Aurora levantou a cabeça e olhou para ele.Mas Bruno simplesmente virou as costas e foi embora.Aurora ficou atordoada, observando suas costas se afastando rapidamente, sentindo uma dor aguda passar por seu coração.Ela não sabia se era por ele ou por si mesma.Enquanto Stella e Letícia conversavam do lado de fora, viram Bruno sair da loja com um rosto sombrio, sem sequer olhar para elas, e caminhar diretamente em direção ao seu habitual Rolls-Royce.Seus guarda-costas haviam sido dispensados por Bruno, mas o motorista não ousou sair com medo de que Bruno ainda precisasse do carro.Assim que Bruno saiu, o motorista desceu rapidamente do veículo e abriu a porta para ele.Em questão de minutos, Bruno e o carro desapareceram completamente da vista de Stella e Letícia.Letícia e Stella se entreolharam.No instante seguinte, as duas garotas se viraram e correram de volta para a loja.Elas não viram Aurora sentada no caixa, apenas viram suas ferramentas de artesanato ocupando silenciosamente
- Não tem nada a ver com ele. Foi por um descuido meu que me cortei. - Disse Aurora, fingindo indiferença. Ela então se dirigiu a Letícia. - Letícia, sobre mim e Bruno...- Aurora, eu não estou te culpando. Você não precisa se explicar para mim ou pedir desculpas, não te conheço de ontem. Estou apenas zangada com Bruno por nos enganar, tratando nós duas como bobas. - Interrompeu Letícia.Lá fora, Stella havia contado a Letícia o que aconteceu depois que Aurora descobriu a verdadeira identidade de Bruno, e Letícia estava com o coração partido por sua prima.Ela estava sendo completamente enganada por Bruno.- Aurora, eu já desisti de Bruno há muito tempo, desde que descobri que ele era casado. Por um tempo, eu me afastei dele e tentei não pensar nele. Estou muito mais calma agora. Não deixe que minha experiência afete sua decisão. Deixando de lado o fato de Bruno ter te enganado, ele é alguém em quem você pode confiar para o resto da vida. Claro, não espero que você o perdoe rapidamente
Bruno estava com o rosto sério e não falava.Ao ver isso, Paulo também não quis mais continuar desperdiçando saliva e sugeriu:- Que tal você ficar na empresa enquanto eu vou tentar sondar as notícias para você? Acho que você precisa fazer algo para distrair sua mente. Os conflitos entre vocês não serão resolvidos em apenas um ou dois dias, ficar ansioso não adianta nada. Quanto mais ansioso você estiver, fica mais propenso a cometer erros.De fato, Bruno precisava fazer algo para se distrair. Ele respondeu com um tom de desânimo:- Se você quer tirar uma folga, é só dizer, não precisa usar a desculpa de sondar coisas para mim.Paulo riu e disse:- Depois de trabalhar como um burro por tantos anos para você, acho que chegou a hora de eu descansar por alguns dias.Ele e a Stella ainda estavam andando no mesmo lugar, poxa vida.Provavelmente por causa de Bruno e Aurora, Paulo sentia que Stella estava muito interessada nele, mas ao mesmo tempo, ela controlava firmemente seu coração, sem o
Já que Paulo veio até aqui, ela podia deduzir que Bruno tinha voltado para a empresa depois de sair da livraria.- Depois que Letícia descobriu que Bruno é o Sr. Alves, o que ela disse e fez? – Perguntou Paulo.Depois de tirar a foto, ele não a enviou imediatamente para Bruno.De qualquer forma, Letícia já tinha levado Aurora ao hospital para refazer o curativo, e se Paulo enviasse a foto para Bruno agora, Bruno provavelmente o chamaria de volta para a empresa enquanto ele próprio ia se preocupar com a esposa no hospital.Paulo egoisticamente pensou: “Eu só preciso de uma tarde de folga”.Ele queria passar um tempo a sós com Stella antes de voltar para a empresa e continuar sendo o pobre faz-tudo de Bruno.Ele pensou que, com certeza, ele devia uma grande dívida de gratidão a Bruno de uma vida anterior, e era por isso que nesta vida ele estava fazendo tantas coisas por Bruno, de bom grado.- Ela apenas repreendeu o Sr. Alves por enganar Aurora, mas não fez nada além disso. O Sr. Alves
