Madalena chorou por um longo tempo. Só depois que Daulo voltou, ela enxugou as lágrimas e fingiu estar dormindo, enquanto seus ouvidos se aguçavam para ouvir os movimentos lá fora.O casal dormia em quartos separados desde o incidente de violência doméstica, e Daulo provavelmente estava com medo de que Madalena o esfaqueasse enquanto estivesse dormindo.A porta foi aberta, mas Daulo não entrou, apenas ficou parado na porta e observou por alguns instantes. Quando viu que a esposa e os filhos estavam dormindo, fechou a porta, virou-se e voltou para o quarto ao lado.Assim que a porta foi fechada, ele ligou para Juliana.- Alô, Diretor Daulo.- Não estamos no escritório agora, me chame de Daulo. - A voz de Daulo estava bem baixa por medo de ser ouvido por sua esposa que estava no quarto ao lado.- Daulo, você já chegou em casa? Eu estava tão preocupada contigo! Você bebeu tanto e dirigiu sozinho para casa, fiquei tão aflita, você não pode mais fazer isso de agora em diante, viu? Dirigir e
- Você está fedendo de tanto beber e não vai tomar banho? - Madalena o chutou em sinal de repulsa.Sabendo que ele a havia traído, ela pensou nas palavras de Aurora: “Não o assuste por enquanto, finja que nada aconteceu e colete secretamente as provas de sua traição primeiro, para que ele não possa negar”.Quanto à possibilidade de Daulo tentar matá-la, Madalena achava que ele não era cruel o suficiente para fazê-lo. Além disso, com a tecnologia avançada de hoje em dia, a polícia estava ficando cada vez melhor na investigação de casos e, se ele ousasse matá-la, um dia seria pego.Ele não estaria disposto a trocar sua carreira e sua vida pela dela.Daulo reclamou, mas foi tomar um banho.Quando saiu do chuveiro, mais uma vez se deitou ao lado do filho. Porém, em menos de dois minutos, ele já estava sentado de novo, rastejando sob os pés do filho e tocando as coxas de Madalena, com suas intenções muito claras.Ele já não ficava mais excitado com o corpo atual de Madalena, mas Juliana est
Madalena não tinha ido fazer compras na feira. Agora, ela estava ocupada procurando trabalho durante o dia, e só ia ao mercado fazer compras à noite, quando retornava, porque as verduras tinham desconto à noite e ela podia economizar algum dinheiro assim.Ela ainda não havia encontrado um emprego, e seu marido era um homem com o qual não se podia contar. Porém, Madalena ainda não estava no fim da linha, porque graças à ideia da irmã, ela tinha a sua própria economia.Na verdade, quando acabaram de se casar, Madalena quis deixar o emprego e voltar para casa, para se preparar para a gravidez, mas Aurora foi contra, dizendo que as mulheres, antes ou depois do casamento, deveriam ter sua própria renda, e não depender completamente dos homens. Se seu marido fosse bom para você, tudo bem. Mas quando seu marido não gostasse mais de você ou a traísse, não ter um emprego significaria não ter uma renda, estar em desvantagem e ser facilmente jogada no abismo.Ela foi tola.Tola por acreditar que
Ela havia acabado de chegar ao térreo quando ouviu os gritos de seu homem.Os seguranças, que estavam fingindo andar pela vizinhança, instintivamente viraram as costas quando viram a Sra. Alves surgindo no térreo, fingindo não ver Aurora, e continuaram sua lenta caminhada.Não demorou muito para que o som do Sr. Alves chamando a Sra. Alves fosse ouvido novamente.Aurora parou e se virou para olhar para Bruno.Bruno pegou as chaves do carro e disse a Aurora:- É melhor eu te acompanhar até lá.Sua cunhada, que havia lutado bravamente contra a violência doméstica de Daulo, era uma pessoa impetuosa. Não era o tipo de pessoa que estava disposta a ceder.Sabendo que seu marido a havia traído, será que Madalena conseguiria suportar isso?Talvez o casal tenha brigado outra vez.Bruno sabia que sua esposa era boa de luta e que Daulo não seria capaz de intimidá-la, mas ainda tinha que ter um homem para ir com ela. Pelo menos, os membros da família Francisco não se atreviam a ser muito arrogante
