- Está bem. - Tio Camilo respondeu respeitosamente. Preocupado, ele aconselhou. - Sr. Alves, está ventando aqui fora e está frio, volte para dentro de casa. O senhor ainda não comeu nada hoje.Bruno permaneceu parado e perguntou a tio Camilo:- Se eu desmaiar de fome, você acha que a Sra. Alves vai voltar?Tio Camilo ficou em silêncio.Bruno riu de si mesmo e disse:- Estou apenas perguntando sem pensar. Não brincaria com minha saúde, ainda quero envelhecer ao lado de Aurora, com os filhos e netos. Seria um desperdício morrer de fome antes de ter cabelos brancos.Tio Camilo rapidamente disse:- A Sra. Alves come quando tem que comer, bebe quando tem que beber. Acho que ela tem uma boa mentalidade.Tio Camilo tinha medo que Sr. Alves realmente não comesse mais. E se a Sra. Alves fosse cruel e nunca mais voltasse, o Sr. Alves morreria de fome?- A Sra. Alves... Ela não me ama tanto quanto eu a amo. – Bruno disse.Por isso, ela podia ser um pouco mais insensível e comer mesmo em momentos
Erica se engasgou. Sentindo um pouco de culpa, ela disse:- Eu pensei que amar fosse algo da natureza humana, não precisasse ser ensinado. – Em seguida, ela murmurou para si mesma. – E é preciso enfrentar algumas dificuldades para se valorizarem ainda mais um ao outro.Suzana balançou a cabeça.Nessa hora, uma empregada entrou, avisando:- Com licença, Sra. Erica e Sra. Suzana, o Sr. Alves voltou.Ao ouvir isso, Erica saltou como um pássaro assustado. Seus movimentos eram muito ágeis, sem serem afetadas pela sua idade. A velhinha disse:- Suzana, vou voltar para o meu quarto e ficar deitada. Se Bruno perguntar por mim, diga a ele que estou tão preocupada com ele e Aurora, que fiquei doente.Suzana ficou em silencio por alguns segundos antes de avisar:- Quando o Sr. Bruno te levar à força para o hospital, não me culpe por não ter avisado antes, mãe.- Enquanto ele não me levar para o crematório, está tudo bem.Dito isso, Erica se apressou em voltar para o seu quarto, se deitando na cam
- Mãe. - Bruno sentiu que se não explicasse claramente, sua mãe realmente iria arranjar encontros com essas jovens ricas, causando mal-entendidos. Ele falou com voz séria. - Aurora foi embora com a irmã, ela voltou para a casa da Madalena por um tempo para se acalmar e refletir. Ela não foi embora para nunca mais voltar. E eu não vou permitir que ela não volte.Só Deus sabia o quão difícil havia sido para ele deixá-la ir com a Madalena. - Eu também preciso me acalmar, mas é difícil para mim me acalmar. Então eu decidi mergulhar aqui para tentar me acalmar. Mãe, não estou tentando usar tática de pena.Suzana piscou repetidamente, perguntando:- Vocês não se divorciaram ainda?- Você quer muito que eu me divorcie, mãe?- Sim e não. Eu sempre achei que vocês dois não eram compatíveis, pertencem a diferentes círculos sociais. É muito difícil para Aurora se encaixar aqui. Talvez agora vocês não entendam ou sintam, mas depois que vocês se reconciliarem, se você levar Aurora para eventos soc
- Suzana, peça a alguém para fazer um chá de gengibre para aquele garoto, coloque bastante gengibre, deixe o peste com a língua ardendo!Dito isso, Erica saiu do quarto.Suzana assentiu e pediu à empregada ao lado que preparasse o chá de gengibre, depois correu atrás da Erica.A sogra e a nora chegaram à beira da piscina, onde Bruno ainda estava nadando para cá e para lá, como um peixe.- Bruno! - Erica gritou com firmeza.Bruno apenas virou a cabeça e deu uma olhada na avó, continuando a nadar para a frente. Ele chegou à beira da piscina e se sentou ali.Erica contornou a piscina e foi até ele, dizendo com preocupação:- Por que você ainda está sentado aqui? Volte para dentro da casa imediatamente.- Vovó, eu quero me acalmar um pouco. - Respondeu Bruno.Erica o repreendeu:- Se você quer se acalmar, pode se trancar em seu quarto, tenho certeza de que ninguém vai ousar te incomodar. Precisava pular nessa piscina para se acalmar?- Funciona bastante. - Disse Bruno calmamente. - A água
