- Pode engolir o seu dinheiro e o seu sobrenome, os meus filhos não vão precisar de nada de você. Te garanto que não seremos uma distração na sua vida tão ocupada - me aproximo para falar bem na sua cara, a visão embaçada pelas lágrimas que acumulavam cada vez mais nos meus olhos, me impediam de ver seu rosto nitidamente. Enxergava-o apenas como um borrão do que foi um dia, do que era antes do maldito sequestro - Por que não admite que isso tudo não passa de um castigo? De uma lição que você quer me dar? Por que não pergunta de uma vez?! Por que não faz a maldita pergunta que está rondando sua cabeça, Luigi?! Me acusa logo, porra!- Ver o quanto você está histérica com essa questão, só me faz pensar que a Raquel estava certa de algo. Escondendo tudo aquilo de mim, o que você pensava que eu iria achar?! Tantos sinais, estavam todos piscando na minha cara, entretanto me fiz de cego, a confiança que eu tinha naquele cara e em você me cegaram!- Assim como você mentiu tantas vezes para me
Não podia interferir, não podia cobrar nada dela, a tinha mandado embora e quebrado seu coração. Não podia mas mesmo assim não consegui me segurar, e quando dei por mim estava dentro do jatinho á caminho do Brasil. Carolina teria que me explicar por que justamente o Matteo? O que ela teria aceitando casar com ele?Se pretendia me enlouquecer e me fazer repensar em tudo o que foi dito naquele maldito dia, se o seu objetivo era me enganar esse tempo todo e me fazer pensar que eles realmente eram amantes, conseguiu.Estava cego pela raiva, como ela tinha capacidade de se envolver com ele, mesmo depois de tudo entre nós. A deixei ir para ter uma nova chance e ela se casa com o desgraçado do Matteo??Ligação on:- Onde você está? - minha irmã pergunta, seu tom de preocupação me sufoca. Amo a Giulia e tenho consciência que sem ela estaria sendo tudo mais difícil, porém eu não precisava de uma grávida guarda-costas pemdurada no meu pescoço.- Atravessando o oceano Atlântico.- O QUE?! Luigi
Droga de trânsito, droga de hotel distante, droga de despertador que não tocou. Como toda a confusão de ontem á noite, nem acabei tendo uma boa noite de sono. Tive que ajudar Matteo, mesmo ele dizendo que resolveria pondo gelo e ainda os gêmeos acharam melhor fazer competição de choro de madrugada, para minha sorte tinha Matteo do meu lado.Entro no prédio com passadas apressadas, apertando rapidamente o botão do elevador. Por mais que Cassandra tenha me dado outra chance e soubesse da minha condição, não seria bom abusar da sua generosidade e chegar atrasada todos os dias. Agora, sou diretora assistente, o salário e as responsabilidades aumentaram.Saio as pressas do elevador, arrumando a gola da camisa social preta, verificando o look uma última vez no espelho antes de continuar andando rumo á sala de reunião. Sou muito grata á Deus por ter meu corpinho de volta como era antes, agora poderia usar todas as roupinhas que comprei na Itália. Quase chorei de emoção quando entrei nessa ca
O odor de sangue invadiu minhas narinas, a visão turva e uma tontura sufocante me fizeram depender das correntes que me erguiam em pé no meio da escuridão. A letargia dominou minha mente quando o vi.O garotinho agora tinha seus cabelos loiros melados de sangue, as roupas alvas manchadas do mais puro carmesim, a cena tão irreal parecia tão real quanto sentir suas mãozinhas agarrando meus tornozelos. Os olhinhos verdes derramando lágrimas, o queixo tremendo era de partir o coração.- Por que me matou, papa? - o choro ecoava na minha cabeça mais e mais alto - você prometeu que me protegeria com a mama. Por que deixou que eu morresse, papa? - sua doce voz se misturava com o choro e os gritos iniciavam - POR QUE ME MATOU, PAPA?!***Acordo num susto, me sentando rapidamente na cama e ligando o abaju na mesinha de canto. Suor cobria meu corpo todo, causando várias manchas na camisa e meu cabelo pingava, alertando que precisava de um banho gelado.Tinha virado minha nova rotina após os pesa
