Portanto, Luiza não estava errada em seu palpite; ele sabia de tudo, mas não se intrometeu, estava apenas esperando que ela o procurasse.Depois do espanto inicial, Luiza riu.Afinal, era bom saber o que ele pensava; isso a poupava de ficar imaginando coisas.Ela não disse nada, apenas começou a caminhar.Miguel, com o rosto fechado, foi mais rápido, agarrou ela e a envolveu em seus braços, dizendo com voz grave:- Eu só queria ouvir uma palavra amena de você. Foi você quem quis ir embora; eu nunca disse nada, sempre estive esperando você voltar.Luiza achou isso muito engraçado.Ele dizia que estava esperando por ela, mas havia contratado uma secretária que se parecia com ela.Ele dizia que estava esperando por ela, mas deixava que ela enfrentasse dificuldades e fosse machucada intencionalmente, como se quisesse ensiná-la a se curvar e se submeter.Isso era esperar que ela voltasse?Com o coração pesado, entre decepção e amargura, ela se ergueu e disse pausadamente:- Eu nunca pensei
Walter gritou atrás dela:- Se você não colaborar comigo, sofrerá ainda mais depois.Luiza parou por um momento, sem dizer uma palavra, e se afastou.Chegou à beira de um lago e se sentou, desanimada.Por que as pessoas não a deixavam em paz se ela nunca incomodava ninguém?Uma após outra, todas a colocavam em situações de vida ou morte.Luiza fechou os olhos, se sentindo exausta.Não sabia quanto tempo havia passado quando o celular tocou, e ela atendeu:- Alô.- Srta. Luiza, a conta do Sr. Bryan aqui conosco está sem fundos. - A voz do hospital a apressava para fazer o pagamento.Luiza ficou em silêncio por um momento, depois respondeu:- Estou a caminho.Seu pai ainda estava no sanatório à sua espera; Luiza precisava se reanimar.Arrumou seu cabelo e suas roupas e, com um sorriso, abriu a porta do quarto do hospital onde seu pai estava.O médico examinava seu pai, que se sentava obedientemente, colaborando; desde a cirurgia da ponte de safena, o cérebro de Bryan tinha sido afetado p
- Ou você volta para o lado do Presidente Miguel e faz com que ele invista dinheiro no grupo, ou devolve o nosso dinheiro suado!Ao lado de Luiza, o barulho das reclamações era ensurdecedor, como uma maré negra pronta para submergi-la.Os acionistas não disfarçavam mais, pediam abertamente que ela voltasse para Miguel e vendesse seu corpo para salvar o Grupo Medeiros.Luiza esperou em silêncio até que terminassem de falar, então disse:- Esta empresa nunca foi minha, é do meu pai, que agora está em um asilo, com a mente confusa...- Você poderia nos salvar, mas escolhe não fazer isso, prefere arrastar toda a empresa para a morte, não é? - Os acionistas não tiveram paciência para deixá-la terminar, interrompendo ela.Sim, bastava ela voltar para Miguel, que ele investiria dinheiro para salvar o grupo.Mas isso significaria perder sua liberdade, e a partir de então, mesmo que ele decidisse sustentar a Nanda ou qualquer outra amante, ela não teria mais voz ativa.Ela tinha se esforçado ta
Luiza franziu a testa.Walter, determinado a conseguir a destituição de Miguel, era capaz de pensar em qualquer estratégia.No entanto, Luiza não compartilhava dessa intenção. Ela apertou os lábios e disse:- Você já pensou no que aconteceria se falhasse? E se Miguel descobrisse que você quer prejudicá-lo, você acha que ele deixaria você escapar?- Então seria um caso de morrer na praia, afinal, já está na hora da nossa família Souza se dividir. - Falou ele, desinteressado, e continuou. - Ou então, podemos envenená-lo com um veneno crônico, incolor e insípido, colocando um pouco na comida dele todos os dias. Depois de tudo estar feito, e ele estiver fisicamente debilitado, não poderá mais te prender e assim, você realmente será livre para ir para longe...Luiza achou isso totalmente insano e, franzindo a testa, disse:- Eu não vou concordar em fazer isso.Ela se levantou para sair, mas Walter segurou o dorso de sua mão, com um tom sinistro.- Luiza, se você não pensa em si mesma, deve
