Luiza colocou sua mão na de Theo.- Obrigada.- Me chame de Theozinho.- Certo, Theozinho. - Luiza o seguiu cuidadosamente escada abaixo.De repente, uma árvore ao lado direito tombou com estrondo.- Cuidado! - Theo a atraiu rapidamente para si.Assustada, Luiza mal teve tempo de se recuperar quando uma segunda e, em seguida, uma terceira árvore caíram, bloqueando o caminho de volta.Ao redor, só se via verde, como numa aventura pela selva.- O que vamos fazer? - Luiza se mostrou preocupada.Theo olhou ao redor.- Precisamos voltar, pode vir uma tempestade forte esta noite. Se ficarmos, teremos problemas.Luiza assentiu com a cabeça.- Está tudo bem? - Theo a questionou.Luiza negou com a cabeça.- Theozinho, fique tranquilo, eu sou bem ágil.- Ok, vamos de mãos dadas, é mais seguro.- Certo.Segurando as mãos, eles começaram a se arrastar por baixo das árvores derrubadas, enquanto Theo olhava para trás de vez em quando.- Tudo bem?- Sim. - Luiza, ágil, subia e descia sem dificuldade.
No hospital.Theo já havia sido enfaixado e jazia na cama recebendo soro, dormindo. Embora tivesse passado por diversos exames e tivesse vomitado sangue, nenhum problema foi encontrado.Os resultados da ressonância magnética só estariam disponíveis no dia seguinte.Por isso, Luiza permaneceu cuidando dele no hospital, e finalmente teve um momento para olhar o celular.Miguel ligou várias vezes para ela, mas ela não tinha desejo de retornar as ligações e colocou o celular de lado.Ela estava inclinada sobre a beira da cama, pensando em dormir, quando a porta do quarto se abriu. Miguel entrou com Eduardo, usando um sobretudo preto e longo, exibindo uma expressão distante e aristocrática.Ao vê-lo, Luiza temeu que ele despertasse Theo, então se levantou da cadeira e saiu.Miguel não a seguiu imediatamente, ficando ainda à porta observando Theo.Luiza franziu a testa e o arrastou para fora.Os dois ficaram no corredor, ela ainda vestindo a mesma roupa, agora um pouco seca e suja, com mar
Luiza estava um pouco assustada, mas disse a si mesma para manter a calma e continuou a limpar a lama de Theo.Isso foi o que a enfermeira pediu para ela fazer, explicando que remover a lama ajudaria a verificar se havia mais feridas no corpo. Luiza fez como lhe foi pedido, cuidando dele com todo o seu esforço e dedicação.Miguel finalmente se foi, com uma expressão sombria, como se nuvens escuras cobrissem a lua....No dia seguinte.A tempestade virou notícia, com fortes chuvas e ventos varrendo Valenciana do Rio durante toda a noite, deixando as ruas num caos.Muitas árvores foram destruídas nas estradas, com inúmeras delas arrancadas pela raiz e caídas ao longo das vias.Miguel estava no carro, ouvindo o noticiário sobre um incidente na colina atrás do Jardins da Serra.Relatavam que um homem e uma mulher ficaram presos entre as árvores, o homem foi atingido nas costas por uma delas, enquanto a mulher o arrastava para fora com dificuldade.Eduardo, sempre atento, disse imediatamen
Hospital.Theo acordou.- Você ainda está tonto? - Perguntou Luiza, depois de retornar com o laudo médico, o qual indicava que Theo tinha sofrido uma leve concussão, mas nada além disso.- Um pouco. - Theo segurou a testa, parecendo fraco.Luiza prontamente se aproximou e ajeitou dois travesseiros atrás dele.- Assim você vai se sentir melhor, encostado nos travesseiros. O médico disse que você está com uma leve concussão. Tonturas são normais, e você precisa ficar alguns dias no hospital.Theo assentiu.- Foi você quem cuidou de mim no hospital ontem à noite?Luiza fez um sinal afirmativo.- Eu não tinha o telefone da sua família, então...- Minha família está nas Américas. - Respondeu Theo.Luiza se sentiu um pouco culpada.- Desculpa, Theozinho, você se machucou por minha causa. Se não tivesse ido bloquear aquela árvore, não teria se machucado.- Não tem problema, eu teria feito o mesmo por qualquer pessoa. - Theo acariciou a cabeça dela.Quando Miguel entrou, presenciou essa cena,
