Os olhos de Nanda estavam tão arregalados que quase pareciam prestes a derramar sangue.Ela nunca tinha odiado alguém tanto, o ódio que sentia agora penetrava até os ossos, até a medula...Tudo bem, se Luiza queria a enfrentar, então ela apostaria sua vida nisso. Ela se recusaria a acreditar que sua inteligência seria derrotada por Luiza!Após o expediente, Luiza ainda estava sentada em seu escritório, sua silhueta delicada de costas para a janela panorâmica, parecendo solitária.Olívia entrou e disse: - Sra. Luiza, já são sete e meia, a senhora não vai para casa?- Estou indo. - Respondeu Luiza na cadeira giratória, se virando. - Você também pode ir para casa.- Eu só vim fechar as janelas antes de sair. - Respondeu Olívia.Luiza assentiu.- Ok.Ela permaneceu na sala até quase às oito horas antes de finalmente se levantar.Passando por uma loja de conveniência, ela entrou e pegou algumas latas de cerveja, uma caixa de preservativos, indo para o caixa para pagar.Embora tivesse prome
- O que mais você esperava? Depois de tudo o que você fez comigo, ainda espera que eu te aceite calorosamente? - Luiza zombou com um sorriso irônico.Aquela expressão feriu seu coração, ele ficou com uma feição sombria.Os dois ficaram em silêncio.Luiza estava debaixo dele na cama, um pouco desconfortável, e disse: - Então, você quer fazer ou não? Se não quiser, se levante, eu vou embora.Miguel olhou para ela. No segundo anterior, ele estava pensando em deixar ela ir.Mas neste segundo, o sarcasmo e o desprezo dela o enfureceram. Ele estava a tratando com tanto cuidado, e ela estava sendo tão displicente, relutante, e ainda dizia que iria embora...A grande mão de Miguel segurou seu ombro, com um tom sombrio.- Quem disse que eu não quero? Mas esta noite você provavelmente não vai embora, faz muito tempo para mim, talvez eu nem pare até amanhecer.Suas palavras fizeram Luiza arregalar os olhos de repente, então ele sorriu friamente e disse: - Além disso, só comprou uma caixa, parec
Miguel franzia a testa devido à dor, mas essa dor física não se comparava à dor em seu coração.Seu coração parecia estar imerso em uma amargura profunda. Por fim, ele ergueu a mão e a pousou suavemente na parte de trás da cabeça dela para a confortar. - Sinto muito pelo que aconteceu com o bebê. Naquela época, ouvi dizer que você tinha placenta prévia, e eu não quis correr o risco. Me lembro de quando estávamos na Vila das Nuvens, a Sarah me contou sobre sua mãe, que faleceu por causa desse problema. Luiza, eu preferiria não ter o bebê a arriscar a sua vida.- Por que você não explicou nada na época?A garganta de Miguel ficou apertada, ele fechou os olhos e disse: - Me desculpe, me arrependo muito, eu não deveria ter agido assim com você naquela época.- E quanto ao meu pai? O que a Nanda disse para ele naquela época? Por que meu pai me disse para não me vingar, para não ficar com você?Miguel sentiu todos os músculos do corpo ficarem tensos.Luiza disse: - Ou você me conta agora,
- Então, Sra. Luiza, não foi o Sr. Miguel que quis esconder isso de você, mas sim que ele prometeu ao Sr. Bryan que não contaria a você. Provavelmente, o Sr. Bryan pediu para você não se vingar porque se sentia culpado em relação ao Sr. Miguel. - Eduardo fez essa suposição. - Sobre o filho do Sr. Miguel com a Sra. Luiza...Miguel não deixou Eduardo continuar com esse assunto, mas Eduardo sentiu que era necessário o mencionar.Porque este assunto era muito importante.Se isso não fosse resolvido, a Sra. Luiza não poderia aceitar novamente o Sr. Miguel.Mesmo que a Sra. Luiza não aceitasse o Sr. Miguel por causa do Sr. Bryan, Eduardo ainda precisava dizer.- Sra. Luiza, na semana antes do incidente com a criança do Sr. Miguel e da Sra. Luiza, o Sr. Miguel foi à América encontrar a Srta. Nanda, não por preocupação com ela, mas porque descobriram uma gravação lá. Ao ver a gravação, ele não conseguiu lidar e saiu correndo. Ele teve um acidente de carro em um dia de neve na América, colidind