A mensagem de Walter dizia:"Se não quer que algo aconteça com seu pai, não chame a polícia."Luiza sentiu um frio cortante por dentro.Ela só tinha o pai como família e se sentia completamente perdida, sem saber o que fazer.Outra mensagem de Walter chegou:"Volte e procure pelo Miguel, me ajude a encontrar um arquivo do projeto FH221."Luiza segurava o celular quando outra mensagem chegou:"Você tem apenas uma semana."O ar frio soprou e Luiza pareceu congelar, tremendo intensamente.Em uma noite de inverno profundo, ela saiu do carro e entrou no Jardins da Serra, sem expressão.Ela jogou sua bolsa no sofá e se sentou desanimada; não queria machucar ninguém, mas os malfeitores não a deixavam em paz...Luiza fechou os olhos, sua mente turbulenta com pensamentos desordenados.Por fim, abriu os olhos.Mesmo assim, não poderia desistir; ainda tinha uma semana, poderia encontrar uma maneira de descobrir onde seu pai estava e então resgatá-lo.Pensando nisso, um brilho determinado surgiu e
Quando Luiza chegou, a intenção inicial era enganá-lo, mas agora, cara a cara com ele, se sentiu injustiçada, com o coração cheio de mágoa. Vitimada a tal ponto de estar impotente, sua tristeza e amargura eram tantas que, antes mesmo de falar, seus olhos já se enchiam de lágrimas.- Por que está chorando? - Perguntou Miguel, observando as lágrimas dela.Luiza, com a voz embargada, respondeu:- Me deu vontade de chorar.- Você chora todos os dias. - Disse Miguel, entregando a ela um lenço de papel para enxugar as lágrimas.Isso só fez Luiza se sentir ainda mais magoada, chorando ainda mais.Miguel esperou um momento, mas as lágrimas dela não paravam de cair. Finalmente, ele disse:- Não quero mais vê-la chorar.Luiza conteve as lágrimas, com o nariz vermelho, parecendo muito infeliz.Miguel sorriu.- De repente ficou tão comportada.Naquela noite, Miguel não fez nada com ela, permitindo que dormisse no quarto principal enquanto ele ia descansar no escritório.No dia seguinte.Luiza es
Lívia serviu o jantar.Luiza perguntou a ela:- Lívia, por que de repente há tantos seguranças na Quinta do Lago?Lívia balançou a cabeça, indicando que também não entendia:- Não sei, eles foram transferidos para cá hoje, normalmente não é assim.Luiza refletiu por um momento, sentindo que Miguel estava tentando proteger algo dela.No entanto, ela não tinha intenção de roubar nada dele; era apenas uma medida temporária.Após sair da Quinta do Lago, Luiza pegou um táxi para a Luminar Joias.Ela precisava encontrar um lugar seguro e definitivamente não podia ser monitorada.Chegando ao estúdio, ela imediatamente pediu o celular emprestado à Marina, que perguntou com curiosidade:- Lulu, o que aconteceu? Por que essa pressa toda?- Não é nada, só me empresta o celular por enquanto. - Respondeu Luiza, temendo que seu próprio celular estivesse sendo monitorado.Marina entregou o celular a ela e perguntou:- Lulu, você tem estado ocupada com os negócios da família ultimamente? Os acionistas
- Eu entendo. - Assentiu Luiza. - Mari me comprou um celular novo e também um número novo. Vou procurar esse celular e carregá-lo, para que possamos nos comunicar.- Está bem, aguarde minhas notícias. - Disse Theo, na última frase que pronunciou.O coração de Luiza estremeceu.Era um alívio que Theo tivesse concordado em ajudá-la, pois não sabia a quem mais recorrer.Após resolver isso, ela se sentiu um pouco mais tranquila e pegou seu antigo celular para carregar no escritório.Não esperava que, justo quando estava carregando o celular, Walter ligasse, fazendo ela tremer as mãos de susto. Ela colocou o telefone de volta e respirou fundo várias vezes antes de atender.- O que você está fazendo agora? - Perguntou Walter.A espinha de Luiza endureceu, e ela respondeu em voz baixa:- Estou trabalhando.- Como está indo a tarefa que eu te dei?Com o coração batendo descontroladamente, Luiza respondeu de maneira evasiva:- A Quinta do Lago está cheia de seguranças, simplesmente não consigo
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?