A surpresa que Luigi tinha prometido a Carolina, na realidade era um convite para um brunch na casa da Nonna. Organizado pela sua irmã, Giulia. Tinha me perguntado mentalmente como conseguira conciliar o trabalho e a organização do brunch tendo um bebê em casa. Mas Luigi logo me tirou a dúvida quando comentou sobre a babá que a irmã contratou. Não sei o porquê presumir que ela fosse ciumenta, acho que Luigi deixa essa impressão sobre todos os Benacci.Pondo meu pé direito para fora do jatinho, agradeço primeiramente aos meus fones de ouvido que me proporcionaram uma viagem tranquila, as ombreiras por me darem o conforto necessário para aguentar a viagem longa e principalmente as pílulas milagrosas que me apagaram por tempo suficiente para não vivenciar o puro caos que foi dentro do jatinho.- Como foi a viagem? - pergunto enquanto seguro a pequenina adormecida nos braços, Luigi me lança um olhar cansado, balançava o pequenino nos braços para fazê-lo adormecer também.- Eles estavam nu
- Eu juro! - bato meu pé no chão como um tique nervoso e devoro mais uma unha, o que deixa meu italiano preocupado. Ele estica o braço e relutante seguro sua mão, deixando que me leve para seu colo. Afasto um pensamento impuro quando sento-me na sua coxa torneada e acumulo minha mente novamente com teorias.Resultou que passei o dia com os gêmeos e cuidando de Luigi, desisti imediatamente do tuor com Mari quando encostei na testa do meu italiano gato e percebi que ardia em febre. E mesmo contrariado, chamou um médico para me tranquilizar e comprovar que se tratava de uma simples exaustão. Tenho uma parcela de culpa no seu diagnóstico, talvez a brincadeira com a camisa da união tenha lhe causado desgaste e somando a péssima viagem que tivemos com o loiro do banheiro me provocando, piorou seu estado. Admito que se tivesse fechado minha boca, não teria entrado numa discussão de horas com Matteo. Acabei vencendo-o pelo cansaço, é aquela coisa: entre a paz e a razão, talvez sua paz esteja
_EU VOU PARA A ITÁLIA!!!_ eu gritava e pulava dentro do meu quarto.Fiquei super feliz quando Mari (minha melhor amiga) ligou para me informar que a megera da Cassandra (minha chefe) tinha ficado doente e não poderia viajar à trabalho. Não que eu tenha ficado feliz que ela estivesse arriada em cima de uma cama de hospital, eu nunca desejaria isso a ninguém, porém para ela parecia um belo castigo.Como ela não poderia ir para a tal viagem, eu teria que ir junto com a puxa saco da assistente dela, Melissa. Mas acho que posso suportar a presença dela por alguns dias, afinal de contas estamos falando da ITÁLIA! Eu não seria burra de recusar esse trabalho.Pude sentir a raiva da Cassandra quando ela me enviou um email dizendo que eu teria que viajar à trabalho no lugar dela. Ela realmente não gostava de mim, é como dizem "O santo não bateu". Desde que comecei a trabalhar na revista Montero ela praticamente fez
No dia seguinte acordo com o som do vizinho no último volume, tenho certeza que a mulher dele largou ele novamente, e agora a vizinhança toda tem que sofrer junto com ele.Sinceramente, se não fosse pela minha mãe eu já teria alugado um apartamento para eu morar sozinha, assim não teria que aguentar o corno do lado e nem ver a cara do encostado que minha mãe namora.Desço as escadas indo na direção da cozinha para tomar café mas desisto quando vejo Roberto (o encostado) fazendo petiscos.Credo, o dia mal começou e ele já tá pensando em beber.Algumas pessoas bebem para celebrar ou comemorar algo, outras bebem para afogar as mágoas como o corno do meu vizinho, mas esse bebe apenas por respirar.Torço para que um dia minha mãe abra os olhos e se dê conta do mal que ela fez quando deixou esse encostado morar aqui com a gente.Meu humor