Não segurei e entrei dentro da suíte, estava preocupado demais com ela e como imaginava, estava chorando no banho, nem mesmo o barulho do chuveiro abafou seu choro.Trago a toalha que devia ter esquecido na cama e adentro o banheiro, o vidro do box embaçado pelo vapor quente desenhava sua silhueta nua do outro lado. Não conseguia ouvir mais o seu sofrimento, abri o box e Carol virou surpresa, cobrindo o corpo. Se não fosse seus olhos vermelhos, eu riria da cena.- Vem cá - desenrolo a toalha, abrindo os braços para abraçá-la quando saísse do box, sua desconfiança era compreensível mas agora não estava com vontade de agarrá-la e fodê-la até eliminar cada parte ruim do seu dia. Mentira, sempre sinto vontade de enchê-la de prazer até transbordar, mas agora não era o momento para isso.Ela estava frágil e precisando de uma folga. Após um breve momento, Carol decide aceitar minha ajuda, enrolo a toalha no seu corpo junto com os meus braços, aconchegando seu corpo quente e molhado.- Você
Ele parecia tão tranquilo, praticamente flutuando pela sala de reunião enquanto espalhava sobre a mesa, as grandes variedades de opções de cores para decorar o salão do shopping. Com tantos lugares para fazer isso e com tantos funcionários para escolher até os parafusos das dobradiças das portas, Luigi tinha que vir escolher exatamente aqui na empresa? Tudo bem que era o filho da sócia majoritária mas ninguém na empresa sabia e muito menos que Matteo foi laranja da ex-megera para conseguir o controle principal da Montero. Para todos, Matteo havia comprado as ações do antigo sócio e Cassandra havia comprado o restante aumentando sua participação nas ações e no cargo, ambos ficando com metade das ações quando na realidade Cassandra possuía a majoritariedade e Matteo apenas quinze por cento.- Ele bem que falou - resmungo quando o italiano gato troca de posição, ficando para frente da grande parede de vidro da sala de reunião, me possibilitando de vê-lo sem aquele aspirante a esquilo c
Mas que porra! Por que justamente nesse momento tive que ter uma crise? Por que não me segurei até o momento em que estivesse sozinho? Maldição! Não queria que ela me visse nesse estado deplorável, não queria mostrá-la o quanto estava quebrado por dentro, gostaria de voltar para sua vida como um homem completo e resolvido com o passado, entretanto me olhando no espelho vejo que meu plano era falho. Queria impedir seu casamento com Matteo, demonstrar que estou pronto para me tornar chefe dessa família que formamos mas nem mesmo poderia lidar com pesadelos e flashbacks de quando estava sendo torturado. O que Carol pensaria se soubesse da minha fraqueza?- Luigi? Você está bem? - ela continuava batendo na porta, preocupada com o que tinha acabado de presenciar. Para o meu azar, não lembrava de nada depois de ver a tinta vermelha manchar meus sapatos, recobrei a consciência quando estava no banheiro do shopping com Carol lavando a tinta das minhas mãos. E o que eu fiz? A afastei e tranqu
Deixo o carro no estacionamento, na frente da confeitaria e checo o look uma última vez no retrovisor, grata por ter passado no hotel e vestindo uma roupa limpa e apresentável. Adentrando o estabelecimento, Camille me aguardava, ela acertava algo com uma funcionária atrás da vitrine de doces finos, antes de deixá-la e ir ao meu encontro.Meus olhos brilharam e a boca salivou apenas de verificar alguns docinhos do balcão, quase não prestei muita atenção na sua explicação. Camille me levou a fundo da confeitaria, mas precisamente uma área específica para degustação. O local, nada mais era do que um jardim mediterrâneo com mesas, cadeiras e sofás. As tonalidades diferentes de rosas ornavam com todos móveis brancos e com o jardim, deixando tudo aconchegante. Sem mencionar o cheirinho de bolo assando no ar, sem dúvidas valeu a pena dirigir por uma hora.Acabo preferindo me sentar numa mesa retangular, onde cabia todas as fatias enormes de bolos que teria de provar. Eu estaria sendo desele
Meus ouvidos sangram quando a ouço gemendo seu nome, entro novamente para dentro do quarto, verificando os gêmeos que dormem profundamente antes de voltar para a sacada e ter a brilhante ideia de pular. Não sei o que me deu, talvez fosse o ciúmes assumindo meu corpo e pulando de uma sacada para outra. Agora eu entendia, a imprudência da Carolina ficar pulando por sacadas.Arriscar a própria vida para... não sei ao certo o que faria, se mataria Matteo, se arrastaria a Carolina para longe dele, se interromperia... céus! Nem ao menos conseguia olhar para dentro do quarto, me mantive paralisado olhando a área verde que rodeava o hotel e ouvindo os gemidos suplicantes dela. Merecia aquela tortura.Entretanto, subitamente me virei, o ciúme havia tomado todo meu corpo quando entrei sorrateiramente para dentro do quarto. O punho cerrado aliviou, a tensão nas minhas sobrancelhas franzida também tinham aliviado e me encontrei perdido diante da donna della mia vita deitada nua sobre a cama, sozi