Paulo tinha uma expressão de descontentamento em seu rosto. Ele já havia convidado Stella para sair várias vezes, mas os pais dela ainda não sabiam que ele estava correndo atrás da Stella.(Sra. Iara: Mas a pessoa que o Sr. Paulo chamava para sair não era o Roberto?)(Paulo: Maldições...)Stella atendeu a ligação de sua mãe.- Mãe. - Stella chamou docemente. - O que a vossa senhora deseja?- Não me venha com essa. Volte cedo esta noite, vamos jantar na casa da sua tia.Stella perguntou cautelosamente:- Que dia é hoje? Por que vamos jantar na casa da tia Elisa?Depois de um breve momento de silêncio, Iara abaixou a voz e perguntou:- A Aurora está do seu lado?- Não.- Ótimo. É porque o Helder voltou. Ele vai ficar por apenas dois ou três dias. Desde que ele foi para Cidade H, sua tia tem pensado nele dia e noite. É assim que as mães são, sempre preocupadas com os filhos. Como o Helder raramente volta, sua tia nos convidou para jantar e nos reunirmos.Ao ouvir isso, o rosto de Stella m
Ao saber que Helder vivia importunando Aurora, Iara também não achou certo.Mesmo que ele tivesse se apaixonado por alguém, se a pessoa já estava casada, por que continuar no pé dela? O que isso significava?- Ah, aliás, sua tia encontrou um ótimo partido para você de novo. Durante o jantar de hoje, você vai conhecer essa pessoa. Sua tia disse que dessa vez não é um herdeiro rico. Ela sabe que você não gosta da ideia de se casar com alguém de uma família poderosa, então desistiu disso.Na verdade, foi quando Stella se jogou no chão na festa de aniversário da Sra. Rodrigues que Elisa percebeu que sua sobrinha não teria chance com uma família de alta sociedade, então ela desistiu da ideia.Depois de sossegar por um tempo, Elisa não pôde deixar de se preocupar novamente com os assuntos importantes da vida de sua sobrinha.Stella já tinha 26 anos, mas nem sequer tinha um namorado. Sempre que Elisa pensava na idade de sua sobrinha, ficava nervosa.- Sua tia disse que o homem que você vai co
No entanto, esse rapaz chamado Paulo parecia mesmo um ótimo homem.Toda vez que ela via Paulo convidar seu filho para sair, suspirava em seu coração. Se Paulo estivesse convidando sua filha, ela ficaria tão feliz que poderia acordar sorrindo desse um sonho.Paulo disse seriamente:- Tia Iara, não estou fingindo nada. Eu sou o namorado da Stella... Bem, na verdade, estou correndo atrás dela ainda, porque a Stella ainda não concordou em ser minha namorada.Ao ouvir isso, Iara imediatamente afastou o celular do ouvido. Depois de verificar a tela e ver que realmente estava falando com sua filha, esfregou os ouvidos e aproximou o celular novamente, perguntando a Paulo:- Você é realmente o Sr. Paulo Gomes?- Sou eu.- Você disse que está correndo atrás da Stella? Não é do Roberto?Paulo se engasgou momentaneamente com a sua pergunta, depois respondeu:- Tia Iara, sou um heterossexual, só gosto de mulheres.Em seu íntimo, ele exclamava indignadamente. A futura sogra, assim como Stella, achav
Infelizmente, seus dias de paz chegaram ao fim.Finalmente, Paulo encerrou a ligação com a mãe dela.Ele devolveu o celular para Stella e olhou para ela, sorrindo e dizendo:- Vamos jantar na casa da sua tia hoje à noite. O que eu preciso levar? Como estou agora, bonito?Stella lançou um olhar rápido por ele e continuou comendo os doces que ele trouxe, dizendo com a boca cheia:- Mesmo que você seja um canalha, aos olhos da minha tia, você é o melhor.Paulo Gomes, o presidente do Grupo Alves, o jovem Sr. Paulo da misteriosa família Gomes. Essa identidade, essa posição, ele era o genro dos sonhos de sua tia.Quando sua mãe e sua tia souberam que o marido de Aurora era o Sr. Alves, mais de uma vez expressaram na frente dela uma grande inveja pela sorte de Aurora por conseguir conquistar um dos melhores homens da Cidade G.Quando elogiavam e invejavam Aurora, tanto sua mãe quanto sua tia estavam olhando para ela com um olhar significativo, e Stella sabia muito bem o que aquele olhar signi
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do