Aurora já tinha a sensação de que Bruno definitivamente recusaria, mas antes mesmo de Aurora recusar, ele a ameaçou:- Se você não aceitar as coisas desta sacola, eu vou jogar tudo pela janela. Você é quem manda nesta casa, já que você não se importa com nossos bens familiares, por que eu deveria me importar? Eu só me importo com você como pessoa.Aurora sentiu um espasmo no canto da boca.Uma semana se passou sem se encontrarem, e agora que ele a chamou para encontrá-lo, ela pensou que ele tinha passado a compreendê-la e que havia mudado um pouco de seu comportamento autoritário. Mas ao ouvir suas palavras ameaçadoras, Aurora suspirou mentalmente.Os costumes podiam ser mudados, mas a natureza era difícil de mudar.Ele era assim por natureza, ela não devia esperar ser uma exceção e tentar mudá-lo.Ele não iria mudar, e ela também não queria mudar. A única opção era se ajustarem continuamente.Depois de olhar para ele por um tempo, Aurora pegou novamente a sacola de documentos e tirou
- Então, eu te levo para ver as nossas casas? – Perguntou Bruno.Ele naturalmente se referia às casas que ele comprou antes do casamento.Geralmente, ele comprava grandes mansões com jardins na frente e atrás.Apenas as casas na área escolar eram em prédios altos. Quando ele comprou essas casas, ainda estava solteiro, mas ele sabia que sua família não o deixaria ser um solteirão para sempre. Um dia, ele se casaria e teria filhos. Para facilitar a educação das crianças, ele escolheu comprar algumas casas na área escolar.Não importava em qual escola seus filhos estaria estudando, ele tinha uma casa em cada área escolar para facilitar a educação deles.- Você não está ocupado com o trabalho? – Perguntou Aurora.- Desde que seja em sua companhia, não estou ocupado.Aurora ficou em silêncio por um instante antes de responder:- Bem, se formos ver, tem que ser no fim de semana. Aí você não precisa trabalhar, e eu não preciso abrir a loja.Ela não queria ocupar o tempo de trabalho dele.As p
Bruno de repente percebeu as diferenças de níveis entre eles.Se Aurora não trabalhasse, ela se tornaria como a Madalena antes do divórcio, precisando pedir cada centavo a ele, que decidiria dar ou não de acordo com o seu humor, como um ato de caridade. Talvez até reclamasse que ela só sabia gastar dinheiro e não sabia ganhar.Se Aurora fosse como sua mãe, que tinha nascido em uma família rica, crescido em uma família rica e se casado com alguém de uma família rica, mesmo que não trabalhasse, teria um dote substancial para garantir que tivesse renda e permanecesse financeiramente independente.Ele ouviu sua mãe falar sobre isso. Quando sua mãe se casou com seu pai, ele era o herdeiro mais velho da família Alves. Seus avós estavam preocupados que sua mãe fosse maltratada na casa do marido, então deram a ela um dote generoso, incluindo casa, carro, lojas e até mesmo uma pequena empresa.A pequena empresa que sua avó deu para sua mãe como dote, após várias décadas, já tinha se tornado uma
Aurora caminhou até o carro com Michel nos braços, destravou o veículo, abriu a porta e colocou Michel na cadeirinha infantil. Ela se virou para o Bruno, que estava parado atrás dela, e disse:- Vou indo.Bruno olhou profundamente para ela e demorou um pouco para conseguir dizer uma palavra:- Certo. - Ele notou a frente do carro dela e disse. – É melhor trocar de carro.Aurora já estava dentro do carro e o havia ligado. Ela abaixou o vidro da janela e disse para ele:- Este é o primeiro carro que você me deu.O olhar de Bruno se tornou mais significativo.Ela partiu de carro.Ele ficou parado no mesmo lugar, observando o carro dela se afastar.Vasco e o grupo de guarda-costas estavam de pé a certa distância, sem se aproximar.Parecia que o Sr. Alves e a Sra. Alves não estavam brigando mais, mas o casal ainda estava distante e frio, sem o amor e a doçura de antes.Somente quando o carro de Aurora desapareceu de vista, Bruno acenou com a mão.O grupo de guarda-costas se aproximou rapida