Depois de trocar de roupa, sob o olhar atento de sua mãe, ele tomou aquela xícara de chá de gengibre, que o deixou com uma careta pelo seu sabor picante.- Mãe, por que colocaram tanto gengibre? Está muito ardido.- Sua avó pediu para colocarem bastante gengibre, para espantar o frio. Se você tem medo de tomar chá de gengibre, então não faça coisas estúpidas como essa no futuro.Bruno colocou a xícara de lado.- Mãe, eu realmente precisava me acalmar, não foi algo intencionalmente estúpido.- Está bem, está bem, você precisava se acalmar, então agora está calmo o suficiente? Vá conversar com sua avó, ela é a responsável por tudo isso. Se não fosse por sua avó, você nem estaria nessa situação.Suzana disse isso propositalmente, porque tinha um certo ressentimento em relação à sogra.Seu filho era tão talentoso, não teria dificuldade em encontrar uma esposa excepcional, mas a sogra insistiu que Bruno se casasse com a mulher que salvou a vida dela.No início, eles eram extremamente gratos
Suzana também parou para refletir. A maioria das pessoas se casavam apenas uma vez na vida, e realmente foi uma injustiça para Aurora se casar com seu filho sem terem feito nada simbólico. Ela disse:- O dote ainda pode ser dado e a cerimônia de casamento podem ser realizados mais tarde.Bruno sabia que podia ser feito mais tarde, mas ainda assim, foi uma injustiça para Aurora.Ele se levantou e disse:- Mãe, vou conversar com a avó, e você não precisa culpar a avó. Talvez seja o destino que eu tenha que enfrentar um desafio em meu caminho amoroso.Porque ele teve uma vida muito tranquila desde o nascimento, sem enfrentar nenhum obstáculo, então Deus queria dificultar um pouco as coisas e o colocou para enfrentar um desafio no amor.- Bruno, tenho que te lembrar de uma coisa, sua identidade foi exposta no círculo em que Aurora vive. Aqueles parentes problemáticos da cidade natal dela, e a família do ex-marido da irmã dela, podem se tornar um problema constante. Você não pode dar benefí
Bruno apertou os lábios por um momento antes de dizer:- Ela precisa se acalmar, não vá perturbá-la, pelo menos não agora.Erica assentiu, dizendo:- Bruno, o fato de você ter permitido que ela volte para a casa da irmã por um tempo, a vovó está bem feliz por isso, você está progredindo. Não está mais a forçando de forma autoritária como antes. Você entendeu a importância de dar espaço e liberdade a ela, isso é bom.O rosto de Bruno ficou sombrio. Erica seguiu falando:- A vovó vai visitar a Aurora daqui a alguns dias, não para interceder por você, mas para pedir desculpas a Aurora, porque eu fui a primeira pessoa a enganá-la.Bruno bufou friamente.Eles, a avó e o neto, eram iguais em termos de personalidade.- E quanto ao futuro? - Erica perguntou.- O que a vovó acha que devo fazer? - Bruno perguntou em resposta.Erica sorriu, acariciou amorosamente o rosto bonito de seu neto e, por fim, deu um cutucão de leve em sua testa, dizendo:- Você é inteligente, pense por si mesmo, entenda
Erica deu tapinhas no ombro dele e disse:- Vá em frente! A vovó está aqui para apoiar você na reconquista da sua mulher!Bruno respondeu:- Vovó, sinto que tem um pouco de sarcasmo nessa frase sua.Os olhos de Erica brilharam, ela não admitiu:- Sério? Como eu estaria sendo sarcástica com você?- Eu costumava dizer que jamais correria atrás de nenhuma mulher...- Aquela frase? Se você não tivesse mencionado, a vovó já teria esquecido. Mas, você não está sempre levando tapa na cara? Sua cara de pau já está tão espessa que já pode aguentar qualquer tapa. Não importa quantas vezes você se contradiga, é algo natural para você agora.Bruno sentiu um espasmo no canto da boca.Essa sim, era sua legítima vovozinha!Depois de ter uma discussão com a avó e ouvir coisas que ele não sabia antes, Bruno finalmente entendeu por que a avó insistia tanto para que ele se casasse com a Aurora.Primeiro, foram as palavras finais do avô antes de partir. Segundo, foi aquele charlatão de nome desconhecido q
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do