Suas palavras tinham uma intenção ameaçadora.Não havia câmeras no quarto das empregadas, então não havia como provar quem jogou a água. Luiza nem sequer tinha um celular, o que impedia que ela tirasse uma foto ou gravasse uma prova sem ser notada.Por isso, ela permaneceu em silêncio.Ao ver que ela não respondia, as três empregadas riram com desprezo, seus olhares carregados de escárnio e desdém.Luiza acreditava que elas estavam provocando de propósito, mas decidiu não reagir. Eram três contra uma, e talvez estivessem tentando instigar ela. Se uma briga começasse, ela estaria em desvantagem. Se o caso chegasse aos ouvidos do mordomo e fosse provado que ela começou, sem qualquer evidência a seu favor, ela seria rotulada como a encrenqueira.Além disso, ela não queria desperdiçar energia com pessoas tão insignificantes. Se virou e saiu do quarto, mas as risadas das empregadas ainda ecoavam em seus ouvidos.— Viram só? Aquele olhar dela parecia que ia me devorar. — Milena disse em um
— Eu não fiz nada com você. — Ele virou a cabeça.Luiza segurou o rosto dele com suavidade e disse:— Então, o que você quer dizer? Você não me mata, não fala comigo, apenas me mantém aqui trabalhando como uma escrava. É isso que você quer?Miguel não respondeu.As pontas dos dedos pálidos dela tocaram o rosto dele enquanto ela o olhava com malícia.— É isso que você realmente quer? Me manter presa aqui, torturando a nós dois por toda a vida? Ou você prefere que eu tome a iniciativa e faça algo por você?Miguel a olhou, e de repente disse seu nome:— Luiza, eu não sou tão estúpido, não vou cair na sua armadilha.— Você está com medo?Miguel deu uma risada sarcástica.— Medo de quê? Agora que você está em minhas mãos, acha que vai escapar?— Sim, eu não posso escapar de qualquer jeito, então do que você tem medo? Se você é tão capaz, por que não garante que eu nunca fuja? — Luiza se aproximou, envolveu o pescoço dele e roçou os lábios nos dele.Miguel falou friamente:— Você acredita qu
Sem perceber, o céu começou a clarear. Luiza dormiu até depois das nove horas, e quando acordou, sentiu o corpo todo dolorido. Ela olhou para o lado e viu que Miguel a abraçava, ainda dormindo profundamente. Hoje ele tinha dormido até tarde? Luiza ficou um pouco surpresa e estava prestes a tirar a mão dele para se levantar. Ele pareceu incomodado, de repente segurou a mão dela e a puxou de volta para seu abraço, murmurando: — Lulu, não vá embora... Luiza ficou atônita por um momento e olhou para ele. Ele ainda estava com os olhos fechados, obviamente falando em sonho. Ela não resistiu e ficou quieta, olhando para o rosto dele. Miguel acordou e viu o rosto claro dela, parecendo não conseguir reagir, ficou ali, atônito. Tudo aquilo parecia um sonho. Ele estava um pouco incerto se era realmente real. Luiza sorriu para ele: — Sr. Miguel, bom dia. Miguel ficou levemente surpreso, confirmando que a mulher diante dele era real. O corpo dela estava coberto de marcas d
Miguel, ao ver a situação, sentiu ainda mais pena dela e a abraçou com mais força.— Daqui para frente, não vou deixar você trabalhar mais.— Miguel, você está falando sério? — Luiza ajustou sua posição, ficando frente a frente com ele, exigindo sua promessa.Miguel assentiu e disse seriamente:— Você é minha mulher, como eu poderia deixar você fazer esse tipo de coisa?— Então, como você conseguiu antes?— Se eu não estivesse tão irritado com você na época, como eu poderia ter feito isso? — Naquele momento, ele descobriu que ela o enganou, e ele só queria que ela admitisse seu erro e pedisse perdão.Ele não esperava que ela fosse tão decidida, dando a ele um golpe mortal e empurrando o relacionamento deles para um ponto crítico.Mesmo que ele quisesse perdoar ela, não tinha uma desculpa, e, no final, sua raiva o levou a pensar em fazer ela pagar trabalhando duro.— Miguel, você já se levantou? — Ivy subiu as escadas para procurar Miguel. Ela abriu a porta do quarto e viu Luiza sentada
