Ontem, Madalena não tinha cozinhado todos os legumes e colocou metade deles na geladeira, mas apenas o suficiente para ela mesma comer.Ela os comprou com seu próprio dinheiro e não os deu para a Arabela e seus dois filhos.Carolina ficou surpresa.Essa mulher gorda e descarada havia reservado comida para si mesma com antecedência e não ficaria com fome.Madalena levou a comida para a mesa e sentou-se para desfrutar de sua refeição tranquilamente.Aurora, preocupada que sua irmã pudesse ser intimidada, ligou para ela durante uma pausa e perguntou: - Irmã, eles não estão te intimidando?- Com a minha façanha de perseguir Daulo com uma faca por cinco quarteirões, agora eles só ousam discutir comigo. Quando uma mulher não se importa mais com seu marido, é impossível tolerar todo o comportamento irracional dele e de sua família. - Madalena respondeu.Ouvindo sua irmã falar assim, Aurora ficou mais tranquila e perguntou: - Irmã, você já comeu?- Estou comendo. E você? – Respondeu Madalena
Carolina parecia ter uma visão clara das coisas, mas não agia de forma muito honesta e correta.Não importava o quão educada uma mulher fosse, uma vez casada e com filhos, presa pelo casamento e pelas emoções, era fácil se tornar alguém que buscava sofrimento e não merecia compaixão.- Irmã, já falei com ela, mas ela não quer ajudar. - Disse Daulo.Daulo agora não queria mais garantir nada.Desde o episódio de violência doméstica, o relacionamento do casal nunca mais voltou ao normal. Ele tinha Juliana agora e só pensava em agradar sua amante, sem ter mais paciência para a esposa em casa.Madalena também estava determinada a não se curvar. Antes, ela sempre abaixava a cabeça, mas desta vez, não queria mais fazer isso.Assim, o casal ficava em um impasse. Eles moravam juntos, mas dormiam em quartos separados e levavam vidas independentes, exceto quando se tratava do filho, nem sequer queriam falar um com o outro.- Não está disposta a ajudar nem com uma coisa tão simples? Não estou pe
A voz de Carolina ficou ainda mais baixa: - Compre um presentinho barato para ela, faça-lhe uns agrados e tudo será resolvido.- De qualquer forma, ela é a mãe do Michel. Pense no Michel, pense em como seus sobrinhos precisam de alguém para cuidar deles. Homem de verdade sabe se curvar quando necessário.Arabela se aproximou e seguiu as palavras de sua filha, aconselhando seu filho em voz baixa: - Daulo, por causa de Michel, você e Madalena ainda precisam continuar juntos. Ouça sua irmã e compre um presente para ela, faça uns agrados.- Pense em como ela cuidou tão bem de você antes, e pense em como você está agora? Não há nada de errado em abaixar a cabeça.Dessa vez, quando Arabela veio visitar, viu que seu filho não estava conseguindo manter a postura de líder da família para oprimir sua nora. Ela ficava muito preocupada com ele.Mas tudo isso era resultado da provocação dela e de sua filha.Se não fosse por elas instigarem Daulo e Madalena a dividirem as despesas igualmente, a Ma
Daulo disse à sua mãe: - Mãe, você e minha irmã podem sair para passear e comprar o que quiserem.Ele tirou o celular do bolso e transferiu cinco mil reais para a mãe, para que ela pudesse fazer compras.- Ok, mais tarde eu e sua irmã vamos passear e comprar algumas roupas novas. Vá para o trabalho agora e lembre-se de voltar cedo depois do trabalho. - Disse Arabela.Arabela acompanhou seu filho até a porta e piscou para ele, lembrando-o de comprar um presente para Madalena depois do trabalho.Madalena empurrou o carrinho de bebê e colocou o filho sentado nele, dizendo suavemente: - Vou levar Michel para dar uma volta lá embaixo.- Tá bom. - Disse Arabela, sorrindo amorosamente.Madalena ficou imediatamente em alerta. Ela sabia que a sogra estava sendo tão educada, certamente estava planejando algo, mais especificamente, a sogra e a cunhada provavelmente precisariam pedir algo a ela, certo?Não importava o que pedissem, ela não concordaria.Pensando assim, Madalena não se importava