Do outro lado, ninguém atendeu.Miguel teve um pressentimento ruim, vestiu o casaco rapidamente e saiu correndo para fora do pátio.Entrou em um carro e dirigiu para o Residencial Brisa Flor em alta velocidade, impaciente enquanto pressionava o botão do elevador.Por que ela não atendia a chamada? Será que ela não queria atender? Ou aconteceu algo?Miguel estava com medo de que algo tivesse acontecido com ela, então continuou repetindo em silêncio no elevador: "Vamos lá, vamos lá..."O elevador finalmente chegou ao andar onde Luiza estava. Ele pegou o cartão, passou apressadamente na porta e encontrou uma faxineira limpando.- Você está procurando alguém? - A faxineira perguntou.- A Sra. Luiza está aqui? - Miguel perguntou com o rosto tenso.- A Sra. Luiza ainda está no quarto, não saiu.O rosto de Miguel mudou, ele foi até a porta do quarto e bateu algumas vezes.- Luiza, abra a porta.Não houve resposta de dentro.Miguel bateu novamente com força.- Luiza!Estava em silêncio do outr
Miguel franziu o cenho.Luiza disse: - Você pode me soltar primeiro.Miguel soltou Luiza quando ela pediu.Luiza pegou suas roupas e se dirigiu ao banheiro.A porta se fechou, e ela se apoiou nela, seus olhos negros como a noite sem estrelas.Antes de conhecer a verdade, ela odiava Miguel.Depois de saber a verdade, ela não conseguia o encarar.Ela precisava de um tempo para organizar suas emoções.Ligou o chuveiro e tomou um banho rápido. Ao sair, os cabelos ainda estavam molhados.Miguel estava no sofá da sala, e seus olhos se moveram ligeiramente quando Luiza saiu.- Você ainda está aqui? - Luiza perguntou, surpresa.Miguel olhou para o relógio. - Eu pedi para entregarem o jantar. Logo teremos algo para comer.Ela franziu o cenho. - Eu disse que não precisava.- Seu estômago não está bem, não pode ficar comendo fora sempre. Eu pedi para a Lívia preparar para você, ela entrega e vai embora. - Miguel insistiu.Luiza se sentiu um pouco envergonhada.Fosse antes ou depois de saber a
Miguel estava na porta com o jantar quando a viu trocar os sapatos apressadamente, percebendo instintivamente que algo estava errado. - O que houve? Você está saindo?- Sim.- Você ainda não jantou.- Agora não dá tempo para comer. - Luiza estava ansiosa, calçou os sapatos e, ao ver ele, se lembrou de algo. - A bolsa da Mari estourou, preciso ir ao hospital agora, você ligue imediatamente para o Geraldo e peça para ele voltar!Luiza estava muito agitada, e saiu correndo após falar.Miguel deixou o jantar de lado e saiu também. Ela estava esperando no elevador, mordendo os dedos e olhando para as luzes indicadoras do elevador. - Rápido, rápido...- Não precisa ficar tão agitada, nessa situação deveríamos chamar uma ambulância, você não precisa ir até a casa dela, isso vai atrasar muito. Vamos chamar uma ambulância para buscar ela, nos encontramos diretamente no hospital.- Sim.Luiza concordou que chamar uma ambulância era o correto, e tirou o celular do bolso, os dedos trêmulos press
Trinta minutos se passaram.Eles chegaram ao hospital.- A Marina já chegou? Onde ela está? - Miguel perguntou à enfermeira assim que adentrou o hospital.Este era o hospital de Miguel e as enfermeiras o conheciam bem. Uma delas respondeu prontamente: - A Sra. Marina está no quarto do ultrassom.Miguel se adiantou rapidamente, seguido de perto por Luiza.Quando chegaram ao quarto do ultrassom, viram Marina sendo conduzida para fora pela enfermeira, deitada na maca, sem se mover.- Mari. - Luiza correu até ela apressadamente. - Como você está agora?- Está tudo bem. Acabei de fazer o ultrassom e o médico disse que a posição do bebê está correta, só precisamos esperar o bebê se mover.- E agora? Precisamos fazer alguma coisa?- Não, os outros exames podem ser feitos na sala de parto.- Que alívio.Luiza segurou a mão de Marina. Durante a viagem, ela estava muito preocupada, inquieta.Eles voltaram para a sala de parto, um espaço separado.Miguel não entrou.A enfermeira retirou o sangue
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que