Finalmente o dia mais esperado chegou, eu vou viajar para a Itália e mais, vou para um casamento da máfia italiana!Estou tão animada que nem consegui dormir direito á noite, fiquei me revirando na cama pensando em todos os lugares que vou visitar, já até listei os melhores lugares para turismo, segundo o Google.Eu estaria mais feliz se eu não tivesse que ir com Melissa, aquela lá esgota toda a minha paz e paciência. Tenho certeza que a megera já deu ordens para ela me infernizar na Itália também, como se já não bastasse todos os dias no trabalho.Tento afastar qualquer sentimento negativo que elas me fazem sentir, hoje estou feliz e não há nada que possa tirar minha plenitude. Ouço um grito vindo da cozinha.Falei cedo demais...Desço o mais rápido possível, tomara que não seja nada grave. Entro na cozinha e noto que minha mãe estava fazendo faxina, um dos copos que estava no armário caiu e quebrou se partindo em pequenos pedacinhos
_eu sabia que ela não deixaria barato!_consigo ouvir a voz distante de Mari através da ligação.O sinal era horrível e pela dúvida na cara do homem de bigode engraçado quando lhe perguntei sobre o Wi-Fi, tenho certeza que ele não sabia do que se tratava.Conto toda a minha noite à Mari, desde a minha chegada até a faxina que fiz no quarto. Mal dormir por causa da minha alergia então resolvi dar uma geral no lugar, eu teria que ficar aqui por uma semana e não custava nada tirar o pó já que nesse lugar não tem nem uma empregada.Ligação on:_preciso desligar, tenho que ir rápido tomar banho._por que tão rápido? Você vai sair?_não, só que descobri da pior forma que o banheiro é compartilhado!_como você descobriu?_foi ontem de noite quando fui pedir para o homem de bigode engraçado que ele pedisse para a faxineira tirar o pó do quarto, mas aí
Sexta-feiraAssim como a megera da Cassandra junto com a sua puxa saco Melissa planejaram, eu não consegui memorizar todos os nomes da lista e não pude sair para visitar nenhum lugar.Desço para tomar café na força do ódio. Eu não sou uma pessoa muito vingativa, mas dessa vez elas não vão me escapar. Eu só queria que Ítalo não estivesse de férias, ele sim poderia dar um jeito nas duas.Não importa agora Carolina, você precisa se arrumar para o casamento! Deixa a vingança para quando voltar para o Brasil.Diferente dos outros dias, decido tomar um banho bem demorado, não me importa se os outros vão reclamar, não tenho culpa desse fim de mundo ter apenas um banheiro.Lavo primeiro meu cabelo, em seguida hidrato minha pele com um óleo corporal, faço minha skin care bem básica e saio do banheiro com uma toalha na cabeça ao som das reclamações das pessoas que esperavam na fila.
_até que ele não é de se jogar fora_ fico chocada com sua a cara de pau._o que você quer?_entro na frente dele como se pudesse escondê-lo dela.Ele é meu, eu vi primeiro!_eu que deveria está perguntando isso à você!_ué, eu pensava que você não estava aqui para ser minha babá_ respondo._Você quer ser demitida, Carolina? Eu posso agora mesmo ligar para Cassandra e dizer a ela o quando você está aproveitando a festa_ela debocha e estou prestes à levantar a mão para dar um tapa na cara dela._então Carolina é o seu nome_ ele pega minha mão antes que eu a levante e diz baixinho no meu ouvido, sua voz me faz voltar o mesmo transe de antes_peço que não suma da minha vista durante a festa, Carolina_ ele sorri ant
- Eu juro! - bato meu pé no chão como um tique nervoso e devoro mais uma unha, o que deixa meu italiano preocupado. Ele estica o braço e relutante seguro sua mão, deixando que me leve para seu colo. Afasto um pensamento impuro quando sento-me na sua coxa torneada e acumulo minha mente novamente com teorias.Resultou que passei o dia com os gêmeos e cuidando de Luigi, desisti imediatamente do tuor com Mari quando encostei na testa do meu italiano gato e percebi que ardia em febre. E mesmo contrariado, chamou um médico para me tranquilizar e comprovar que se tratava de uma simples exaustão. Tenho uma parcela de culpa no seu diagnóstico, talvez a brincadeira com a camisa da união tenha lhe causado desgaste e somando a péssima viagem que tivemos com o loiro do banheiro me provocando, piorou seu estado. Admito que se tivesse fechado minha boca, não teria entrado numa discussão de horas com Matteo. Acabei vencendo-o pelo cansaço, é aquela coisa: entre a paz e a razão, talvez sua paz esteja