Ela parou de limpar a mesa e saiu segurando o pano, olhando sorridente para sua irmã que estava tirando o filho do carro.- Mamãe! - Disse Michel, correndo em direção à mãe.Observando o pequeno correr para a mãe assim que saiu do carro, Aurora sorriu e disse à irmã:- Por mais que eu mime ele, ele sempre será mais próximo da mãe.- Isso é natural. Se você e Bruno gostam de crianças, deveriam pensar em ter uma. - Brincou Madalena, ao mesmo tempo em que observava a expressão da irmã.Ao perceber que Aurora apenas sorria e não respondia, ela soube que o casal ainda não havia resolvido totalmente suas diferenças.- Por que Bruno te chamou para conversar? - Perguntou Madalena, segurando o filho enquanto voltavam para a loja juntas.Ao ser questionada pela irmã, Aurora rapidamente se virou e voltou para o carro, pegando a pasta que estava lá dentro, contendo todas as economias de Bruno.De volta à loja, Aurora viu que os funcionários já haviam saído e perguntou à irmã:- Já terminaram?- Si
- Deem um pouco mais de tempo um ao outro. - Disse Madalena enquanto acariciava as costas da mão da irmã, colocando todos os documentos imobiliários de volta na pasta. - Essas coisas são muito importantes, não as deixe na minha casa alugada. Embora o lugar que encontrei seja bom, tem muitas pessoas complexas no mesmo prédio. A segurança não é tão boa quanto no Condomínio Rosa. Leve tudo de volta para sua casa com o Bruno, compre um cofre e guarde lá. Assim será mais seguro, afinal, é todo o patrimônio do Bruno.Aurora ficou em silêncio por um momento e então disse:- Mais tarde vou ligar para a avó e entregar essas coisas a ela para guardar. A casa deles é mais segura.- Tudo bem. - Respondeu Madalena sem objeções, e perguntou à irmã. - Você vai almoçar aqui?- Quero ir à Mansão dos Junqueira para ver a nossa tia. Talvez eu acabe almoçando lá.- Você tem algum assunto para falar com a tia Fernanda? - Perguntou Madalena com preocupação. – Está precisando da ajuda dela?A Sra. Junqueira
Ela também controlava muito bem sua dieta e deixou de comer alimentos ricos em açúcar e gordura.Agora, seu peso já diminuiu para 75 quilos, e seu objetivo era chegar aos 50 quilos. Ela precisaria perder mais 25 quilos e continuar perseverando para alcançar sua forma física ideal.Depois de perder dezenas de quilos de gordura, ela parecia muito mais bonita.Quando Madalena voltou para a loja após correr, ela viu de forma inesperada seu ex-marido esperando por ela.O carro de Daulo estava estacionado na frente da loja, mas como Madalena fechou a porta de vidro, ele não pôde entrar. Ele ficou encostado no carro, com uma mão no bolso da calça e a outra segurando um cigarro, dando algumas tragadas de vez em quando.Madalena franziu o cenho.Ela realmente não gostava de ver seu ex-marido na sua frente.Ele vinha, mas não para visitar o filho, o que Madalena também achava bem irônico.Quando ainda estavam casados, Daulo saía cedo e voltava tarde todos os dias. O casal não tinha oportunidade
Madalena ficou tão irritada que riu:- Fui eu quem te fiz perder o emprego? Se você não fosse ganancioso, teria deixado essas provas nas minhas mãos? Foi você mesmo quem fez você perder o emprego, não culpe ninguém por isso. - Disse ela friamente. - Também me arrependo, arrependo de não ter percebido sua natureza desprezível mais cedo, de não ter me divorciado de você mais cedo, Daulo. Deixe eu te dizer, nunca vou me arrepender de ter me divorciado de você nesta vida!Daulo a encarou com raiva e exclamou:- Mesmo que eu não fosse ganancioso, com ajuda do Bruno, eu ainda perderia o emprego! Madalena, fomos casados por vários anos, e você ainda foi tão cruel comigo, cavando um buraco para me derrubar!No momento do divórcio, ele exigiu que ela não usasse as evidências contra ele para se vingar depois de se divorciarem. Ela concordou, prometendo que ela mesma não se vingaria dele, mas não incluiu Aurora e seu marido na promessa.Era claramente intencional.- Você sabia desde o início que
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do