- Bruno, a Aurora não te contou, provavelmente porque não queria que você se preocupasse. - João sentiu que tinha feito algo muito indevido e se apressou em explicar.Bruno, no entanto, desligou o telefone.João murmurou para si mesmo:- Merda, se eu causar a briga do casal, como vou fazer para ajuda-los a se reconciliarem?Bruno era uma pessoa que, uma vez que se importasse com alguém, exigiria que a outra pessoa o colocasse em primeiro lugar. Enfim, ele era mandão, dominador e possessivo demais.Esse tipo de domínio dele, às vezes, fazia com que as pessoas sentissem que ele se importava com elas e, às vezes, fazia com que elas se sentissem sufocadas e sem fôlego.O pior era que Bruno nunca se sentia culpado, como no caso de Aurora. Ele se sentiu apaixonado por Aurora e estava mais do que disposto a ajudá-la em tudo, mas Aurora era independente demais para lhe contar tudo e deixá-lo ajudar, e ele tinha a sensação de que Aurora não confiava nele e não o via como família.João ligou par
Aurora testemunhou o relacionamento da sua irmã mais velha com Daulo, desde o momento em que se conheceram, passando por se conhecerem melhor, se apaixonarem e, finalmente, terminarem em um divórcio bem desagradável. Ela percebeu que não se devia depender dos outros, mesmo que fosse o parceiro ao seu lado na cama.Porque o companheiro de cama poderia facilmente se tornar o companheiro de cama de outra pessoa a qualquer momento.- Você está dizendo que eu sou muito mesquinho? - A voz de Bruno era baixa e fria, como a neve do inverno.Era porque ele se importava com ela que queria saber tudo sobre ela.Ela não tinha tomado a iniciativa de lhe contar e o chamou de mesquinho, ainda disse que ele se irritava com coisas pequenas.Isso era uma coisa pequena? Até um homem alienado como João sabia disso, e ele só soube quando João lhe contou?Se João não lhe contasse e ele não perguntasse a ela, ela provavelmente nunca lhe contaria.Ele estava preocupado com ela e, em vez de se sentir tocada, e
Depois de alguns minutos, ela se levantou da cama e, após pensar um pouco, saiu da cama e começou a juntar seus pertences e levá-los para o quarto dela.Ela não dormiria mais no quarto dele, nem na cama dele!Assim que Aurora se irritava, voltava para seu quarto para dormir.Bruno, do outro lado, também continuava chateado.Ao receber uma mensagem de Aurora, ele a leu. Mas, em vez de responder, simplesmente a excluiu.Ele só tinha um pensamento, que Aurora o estava acusando de ser mesquinho e de não o tratar como parte da família.Colocando o celular na mesa, Bruno se levantou e andou de um lado para o outro no escritório, irritado.No fim, ele foi preparar uma xícara de café para si mesmo.Bebeu o café, forçou-se a se acalmar e depois se dedicou ao trabalho.Ele planejava virar a noite trabalhando.Aurora estava tão irritada no início que se revirava e não conseguia dormir. Depois de aguentar por mais ou menos uma hora, ela parou de ficar irritada, pois não era a primeira vez que ele
- Srta. Aurora, não precisa ter pressa, tome o café da manhã com calma. Sua irmã acabou de me ligar e disse que deixou o Michel na loja e a Srta. Stella já está na loja. Vamos direto para a loja daqui a pouco, não precisa perder tempo indo até o apartamento alugado dela.Aurora deu um suspiro de alívio enquanto caminhava até a mesa e se sentava.Dona Izete havia preparado vários pastéis fritos pequenos para ela hoje, com uma variedade de recheios e servido com vinagrete.Vinagrete...Aurora sacou o celular, tirou uma foto do pratinho de vinagrete e mandou para aquele mesquinho.Claro que um certo Alves não lhe respondeu.Aurora resmungou reclamações sobre ele bem baixo.- Srta. Aurora, são esses pastéis que não estão bons? - Dona Izete ouviu Aurora resmungar, achando que o pastel que ela havia feito manualmente não estava bom, e perguntou. - Que tipo de recheio de pastel a senhora gosta, me diga e eu faço para a senhora amanhã.- Dona Izete, eu não sou exigente, gosto de qualquer reche