Atravessando o restaurante, observo o grande movimento de pessoas assumindo suas mesas, a maioria casais. Todo o lugar possuía uma baixa iluminação, com pontos estratégicos de luzes e luminárias amarelas que deixavam um ar romântico e aconchegante.Gostaria de convidar Carolina para jantar comigo uma noite, porém tendo Matteo a tiracolo, seria difícil de concretizar-se.O bar se encontrava no final do restaurante, andando em sua direção, noto a bela vista para a piscina do hotel e parte da fachada. Matteo estava sentado sozinho com uma garrafa de Johnnie Walker em cima do balcão. Puxo uma banqueta e peço um copo ao barman, não refiro nenhuma palavra ao loiro meio bêbado do meu lado.Não tinha muito o que dizer, era questão de tempo para Matteo se dar por vencido e começar a enxergar a realidade posta diante dos seus olhos. Carolina me ama e mesmo que tente esquecer, mesmo que use Matteo para tapar minha ausência, não irá conseguir fingir por muito mais tempo. Durante essas semanas que
Espreitando, observei-os durante todo o dia na empresa. Ouvi as fofocas dos funcionários, mesmo que não estivesse escutando atrás da porta ou passando casualmente pelo corredor, elas sempre me encontravam e esgotavam minha paciência.Alguns funcionários diziam que Carolina tinha um ótimo gosto para italianos, ignorei a parte que nos compararam á sapatos. Outros diziam que Matteo era um homem incrível por não sentir ciúmes do ex da sua noiva e por tratar tão bem os filhos dela. Na minha opinião, Matteo está se esforçando demais para gostar dos meus filhos, para quem nunca tinha a palavra "família" no vocabulário pessoal e que até chegava a sentir crise alérgica caso fosse mencionado "relacionamento" junto ao seu nome na mesma frase, ele estava sendo um padrasto quase perfeito. Pura enganação.E quando achei que os burburinhos não poderiam piorar... eles me pintaram como um ex escroto que queria arruinar a vida da Carolina e roubar seus filhos, que tambem são meus. Se eles ao mínimo sou
Eu estava mancando, MANCANDO! Quando sair de dentro da sala de reunião, no período da tarde de ontem. Minha real intenção quando voltei á empresa, era me desculpar com Cassandra e implorar para que ela não me demitisse após o barraco que a minha mãe fez. Porém apareceu Luigi e me fodeu. Literalmente.- Bom dia, Ita - saúdo Ítalo quando o vejo passando perto da minha mesa, ele olha para mim entortando a boca e passando direto.- Ele ficou mesmo chateado - digo, chamando a atenção de Melissa, que trabalhava em sua mesa do meu lado esquerdo. Por termos o mesmo cargo na empresa, teríamos que nos dar bem de um jeito ou de outro, praticamente ficaríamos juntas todos os dias em que trabalhar na Montero. Mas para minha sorte, a conversa que a ex-megera deve ter tido com sua puxa-saco fez efeito e Melissa estava sendo legal, da maneira dela.- Óbvio que Ita ficou chateado, você escondeu uma fofoca dele - girando a cadeira, Melissa vem até mim segurando minhas bochechas com as duas mãos - aceit
-Luigi, não posso... - gemo manhosa com sua boca em meu pescoço, suas mãos me pressionaram mais firmes contra a porta, não sei se resistiria a ele - não posso fazer isso com Matteo, vamos nos casar em...- Em onze malditos dias, eu sei bem disso, Carolina - mordiscou minha orelha, sussurrando - estou contando os dias para te comer em sua despedida de solteira - sua mão sobe mais o tecido do vestido, os dedos enroscando na calcinha e abaixando-a devagar. Deslizando a peça, se ajoelhando para retirá-la do domínios das minhas pernas e guardando dentro do terno, voltando a beijar minha boca - e te roubar no altar e do Matteo no dia do casamento.- Não pode - empurro-o um pouco para mostrar a aliança em minha mão. E o italiano simplesmente segurou-a, chupando meu dedo anelar, retirando a aliança com os dentes e cuspindo-a no chão. Meu corpo se incendiou todo quando me puxou com urgência para seu colo, me erguendo do chão e me levando para cima da mesa retangular no centro da sala - Luigi,