Susana também se virou para olhar Aurora, que estava indo na direção oposta, e perguntou: - Aquela garota estava sorrindo para nós? Eu não a conheço.- Talvez eu tenha entendido errado. Ela não estava sorrindo para nós. - Respondeu a amiga de Susana, sem dar muita importância.Ela também olhou para trás e viu que Aurora já estava longe. Então riu e disse: - Eu realmente entendi errado.- Aquela garota é muito bonita e tem uma boa aparência. Eu olhei para ela duas vezes, mas não reconheci como uma das filhas de alguma família rica. Pensei que você a conhecesse. - Disse a amiga.- As filhas ricas das famílias importantes da Cidade G sempre sorriem para você quando te veem. – Brincou a amiga.Susana tinha três filhos. O mais famoso deles era o filho mais velho, que liderava o Grupo Alves e ocupava a segunda posição na família Alves, atrás apenas da avó Erica.Os filhos da família Alves eram todos excelentes, exceto pelos dois mais novos, um ainda estava no ensino médio e o outro acabava
Aurora compreendia a atitude da sogra em fingir não conhecê-la e não se importava com isso. Ela caminhou até onde havia estacionado seu carro, destravou-o e colocou as roupas que havia comprado para Bruno no banco do passageiro. Em seguida, partiu com o carro.Ao chegar em casa no Condomínio Rosa, Bruno ainda não havia retornado, então Aurora foi para a varanda cuidar de suas plantas. Havia muitas rosas florescendo, então ela pegou uma tesoura e cortou algumas. Porém, não queria jogá-las fora, então as levou de volta para a sala, aparou-as ainda mais e as colocou em um vaso.Trrrim-trrrim.De repente, seu celular tocou. Era uma ligação de uma vizinha de sua livraria, a quem Aurora havia pedido para cuidar de seus animais de estimação, enquanto fazia compras para Bruno, pois não podia levá-los consigo.- Norberto, havia me esquecido completamente disso, sinto muito. Vou buscá-los agora. - Disse Aurora ao telefone.Se não fosse por essa ligação, Aurora teria esquecido completamente de
Ouvindo Norberto falar assim, Aurora teve que dizer: - Cuidado no caminho, dirija devagar.Norberto veio de moto.Ele sorriu e acenou para Aurora, antes de sair com sua moto.Depois que Norberto foi embora, Aurora ligou para Bruno.- O que houve? - Disse Bruno com uma voz profunda.- Senhor Bruno, você está quase saindo do trabalho? – Perguntou Aurora.Bruno ficou em silêncio por um momento, pensando se ela estava sentindo falta dele?Logo, Bruno negava essa possibilidade, Aurora não poderia sentir falta dele.Ele havia estado um pouco paranóico ultimamente.- Algum problema? - Bruno não respondeu diretamente, querendo saber por que ela estava perguntando quando ele sairia do trabalho.- Eu saí com pressa e esqueci minhas chaves, agora não consigo entrar em casa. Se você ainda estiver trabalhando, vou pegar um táxi e ir até a sua empresa buscar as chaves. Se você estiver quase saindo do trabalho, espero por você na porta da nossa casa. – Explicou Aurora.Depois de pensar um pouco, Bru
- Uma surpresa para você. - Respondeu Aurora.Bruno pegou a sacola e olhou para dentro:- São roupas, de novo?Ele tirou as roupas da sacola e dessa vez ela havia sido mais generosa, comprando apenas marcas famosas.- Não tenho experiência em presentear homens, não pude preparar uma grande surpresa. Só pude fazer pequenas surpresas. Na última vez, as roupas que te dei não eram tão caras, apenas alguns milhares de reais por conjunto. Desta vez, comprei roupas de marca para você, por mais de dez mil reais por conjunto. - Disse Aurora.- Usá-las é como pendurar uma tonelada de reais em mim. Isso não é uma surpresa? Eu nunca usei roupas tão caras antes. – Continuou Aurora.Bruno sorriu dizendo:- Com sua personalidade e situação financeira, comprar roupas tão caras para mim é realmente uma surpresa.Definitivamente era melhor do que as roupas que ela havia lhe dado da última vez. Era realmente uma surpresa.- Obrigado por ter ajudado minha irmã a coletar provas da traição de Daulo. – Agra
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do