- Isso prova que o Bruno ainda não me vê como parte de sua família e, se ele mesmo não consegue fazer isso, por que espera que eu o faça? Ele é simplesmente controlador e injusto, tudo tem que ser do jeito dele. Quando não é, ele fica com raiva e diz que não estou o tratando como família. Eu também fiquei com raiva e disse que ele é muito egocêntrico, que ele é mesquinho, aí ele desligou na minha cara. Mandei mensagem de novo e ele nem me responde, toda vez é assim. Quando ele fica com raiva, ele não responde as mensagens e não atende o telefone, fica lá agindo como uma mulherzinha ciumenta.Dona Izete não soube como responder.A Sra. Alves analisou corretamente, porque o Sr. Alves realmente era assim.Bruno foi criado como um sucessor desde muito jovem, e seus irmãos mais novos viviam em prol dele.Quando ele assumiu o comando do Grupo Alves, tanto a Sra. Erica quanto seus pais o liberaram e deixaram que ele se tornasse o verdadeiro líder da empresa, onde era ele quem tinha todos os d
Aurora, vendo que Dona Izete estava fazendo limpeza na casa, não pensou muito e saiu sozinha.Izete a acompanhou até a porta da casa e a viu entrar no elevador, antes de voltar para dentro e correr para pegar o celular para ligar para Bruno.De início, Bruno não atendeu.Izete o ligou três vezes, e ele ainda não atendeu.Izete não teve escolha a não ser enviar uma mensagem para ele que dizia:"Sr. Alves, a Sra. Alves tomou remédios."Então, menos de um minuto depois, Bruno tomou a iniciativa de ligar para Dona Izete.- Que tipo de remédios a Aurora tomou? - Bruno falou em uma voz baixa como de costume, sem muito calor, e Dona Izete o conhecia bem o suficiente para ouvir a tensão em suas palavras.- A Sra. Alves disse que ela não tinha dormido bem, estava com dor de cabeça e dor nos olhos, então tomou um comprimido de Tylenol.Bruno ficou em silêncio imediatamente.Que susto!Por que a Dona Izete não falou claramente logo de início?Ele achava que Aurora tinha tomado remédios para se su
Aurora chegou à loja bem a tempo de ver Paulo saindo pela porta.Ele estava virando a cabeça e acenando um adeus enquanto se afastava, e Aurora nem precisava perguntar para saber que ele estava se despedindo de Stella.Ao ver Aurora, Paulo a cumprimentou educadamente.Aurora sorriu de volta. Como não conhecia Paulo muito bem, e ainda sabia de sua verdadeira identidade, ela estava um pouco formal em suas ações.Paulo e Aurora também não tinham assunto para conversar, além disso, ela era a esposa de seu amigo e não seria apropriado que ele tivesse muito contato com Aurora quando o amigo não estivesse presente.- Sra. Aurora, vou voltar para o escritório primeiro.- Claro, Sr. Paulo, fique à vontade.Paulo sorriu, entrou em seu carro e saiu rapidamente.Aurora, então, entrou na loja.Assim que entrou, ela viu um grande buquê de rosas colocado sobre a caixa registradora, com uma estimativa visual de noventa e nove rosas. E além do grande buquê, havia também uma grande quantidade de todos o
No final, ela teve que tomar a coragem de perguntar a Letícia sobre Paulo e ficou sabendo que, se Paulo realmente quisesse causar problemas para alguém, a pessoa estaria pior do que morta.Sua maneira favorita de aprontar com as pessoas era fazê-las perder tudo o que tinham e sentir o gosto do desespero pouco a pouco, o que era extremamente torturante.Assim, Stella ficou um pouco preocupada com o fato de que, se rejeitasse Paulo diretamente, ela o ofenderia, e então ele causaria problemas para Bruno.- Tentarei primeiro, não se preocupe, não vou me forçar. - Stella ainda estava preocupada, mas se realmente fosse para ela se forçar a um namoro, ela não faria isso. Depois de uma breve hesitada, mudou de assunto. - Aurora, vocês não foram à casa dos Junqueira ontem à noite? Quando sua irmã trouxe o Michel aqui, fiquei assustada com a aparência dela.Ao mencionar isso, Aurora fez cara de indignada e xingou a família Francisco mentalmente.Se a família Francisco não tivesse procurado a irm
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do