De repente, Bruno pensou em algo e acendeu a luz rapidamente. Ele caminhou apressadamente em direção ao quarto de Aurora, abrindo a porta e encontrando tudo do mesmo jeito, com seus objetos pessoais ainda lá.Ele foi até o guarda-roupa dela e viu que faltavam algumas roupas, mas a mala ainda estava ao lado do armário. Ela não tinha levado todas as suas coisas.Bruno suspirou aliviado.Pela primeira vez, ele sentiu medo de perder alguém.Ele se sentou na cama de Aurora, acariciando as cobertas suavemente, como se estivesse tocando Aurora.- Aurora... - Sussurrou ele baixinho. - Vou provar com ações concretas que, pelo resto de nossas vidas, nunca mais vou te enganar! Se eu fizer algo para te enganar ou te machucar novamente, eu te dou um ano para não falar comigo. Um ano... Não, é um pouco longo, talvez três meses.Depois de refletir, ele percebeu que enlouqueceria se Aurora ficasse três meses sem falar com ele, então Bruno continuou falando consigo mesmo:- Então, uma semana. Se você n
Aurora sorriu e disse:- Como eu poderia não vir mais abrir a loja?- Depois que souberam que você é a Sra. Alves, todos diziam que você certamente venderia a livraria e se dedicaria à vida de Sra. Alves. Eles até disseram que se você vendesse a loja, mesmo por um preço alto, eles a comprariam, porque achavam que a livraria tinha um bom Feng Shui. - Norberto riu alto e disse. – Mas eu sei que isso não tem nada a ver com Feng Shui da loja, é sobre o seu destino.Aquelas pessoas achavam que ao adquirirem a loja da Aurora, poderiam subir na vida como ela? Bem, pelo menos eles poderiam aproveitar um pouco da fama da Sra. Alves, afinal, era uma loja aberta pela Sra. Alves.- Norberto, eu ainda sou eu, esta livraria é o resultado do trabalho árduo meu e da Stella ao longo dos anos. Não posso desistir.- Ouvi dizer que as senhoras da alta sociedade não podem trabalhar. O Sr. Alves permite que você continue aparecendo em público? – Perguntou Norberto, puramente fofoqueiro.Após um momento de s
Stella sorriu e disse:- Essa é a Aurora que eu conheço.Ela estacionou a bicicleta e ajudou Aurora a mover as prateleiras e arrumá-las.- O Sr. Alves veio te incomodar depois? - Stella perguntou preocupada.Aurora estava varrendo o pó das prateleiras com uma pena de avestruz nas mãos. Ao ouvir as palavras da amiga, ela respondeu:- Você acha que, com o temperamento dele, ele seria capaz de me deixar em paz por alguns dias para me acalmar?- Ele não seria capaz. - Stella continuou. - Enquanto ele não for excessivo como antes, te sufocando e te mantendo em cativeiro, é melhor fechar os olhos para algumas coisas. O Sr. Alves está apenas muito preocupado, com medo de te perder.Aurora ficou em silêncio.Vendo que ela não estava interessada em discutir assuntos emocionais, Stella teve a sensibilidade de parar de falar sobre isso.- Finalmente abriram! Aurora, Aurora!A voz que Aurora menos gostava de ouvir veio da porta, e logo depois, o velho Sr. Garcia entrou na livraria, acompanhado de
O velho Sr. Garcia disse:- Já pediu o delivery? Tudo bem. Então, Aurora, você paga daqui a pouco.Ouvindo isso, Aurora quase riu.Essas pessoas realmente não mudavam.Sempre querendo se aproveitar dela.Ela respondeu friamente:- Quem pediu o delivery, que pague a conta.Ela também olhou para as supostas especialidades da cidade natal que Sandro e Diego trouxeram. As sacolas não estavam fechadas e ela viu que uma delas continha batatas-doces e a outra continha inhame.Eles trouxeram esses produtos rústicos para ela e queriam sentar em sua loja para receber o dinheiro?Apenas seu avô ousaria pensar nisso.O velho Sr. Garcia começou a falar:- Aurora, o passado é passado, vamos deixar para trás. Não guarde rancor o tempo todo. Afinal, eu sou seu avô de verdade, estamos dispostos a pedir desculpas a você. Se você quiser, podemos fazer um pedido de desculpas público online. Seu primo Diego já está escrevendo uma carta de desculpas, em breve será publicada na internet. Os mal-entendidos fo
