Bruno, que havia recebido o título de “mesquinho” da Aurora, dormiu por horas em seu escritório antes de acordar.Ao abrir os olhos, ele se viu coberto por uma jaqueta grossa, que tirou antes de verificar a hora.- Já são nove da noite? - Bruno soltou um grito baixo por ter dormido tanto tempo.Havia sacolas térmicas na mesa, o gerente geral da filial havia preparado o jantar para ele. Provavelmente vendo que ele estava dormindo, o gerente geral não o acordou, a jaqueta grossa que o cobria deveria ser do gerente geral.Bruno se sentou ereto e, depois de alguns minutos de silêncio, se levantou e foi até o banheiro para lavar o rosto com água fria, clareando os pensamentos e acordando um pouco.Passaram-se vários minutos até que ele saísse do banheiro.Ele voltou à sua mesa e se sentou, abrindo as sacolas térmicas. A comida ainda estava quente.Em seguida, sentado à mesa, ele começou a comer. Ao mesmo tempo, pegou o celular e abriu o WhatsApp. Além das mensagens dos executivos da empresa
Paulo disse, com dor de cabeça:- O que está acontecendo com vocês dois? O relacionamento não tinha esquentado? Em um segundo, você ainda estava exibindo o amor entre vocês, e no outro, brigaram novamente. Não é de se admirar que Aurora tenha ido ao bar do nada, é por sua causa.Bruno disse:- Vá primeiro me ajudar a verificar em que bar as duas estão agora, há quanto tempo estão lá e se já estão bêbadas. Entre em contato comigo quando descobrir.- Está bem, vou verificar agora mesmo.Paulo desligou rapidamente o telefone e mandou investigarem para onde as duas garotas tinham ido.Enquanto aguardava uma resposta de Paulo, Bruno entrou em contato com a tripulação de seu jato particular e instruiu:- Vocês se preparem para a viagem de volta imediatamente, quero voltar para a Cidade G daqui a uns dez minutos.Quando partiu para viagem de negócios, ele não permitiu que Aurora o levasse ao aeroporto porque, por um lado, ele tinha que voltar ao escritório primeiro, e segundo, porque ele não
Bruno desistiu de ligar de novo.Mas ainda bem que, nessa hora, Paulo ligou.- Paulo, em qual bar elas estão? - Bruno perguntou ansioso assim que atendeu o telefone.Ao ouvir a urgência em suas palavras, Paulo aproveitou a oportunidade para provocá-lo:- Está muito ansioso? Está batendo os pés de ansiedade? Tão ansioso que quer voltar voando agora mesmo?- Paulo! – Gritou Bruno. Como ele ainda tinha tempo para zombar dele numa hora dessas?Bruno estava tão ansioso que queria se transformar no Doutor Estranho e abrir um portal dimensional e aparecer na frente de Aurora imediatamente.Paulo riu:- É uma oportunidade rara, muito rara! Só a Aurora tem a capacidade de te deixar desesperado e não poder fazer nada.Bruno sempre foi impassível diante de qualquer situação.Vê-lo tão ansioso a ponto de bater os pés no chão era realmente uma oportunidade rara.- Elas estão no Bar Reviva, acabaram de chegar há meia hora. Além de Stella, tem também o irmão mais novo de Stella com elas.Ao ouvir iss
- Ainda estou sóbria o suficiente, e não ficarei bêbada depois de mais dois copos.- Não beba mais. Viemos aqui só para tomar alguns drinques, se beber demais, também não faz bem para o corpo.Aurora a encarou com um olhar sombrio.Stella ficou em silêncio por momento, antes de se levantar e sair, lembrando ao irmão que deveria tomar conta de Aurora.Um pouco depois, Stella voltou com uma caneta, alguns papéis e um copo de bebida.- Toma, é o último copo, não pode mais beber depois deste. Eu pedi algumas folhas de papel para você desenhar.- Irmã, a Aurora está bêbada, como ela pode desenhar? – Roberto questionou, sem entender.Aurora disse que não estava bêbada, mas na verdade, já estava.Stella não respondeu à pergunta do irmão e entregou a Aurora uma caneta e papel. Aurora pegou e, sem nem mesmo dar atenção ao copo de bebida, começou a desenhar no papel.Ela começou desenhando uma boca no meio da folha.Roberto olhava com atenção.Desenhar uma boca bêbado ainda era fácil, ele também