- Obrigado por me defender - sou o primeiro a dizer alguma coisa depois de Cassandra expulsar todos da sala e fechar a porta. Fiquei surpreso dela revelar o segredo que sou seu filho, achei que preferia me esconder assim como escondeu sua real identidade, pintando dourado por cima como fez com seu cabelo. - Sempre vou te defender, mesmo que de longe - Cassandra sorri com uma tristeza contida no olhar quando passou por mim e apertou meu ombro - seria capaz de tudo por você - sua mão acaria meu cabelo uma vez e vai embora. Sinto que não deveria ser tão duro, que tem algo nublado minha visão para a verdade, mas não posso ignorar tudo o que passei com seu abandono. Era cruel e injusto comigo mesmo inocentá-la.Quando estou prestes a sair da sala de reunião, passa um grupo de pessoas fofocando sobre a Amélia e não consigo resistir ao ficar quieto para ouvir atras da porta. As pessoas que trabalham com ela, deveriam ter uma visão diferente da mulher que havia se tornado após anos, mas pe
Entro apressada na sala de reunião, pedindo desculpas pelo atraso e recebendo um olhar reprovador de Cassandra. Melissa pelo contrário, arrasta uma cadeira do seu lado para eu me sentar, entregando um breve resumo escrito do que tinham sido discutido na reunião marcada pela equipe de relações públicas.O que pude entender pelo decorrer da situação, a equipe que acionou essa reunião de emergência queria avisar que teríamos de fazer uma entrevista para o esclarecimento de um "mal entendido".Era de se esperar que isso acontecesse novamente. Ano passado, quando trabalhava de assistente geral (escrava), o Sr. Russo fez a mesma coisa, se envolveu em um escândalo e a Montero teve que apaziguar. Não somos a agência que cuida da sua imagem, mas fizemos um trabalho árduo para limpar sua reputação depois que ele agrediu um funcionário de um hotel. Deus que nos perdoe, esculpimos uma imagem terrível da vítima que sofreu o abuso, fizemos parecer que o pobre garçom havia incitado a agressão com pa
- Finalmente sexta à noite - desabo no sofá como um saco de batata amassado e acabado, que caiu do caminhão e foi jogado na primeira caçamba de lixo que encontraram. Mas graças ao meu bom Deus, os gêmeos dormiam como anjinhos. Puro milagre, mas acho que a presença de Luigi deve ter ajudado. Não fiquei chateada de saber que ele subornou a minha babá para passar um tempo com os próprios filhos, isso era bom para ele e para o meu sono.Era incrível como ele colocava os gêmeos pra dormir facilmente, como se tivesse dramim nas mãos.De início fiquei preocupada pois não o tinha visto na empresa e até pensei que tinha desistido de tudo após as boladas que a minha mãe deu nele. Ao menos fizeram Luigi refletir e me deixar em paz no trabalho por um dia e finalmente passar um dia com os gêmeos.Me levanto, arrastando-me pelo escuro até a bancada da cozinha onde se encontravam mais fatias de bolo de casamento pra degustar e me preparo, pegando meus airpods e dando o play em The Bakery da Melanie
Deixo o carro no estacionamento, na frente da confeitaria e checo o look uma última vez no retrovisor, grata por ter passado no hotel e vestindo uma roupa limpa e apresentável. Adentrando o estabelecimento, Camille me aguardava, ela acertava algo com uma funcionária atrás da vitrine de doces finos, antes de deixá-la e ir ao meu encontro.Meus olhos brilharam e a boca salivou apenas de verificar alguns docinhos do balcão, quase não prestei muita atenção na sua explicação. Camille me levou a fundo da confeitaria, mas precisamente uma área específica para degustação. O local, nada mais era do que um jardim mediterrâneo com mesas, cadeiras e sofás. As tonalidades diferentes de rosas ornavam com todos móveis brancos e com o jardim, deixando tudo aconchegante. Sem mencionar o cheirinho de bolo assando no ar, sem dúvidas valeu a pena dirigir por uma hora.Acabo preferindo me sentar numa mesa retangular, onde cabia todas as fatias enormes de bolos que teria de provar. Eu estaria sendo desele