Toda a Cidade G sabia das coisas que a família Garcia fez com as irmãs Aurora e Madalena. Mesmo sabendo que Bruno era o Sr. Alves, eles ainda se atreviam a agir com arrogância e se exibir como se fossem da família Alves. De fato, a família Garcia tinha uma cara de pau espessa que nem mesmo uma régua seria capaz de medir sua espessura.Aurora ficou tão indignada com a falta de vergonha deles que não se preocupou em ser educada e simplesmente mandou que saíssem:- É simplesmente um absurdo, puro devaneio! A porta está ali, peço que saiam imediatamente!Diego e os outros instintivamente deram alguns passos para trás, mas não saíram completamente da livraria.Deixaram o velho Sr. Garcia enfrentar a situação sozinho.Enfim, o avô já estava velho, e mesmo que Aurora estivesse com raiva dele, ela não ousaria levantar a mão contra ele.- Aurora! - O velho Sr. Garcia chamou Aurora com uma expressão séria. Quando ela olhou para ele, ele disse. - Se você quer que a gente vá embora, tudo bem, mas
- Espere só para ver! Vou causar tumulto na empresa do seu marido, exigir dinheiro dele. Se ele não der, vou até a casa da sua sogra e exigir dela. Vou fazer você passar vergonha, fazer sua sogra te desprezar e te expulsar da família Alves! - O velho Sr. Garcia proferiu palavras cruéis.E ele realmente tinha a intenção de fazer exatamente isso.Antes de vir, seus netos o alertaram de que Aurora e Madalena o odiavam e talvez não lhe dessem dinheiro, então eles deram uma sugestão a ele.Disseram que Aurora agora era a Sra. Alves da família Alves e que ela valorizava muito a reputação.Contanto que eles tivessem coragem de causar tumulto, Aurora, em nome da reputação de sua família, acabaria lhes dando dinheiro.Se Aurora se recusasse a dar dinheiro, eles iriam causar tumulto lá na empresa do Bruno e na casa na família Alves. Mesmo que Aurora tivesse uma relação ruim com eles, eles ainda eram sua família por parte de mãe. Qual nora nesse mundo, tendo uma família assim, não se sentiria env
Simplesmente pareciam inimigos.Ao ver Bruno, o velho Sr. Garcia exclamou:- Ora, meu bom Bruno, você chegou! Você precisa controlar sua esposa, olhe só, Aurora não tem nenhum respeito pelos mais velhos. Uma criança sem disciplina, sem educação, sem pais para educá-la. Você é o Sr. Alves e tenho certeza de que sua família valoriza a educação. Ela não tem educação, você devia se divorciar dela imediatamente. Se não se divorciar, pelo menos tem que discipliná-la severamente. Se ela não te obedecer, é só lhe dar um tapa, as mulheres só entendem quando são espancadas. No passado, a avó dela também não me ouvia, então eu a espancava todos os dias até que ela passasse a fazer tudo o que eu mandava. Meu bom Bruno, Aurora jogou água nas minhas roupas, veja só! Me dê algum dinheiro para que eu possa comprar roupas novas para trocar.A expressão fria de Bruno fez o velho Sr. Garcia tremer internamente, mas ele ainda teve a coragem de dizer uma série de coisas sem vergonha.Stella realmente queri
Infelizmente, o bom Deus também parecia cego. As outras netas eram todas filiais com o avô, mas apenas a Aurora, essa ingrata, acabou se casando com o membro de uma família rica!Diego e os outros viram o avô fugir e naturalmente não ousaram ficar.Todos voltaram para seus carros e saíram voando.Bruno colocou com força o balde de água pesado no chão, fazendo a água respingar e molhar suas calças.- Seu velhote, se você tem coragem, não fuja! - Bruno gritou para os carros que iam embora.Ele planejava assustar o velho Sr. Garcia e, se ele não saísse, faria com que seus guarda-costas o enfiassem no carro da família Garcia à força e os mandassem levá-lo embora.Mas o velho não aguentou e fugiu sozinho, o que foi muito mais conveniente.Aurora e Stella saíram também.Stella disse:- Aurora, você não pode se reconciliar com essas pessoas de forma alguma. Mesmo que eles peçam desculpas publicamente na internet, você não deve se reconciliar com eles. São pessoas que não suportam ver você bem
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do