A surpresa que Luigi tinha prometido a Carolina, na realidade era um convite para um brunch na casa da Nonna. Organizado pela sua irmã, Giulia. Tinha me perguntado mentalmente como conseguira conciliar o trabalho e a organização do brunch tendo um bebê em casa. Mas Luigi logo me tirou a dúvida quando comentou sobre a babá que a irmã contratou. Não sei o porquê presumir que ela fosse ciumenta, acho que Luigi deixa essa impressão sobre todos os Benacci.Pondo meu pé direito para fora do jatinho, agradeço primeiramente aos meus fones de ouvido que me proporcionaram uma viagem tranquila, as ombreiras por me darem o conforto necessário para aguentar a viagem longa e principalmente as pílulas milagrosas que me apagaram por tempo suficiente para não vivenciar o puro caos que foi dentro do jatinho.- Como foi a viagem? - pergunto enquanto seguro a pequenina adormecida nos braços, Luigi me lança um olhar cansado, balançava o pequenino nos braços para fazê-lo adormecer também.- Eles estavam nu
- Posso perguntar, aonde vocês se conheceram? - Tia Maria pergunta, fazendo que vários olhares se aculmulassem divididos entre Matteo e eu. A história continha dois lados, o que a fazia um pouco longa. Ganhando uma autorização para ser o primeiro, inicio contando de relance sobre a minha vida noturna agitada. Oculto partes que envolvem a minha amizade e o início do meu relacionamento com Bárbara, não seria relevante.- Na noite em que conheci Matteo, estava numa boate em Tokyo para me divertir. Eu tinha costume de ignorar as regras feitas pelo meu pai sobre festas e minha segurança. Em minha mentalidade juvenil, ser uma figura pública auxiliaria minha segurança. Quanto mais famoso menos chances de sofrer algum atentado, simplesmente não era um pensamento coerente - não entro em muitos detalhes para não assustar minha sogra e nem menciono que encontrei Matteo após ficar com Bárbara - então, chegado o ponto alto da festa, me afastei para o terraço do prédio em busca de solitude. Não ti
Retiro o que disse sobre esse almoço ser longo e divertido. Agora tinha virado letárgico e torturante. Me sinto como um dos convidados do filme "O menu", onde a tia Maria era o chef maluco que torturava os convidados, no caso Luigi e eu. O almoço estava as mil maravilhas, Luigi agarrado à Carolina como adolescentes apaixonados e eu com minha mão se deliciando da pele macia e arrepiada da minha... ainda não tinha dado um rótulo para Mariana. Tenho que resolver isso o quanto antes.Mas o quero dizer é que eu estava feliz no meu lugar, estava satisfeito onde minha mão pousava e agora não estava mais nada disso. De um momento para outro minha calmaria tinha sido escanteada e morta pela cruel tia Maria. Conseguia até imaginá-la apontando o revólver para o meu conforto e atirando sem pestanejar, dizendo: não sou sua tia.E não estou exagerando, porque sinto o quão tenso e desconfortável está o italiano ao meu lado, ou pior dizendo, dentro da mesma camisa que eu. Sim. Uma maldita camisa imen
- O mesmo que você, pelo visto - respondo para Luigi, que mantinha a cara amarrada.Me atento às pistas praticamente esfregadas em minha cara. Deveria ter suspeitado desde o início do convite da mãe da Carolina. Tia Maria nunca tinha posto confiança em mim e no meu plano, sempre mantivera uma opinião escancarada e um pé atrás. Aceitou a contragosto quando eu a chamava de tia Maria. A senhora não tinha mesmo ido com a minha cara.- Que maravilha, finalmente chegaram! - tia Maria adentra a sala com um avental pendurado no ombro e um sorriso largo de recepção. Desde que chegamos, fomos avisados que a cozinha estava restrita por tempo indeterminado. Roberto havia dito algo sobre sua companheira ser possessiva com sua cozinha em dias especiais. Ela era a chefe da noite e pelo aroma delicioso que invadia a sala de visitas, não quero correr o risco de ser expulso do almoço sem antes provar uma colherada do que estava assando no forno.- Demoramos um pouco porque alguém... - o tom de Luigi t