- Srta. Stella, é você? - Uma voz abrupta soou.Os irmãos Willis viraram a cabeça e olharam na direção da origem do som.Aurora continuou tomando sua bebida calmamente, como se não estivesse vendo Paulo.- Sr. Paulo? – Exclamou Stella, surpresa ao encontrá-lo aqui.Paulo se explicou brevemente:- Fim de semana, saí com alguns amigos para relaxar, não esperava encontrar a Srta. Stella por aqui. Você se importaria se eu me sentasse aqui?Stella riu:- Você já está sentado. Seus amigos ainda não chegaram?Ela viu que ele estava sozinho.Paulo se sentou e cumprimentou Aurora, que acenou com a cabeça em resposta ao seu cumprimento.- Meus amigos já foram embora. – Disse Paulo, que viu o desenho e perguntou a Stella. - Quem desenhou isso? Posso pegar para dar uma olhada?Stella olhou para sua melhor amiga e Paulo soube que tinha sido obra de Aurora. Aurora estava tomando sua bebida sozinha e não disse nada. Pelo seu silêncio, Paulo entendeu que ela não concordava e não pegou o papel, mas con
- Aurora! - Stella se apressou em ajudá-la a se levantar.- Eu ainda posso beber... – Murmurou Aurora, enquanto se apoiava em Stella.Paulo olhou para Aurora naquele estado e pensou consigo mesmo que, embora estivesse com muita vergonha de sacar o celular para fazer um vídeo, havia câmeras de vigilância aqui dentro. Mais tarde, ele poderia extrair as imagens e mostrar ao Bruno.Bruno finalmente havia conseguido uma esposa que atendia às suas expectativas, mas ele parecia não estar a valorizando devidamente. Eles brigavam com frequência e ficavam de guerra fria, causando sofrimento e turbulência para as pessoas ao seu redor.- Aurora, você está bêbada, vou te levar para casa. – Disse Stella, depois se levantou e pediu desculpas ao Paulo. - Sr. Paulo, Aurora está bêbada, vou levá-la para casa primeiro, com licença.- Você também bebeu, não pode dirigir, não é? Eu não bebi, posso levar vocês para casa.Paulo tinha vindo aqui especificamente por causa de Stella e não bebeu nada, justamente
Bruno apertou o pedaço de papel e não disse nada, mas ao ver a expressão de divertimento de Paulo, pôde perceber que o desenho era relacionado a ele.O desenho de Aurora, ele já tinha visto.Como ela tinha que tricotar artesanato de fios de aço todos os dias, muitas vezes tinha que desenhar os novos modelos, então era boa nisso.- Bruuuunoooo... - Aurora murmurou de forma arrastada, encostada no peito de Bruno.Bruno a carregou com cuidado até o banco de trás do carro e a acomodou, depois entrou e se sentou ao lado dela. Por fim, quando ela estava prestes a cair para o lado, ele a segurou para que pudesse se recostar no corpo dele.- Estou aqui. - Ele respondeu baixinho em seu ouvido. - Aurora, estou aqui.Aurora não sabia.Ela estava tão bêbada que seus olhos nem estavam mais abertos. Aconchegada nos braços de Bruno, ela dormia em um minuto e resmungava no outro. Às vezes dava para entender que ela estava xingando Bruno e outras vezes não dava para entender o que ela estava dizendo.O
Esse pirralho teve uma impressão muito boa de Paulo, se ele entrasse em contato com Paulo em particular, provavelmente ia acabar vendendo a sua própria irmã.Paulo pegou o celular e seu belo rosto estava cheio de sorrisos:- Bem pensado, Roberto, vamos nos adicionar no WhatsApp. Senti uma baita afinidade com você logo à primeira vista, vamos sair para comer juntos quando tiver oportunidade, parça.Roberto sorriu, pegou seu celular e adicionou o WhatsApp do Paulo, e depois disse a ele:- Sr. Paulo, vamos indo primeiro, então.- Até mais, te pago o jantar outro dia.- Beleza, parça! - Roberto ficou muito feliz, mas logo recebeu um olhar fuzilante da irmã. Ele coçou o nariz novamente e entrou no carro com pressa.Paulo ficou parado no lugar, observando os irmãos irem embora.Depois de se afastar, Stella disse ao irmão:- Você sabe qual é o status do Paulo? E ainda age de forma tão familiarizada com ele, chamando o cara de parça e adicionando o WhatsApp dele!- Não me importo com quem ele
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do