Uma única frase fez com que Luiza sentisse um frio por todo o corpo, e ela se virou para olhá-lo.Miguel repetiu a mesma frase:- Volte comigo.Luiza respirou fundo e, finalmente, disse a Theo:- Theozinho, descanse bem aqui, eu volto amanhã para te ver.- Certo. - Theo sorriu suavemente, sempre mantendo sua habitual serenidade.Luiza seguiu Miguel para fora do quarto do hospital.Ela não esperava que, no fim, ele usasse seu pai como ameaça. Luiza se sentiu desapontada. Enquanto seu pai estivesse preso, ela estaria à mercê de outros, incapaz de agir livremente.Os dois deixaram o hospital e entraram no carro.Durante o trajeto, não trocaram uma palavra. Luiza não queria dizer nada, apenas se encostou na janela do carro e fechou os olhos.Ao chegarem aos Jardins da Serra, Lívia os recebeu:- Senhor, senhora, vocês voltaram? O jantar já está pronto, venham comer enquanto está quente.Miguel não respondeu e se dirigiu à sala de jantar.Luiza, por outro lado, disse a Lívia:- Lívia, não
Então, ela balançou a cabeça, respondendo:- Não, Theozinho está ferido por minha causa, preciso cuidar dele.Além do mais, a mãe de Theo era a melhor amiga da sua mãe, e ela desejava se aproximar mais de Theo para aprender sobre sua mãe.- Já lhe disse que você não pode ir. - A expressão de Miguel se tornou sombria.Luiza afirmou com convicção:- Eu irei.Miguel soltou uma risada fria:- Parece que você está decidida a me trair, não é?Ele havia alertado sobre as segundas intenções de Theo, mas ela não dava ouvidos, insistindo em se aproximar dele para serem amigos?Diante dessas palavras, Luiza não se defendeu, apenas virou a cabeça, o ignorando.Miguel, subitamente, segurou seu queixo com força, o olhar se tornando perigoso e sombrio:- Se você ousar ir, esqueça a liberdade do seu pai. - Dito isso, soltou ela e saiu com passos largos do quarto.O queixo de Luiza doía; ela tocou o local levemente, com o rosto determinado.Os acontecimentos do dia fizeram-na perceber que não podia sim
Suas mãos ásperas amassavam sua pele alva.Luiza franzia a testa, desconfortável.- Miguel, me solte.Ele se recusou a soltar, prendendo ela contra a cabeceira da cama, se colando a ela como um forno, mordendo loucamente seu pescoço.Luiza tremia com as mordidas.Marcas vermelhas e roxas apareciam em sua pele; ela tentava se soltar sem sucesso, pressionada contra a cama por ele.Ele ainda vestia seu roupão, com um braço envolvendo sua cintura delgada e o outro causando tumulto em seu corpo, acendendo um fogo que rapidamente deixava as bochechas de Luiza levemente avermelhadas.Ela era estimulada a tremer.Miguel sentiu isso, seu interesse se intensificou, apertando sua cintura e se entregando à paixão.Sob o luar, ela estava pressionada por ele, sua pele como neve, delicada e bela, com os cantos dos olhos avermelhados, incitando ainda mais o homem a desejá-la intensamente....O dia começava a clarear.Miguel ainda a abraçava, como uma fera insaciável.Luiza chamava sem forças:- Me de
Bruna se virou para olhar para Theo, que já cuidava de Luiza.- Lulu, venha para mais perto, não fique tão distante dela.Luiza, sem temer muito Bruna, ergueu o queixo friamente e a encarou.- Bruna, se você ousar fazer algo aqui, chamarei a polícia e direi que você me agrediu intencionalmente.Bruna se enfureceu com a provocação, e disse ao Theo:- Theozinho, como você pode fazer isso comigo? Esta manhã, minha mãe disse que a família Souza queria arranjar um casamento com a família Pires, e pensaram em marcar uma data para o nosso noivado!Ao ouvir isso, a expressão de Theo esfriou.- Eu não concordei.- Você acha que pode discordar? A grande família Pires concordaria em ter você casando com Luiza, uma mulher que já foi de outro?Bruna apontou para Luiza, dizendo com arrogância:- Luiza, se for esperta, fique longe do Theozinho. Nossas famílias se unirão em casamento em breve, e então Theozinho será meu noivo. Se continuar se aproximando dele, não me culpe por tomar medidas contra voc
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que