio. - Que tal isso: se você sair conosco hoje à noite, amanhã eu te dou um carro.- Não estou interessada. - Ela deu uma risada fria e tentou ir embora.José ficou irritado, abriu a porta do carro com força e a puxou.- Estou sendo gentil e vo
- José, eles disseram que vão te acusar de tráfico de mulheres. - O rapaz loiro correu de volta para informar José.- O que você disse? - José tirou o cigarro dos lábios. - Eu só queria levá-la para o topo da montanha para ver a lua, não fiz nada. Por que vão me acusar de tráfico?- Não sei, a polícia disse que é por ordem do Sr. Miguel.José ficou sem palavras e desceu para falar com Miguel:- Miguel, é você que quer me acusar de tráfico de mulheres?José cresceu no exterior, não tinha medo de nada. Já tinha ouvido falar de Miguel, mas não o temia nem um pouco.Miguel estava conversando com a polícia. Ao ouvir isso, olhou com uma expressão sombria e fria para José.José ficou perplexo.- Eu realmente não a machuquei.- Onde ela está? - Miguel ignorou José e perguntou diretamente à polícia.- Deve estar no carro. - A polícia levou Miguel até lá.Miguel olhou para dentro do carro e viu que Luiza estava perfeitamente bem, sentada no carro, com um paletó sobre as pernas.José os seguiu e
Naquela hora, quando Nanda ouviu essa frase, seu corpo inteiro ficou paralisado e ela se sentou no chão, dizendo:“- Se ela agora quiser me matar, você vai dar a faca para ela, não é?”“- Quando você teve a chance, deveria tê-la aproveitado. - A voz de Miguel era calma como a água.”“- Você não se importa nem um pouco se eu morrer por causa dela?”“- Se não fosse por você, ela não teria tantas cicatrizes no coração.”Essas foram as últimas palavras de Miguel, antes de sair da sala de descanso com uma expressão impassível.Nanda fixou o olhar nas costas dele, mordendo os lábios até sangrar.Depois de ouvir tudo isso, Luiza permaneceu quieta.- Na verdade, ela pode estar certa, ela só chegou a esse ponto por sua causa.- Eu nunca pedi para ela machucar ninguém por minha causa. - Miguel a olhou seriamente.Luiza sorriu.- Comparado a mim e a ela, na verdade ela combina mais com você. O pai dela se dedicou de corpo e alma ao seu pai, enquanto meu pai... - Ao dizer isso, ele a beijou, seus
Luiza franziu a testa, prestes a dizer algo, mas Miguel já havia se aproximado e a beijado, calando as palavras que ela não tinha dito.Luiza fez alguns sons abafados, pressionada contra a parede, beijada de maneira apaixonada e intensa.- Não diga mais para eu ir embora. - Depois de um tempo, Miguel se afastou de seus lábios, a voz rouca. - Cada vez que você disser, eu vou te beijar, até você parar de dizer.- Eu já disse, eu não quero...Ela não terminou de falar, sendo novamente beijada, sua língua se entrelaçando com a dele, o beijo sendo feroz e dominador, urgente e carinhoso ao mesmo tempo.Luiza se sentiu cheia de frustração, os dedos apertando seus ombros, batendo levemente, indicando que estava ficando sem ar.Só então Miguel se afastou de seus lábios, respirando pesadamente, a respiração caindo em seu queixo.- Se você continuar dizendo isso, é porque quer que eu te beije, entendeu?Luiza, sem opções, pediu que ele a soltasse primeiro.- Você ainda vai dizer? - Ele ainda a pr
Luiza perguntou:- Quem é você?- Sou eu, o José!Luiza franziu a testa.- Como você conseguiu meu número?- Eu fiz uma pesquisa. Mas deixe isso de lado agora, eu ainda estou na delegacia. Venha retirar a queixa imediatamente.- Retirar queixa de quê?- Queixa? Você esqueceu? - A voz de José aumentou, parecendo muito irritado. - Ontem à noite seu homem, Miguel, me acusou de tráfico de mulheres. Estou detido na delegacia e ainda não fui solto.Bem feito!Luiza se sentiu um pouco melhor, mas ainda respondeu:- Ele não é meu homem.- Não é seu homem? Então por que tantos problemas? Luiza, venha logo retirar a queixa ou eu não vou te perdoar.Luiza inicialmente não queria discutir com ele, mas ao ouvir sua última frase, ficou irritada e levantou a sobrancelha, dizendo:- Você realmente cometeu tráfico de mulheres.- Eu cometi um crime?- Você me forçou a entrar no carro, sem meu consentimento, e confiscou meu celular. Se isso não é tráfico, o que é?- Eu... - José ficou sem palavras. - Eu
Luiza entendeu e seguiu Miguel para trocar de roupa.Miguel de repente segurou sua mão, sua grande palma quente envolvendo sua pequena mão fria. Ela se sobressaltou, e ele disse:- Suas mãos estão tão frias, está preocupada?Luiza não respondeu, não queria corresponder à sua preocupação.Miguel parecia ter lido seus pensamentos, dizendo calmamente:- É apenas uma consulta, não precisa se preocupar tanto.Luiza continuou em silêncio.Miguel a levou para a área de troca de roupas. A enfermeira trouxe dois conjuntos de roupas de proteção verdes, e Miguel estendeu a mão para tirar o casaco dela.Os cílios de Luiza tremeram, e ela finalmente falou:- O que está fazendo?- Vou vestir a roupa de proteção para você.- Eu posso fazer isso sozinha. - Luiza abriu a roupa de proteção sozinha.Miguel disse:- As fitas nas costas você não consegue amarrar, eu preciso ajudar você. - Luiza mordeu os lábios, e ele continuou. - Não perca tempo, os especialistas estão chegando.Luiza não teve escolha a n
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que