- Um bom filho a casa retorna - ofereço o dedo do meio como resposta para Will sentado na calçada da rua. Tinha as mãos e parte da roupa de mendigo sujas de terra. Seria muito errado da minha parte perguntar se alguém jogou algumas moedas enquanto cuidava das plantas? Aliás, nunca tinha notado antes os vasos com plantas na frente da casa de Mari e nunca iria notar, porque estavam quase mortas e camufladas na fachada com tinta descascando.- Ótimo que chegou - Mari abre a porta e percebendo minha mala do meu lado, ela entra rapidamente e sai com um rolo de pintura na mão para me entregar.- Você quer que eu pinte a casa?- Não a casa, a fachada - responde com um sorriso.- Agora?- Agora - ela continua sorrindo e retira de trás das costas um balde com tinta branca, pousando do lado oposto da minha mala. E como se não fosse trabalho suficiente, aponta para o candelabro de parede acima da porta, era um daqueles antigos estilo pescoço de ganso americano - e pode trocar a lâmpada?- Esse
Deveria ter sido mais rápido, deveria tê-la agarrado pelos pulsos e a impedido de entrar no carro com Matteo. Acaso não estaria corroendo de ansiedade na frente da porta do quarto deles. Fico um pouco tranquilo de saber que os gêmeos estão com a mãe da Carolina e não que estão suscetíveis à briga dos dois.Garanto que arrombo a porta se ouvir um "ai" dela ou algo se quebrando. Matteo poderia ser perigoso, porém nunca fora violento com mulheres. Outrora, brincava dizendo que se a polícia ou o FBI fossem espertos, mandavam uma mulher que conseguiriam arrancar qualquer confissão dele na cama. A verdade era que Matteo nunca faria mal á alguma mulher, porém quero acreditar que sua natureza continue a mesma em relação á Carolina. Pelo próprio bem dele.Enquanto a discussão dos dois acontecem, uma música alta se sobressai. Olho para a porta do quarto ao lado, impressioando pela discrepância do contraste. Enquanto os dois acabam o noivado num lado, outro casal faz uma festinha particular no o
- Eu nunca mais quero te ver, nem pintada de ouro, Carolina. Você e Luigi se merecem! - o loiro do banheiro simula bater a porta do quarto, igualmente como fez na porta do provador no Ateliê da Sra. Lafaiete e eu o aplaudo, enxugando uma lágrima imaginária.- Sem dúvidas, cinema! - deixo os aplausos de lado, erguendo a taça de champanhe e ficando de pé em cima da cama e a usando como palco - ladies and gentlemen, indicado ao Globo de Ouro, com indicação de melhor ator coadjuvante e melhor atuação em novela dramática sobre máfia... - o loiro tamborilou os indicadores no carrinho do serviço de quarto repleto de aperitivos - Matteo Donato! - Grazie, grazie! - o loiro do banheiro reverenciava o público inexistente na suíte, sorrindo exagerado enquanto subia em cima da cama. E como uma imitação das premiações normais, retiro o champanhe do balde metálico repleto de gelo e lhe entrego, na ausência de um troféu. Matteo segura-o pelo gargalo, erguendo como se fosse um ator de verdade que est
Não sou nenhum Chico Moedas, mas eu tentei... Tentei o máximo esconder minha preocupação da minha mãe durante o jantar, ri das piadas sem graça de Roberto para disfarçar e nem o chamava mais de encostado. Porém mãe é mãe, elas sabem quando você está escondendo algo. Se algo não lhe é revelado em sonho, elas te olham no fundo dos olhos e identificam o problema em questão de segundos. O tipo de habilidade que almejo ter quando os gêmeos crescerem.Filhos de quem são, não devem permanecer na fase de anjinhos calminhos por muito tempo. Espero estar munida por Luigi quando a fase trelosa iniciar ou senão enlouquecerei.E pela primeira vez na vida, algo inédito acontece, minha mãe não faz perguntas e nem presume nada quando aviso que os gêmeos dormiriam com ela essa noite. Agradeço por ela me dar folga, eu estava muito ansiosa para ouvir a resposta de Giulia e não gostaria de me preocupar em medir palavras ao avisá-la do possível vício de Luigi.Entro dentro do carro, que o loiro do banheir