Sob o olhar surpreso de Ângela, Miguel deu apenas uma instrução:— Cuide bem dela.Ângela ficou ainda mais confusa."O que ele quer dizer com 'cuide bem dela'?"Enquanto ela tentava entender o que aquilo significava, Eduardo se aproximou e, em segredo, lhe disse:— Na verdade, a Luiza é a senhora.Ângela arregalou os olhos, ficando atônita por um bom tempo.Eduardo continuou:— O senhor ama muito a senhora. Ele estava apenas um pouco irritado antes, então a mandou fazer algum trabalho pesado.Ângela ficou completamente perplexa.Então era isso. Alguns dias atrás, Miguel a havia mandado ao hospital para buscar Luiza e, desde então, as tarefas que ele havia designado para ela estavam cada vez mais estranhas.Todas as suas dúvidas finalmente foram esclarecidas naquele momento."Então a Luiza é a esposa do senhor."Ao ver as marcas de mordida no pescoço de Miguel, Eduardo entendeu tudo e disse a Ângela:— O senhor e a senhora provavelmente já se reconciliaram, então cuide bem dela.O prime
— Já falaram o suficiente? — Luiza parou e perguntou a elas. Ela realmente não entendia. Será que havia ofendido elas de alguma forma? Por que falavam com ela de maneira tão rude? Estariam sempre procurando algo para criticar? Milena disse: — Como poderíamos ter falado o suficiente? Só de ver uma mulher como você já nos dá nojo, sua sem-vergonha! — Isso mesmo, não pense que, só porque está ao lado do Sr. Liam, você pode se achar superior. Mulher sem moral, que fica seduzindo os convidados do Sr. Miguel. Se o Sr. Miguel voltar esta noite e souber que você está se comportando mal na Mansão Jardim, vamos ver se ele vai te tolerar. Luiza riu. Diante de algumas mulheres cheias de hostilidade, ela respondeu calmamente: — É mesmo? Nesse caso, temo que vocês vão se decepcionar, porque o homem que estou seduzindo é o Sr. Miguel. Ao ouvir isso, a expressão das três mudou. Milena rangeu os dentes. — Então você realmente tem segundas intenções, Luiza. Você não passa de uma prostit
— Plaft!Milena ficou atordoada com o tapa e, sem pensar, disse:— Por que só me bateu?Ela entregou as outras duas pessoas.As duas a olharam, incrédulas.— Milena, mas foi você quem falou mal da Luiza para nós, dizendo que ela é uma vagabunda sem-vergonha. Por isso te ajudamos.As três começaram a revelar seus segredos umas das outras.Ângela então percebeu que todos os boatos sobre Luiza que circulavam na Mansão Jardim vinham das bocas delas.Ela as olhou friamente e ordenou que alguém se aproximasse e desse um tapa em cada uma delas, sem poupar ninguém.As três ficaram com o rosto contorcido de dor, soltando gritos terríveis como porcos sendo abatidos...Depois de bater nelas, Ângela se aproximou de Luiza e perguntou:— Senhora, como deseja que tratemos delas?As três estavam quase desmaiadas.Luiza, com um olhar indiferente, respondeu:— Elas são empregadas do Miguel, pergunte a ele.— Certo, vou consultar o senhor imediatamente. — Ângela respondeu com respeito e pediu que uma das
O trabalho na Mansão Jardim, apesar de ser apenas como empregada, oferecia um salário e benefícios excelentes, com uma remuneração de mais de dez mil reais e seguro social. Milena, incapaz de acreditar, perguntou: — Foi o senhor que disse isso pessoalmente? — Sim, o senhor também disse que vocês não conseguirão mais se sustentar em Valenciana do Rio. Indignada, Milena respondeu: — Tudo isso só porque aquela vadia seduziu o senhor? Ele está protegendo ela assim? — O que você está dizendo? Milena, é melhor você cuidar da sua língua. Ela é a esposa do senhor, a dona da Mansão Jardim! — Disse friamente a empregada sênior. — Esposa? Ela? — Milena não acreditava. Ela pensava que Ângela estava chamando Luiza de senhora apenas para agradá-la. Mas a empregada sênior continuou: — Ela é de fato a esposa, e tem uma Certidão de Casamento com o senhor. Essas palavras foram ditas por Ângela. "Uma Certidão de Casamento?" Todas ficaram em choque. "Aquela vadia é a esposa do Sr
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que