Aurora queria dizer que sua irmã certamente não perdoaria, mas, pensando melhor, assentiu.No caminho, o casal não conversou mais.Bruno já não era bom em conversas casuais, e Aurora estava tão preocupada com sua irmã que não estava com disposição para conversar. O carro estava silencioso e Bruno nem sequer colocou música.Aurora olhou pela janela do carro para a cena da rua.Quando chegaram ao Condomínio Lago Azul, Aurora ligou para a irmã, que atendeu o telefone, e ela suspirou aliviada.- Mana, você e o Michel já acordaram? Fiz um pouco de canja de frango desfiado, e acabei fazendo um pouco a mais, então trouxe um pouco para você e o Michel.Madalena parou, olhou para o filho no carrinho de bebê e disse:- O Michel ainda não acordou, Aurora, não estou em casa, estou passeando com o Michel e estou quase chegando à sua livraria, então vou direto para a sua loja e não vou para casa.- Jura? Então me manda a sua localização e nós vamos te pegar, depois voltaremos juntos para a loja.- E
E se sua irmã não conseguisse a guarda de Michel após o divórcio?A família Francisco era um bando de hipócritas, comparável aos seus parentes da aldeia Garcia. Se Michel ficasse na família Francisco, sua vida no futuro seria inimaginável.Michel foi criado pelas irmãs desde o nascimento e Aurora amava o sobrinho como se fosse seu filho.Ela ficava nervosa só de pensar que seu sobrinho poderia ser entregue à família Francisco. - Irmã, quando chegar a hora, temos que lutar pela custódia do Michel. - Disse Aurora em voz baixa. - Se deixarmos o pobrezinho com eles, Michel não terá uma boa vida e pode ser maltratado.Madalena mordeu o lábio inferior e sussurrou:- Farei tudo o que puder para conseguir a guarda de Michel.Enquanto Bruno dirigia, ele disse:- A irmã precisa conseguir um emprego primeiro, só assim poderá lutar pela custódia no processo de divórcio. Caso contrário, será fácil perder a custódia.Embora Madalena estivesse cuidando da criança e a criança fosse mais próxima da mã
- Michel não terminou a canja, então eu a comi.Madalena não tinha um bom apetite.A canja na bolsa de marmita, que Michel não havia terminado, ela terminou de comer. Não sentia fome, mas também não se sentia saciada. Porém, não queria comer mais nada.Stella, por outro lado, já tinha tomado seu café da manhã.Por fim, Aurora comeu sozinha.Ela comeu os ovos mexidos e os bacons fritos rapidamente, terminando um prato cheio em apenas alguns instantes.Enquanto recolhia a louça, Stella a seguiu até a cozinha e perguntou em um sussurro:- Aurora, você notou os olhos de sua irmã? Parecem inchados, ela esteve chorando?Aurora ficou em silêncio enquanto lavava a louça.Depois de um tempo, ela disse em voz baixa:- Helder foi a uma reunião de negócios ontem à noite e viu meu cunhado com uma mulher lá. Os dois estavam agarrados intimamente durante a reunião, e seria inacreditável dizer que eles não estavam tendo um relacionamento. Helder só se lembrou disso quando voltou para casa e me procuro
- Aurora, a partir de amanhã, você só precisa ir pegar o Michel, eu vou até a sua loja correndo, preciso emagrecer!Não era para manter uma boa imagem para fazer Daulo ficar, era para ter uma boa imagem e conseguir um emprego melhor depois.- Está bem. – Respondeu Aurora, Aurora já tinha dito à sua irmã para praticar exercícios e não se deixar engordar mais.- Aurora. - Madalena de repente abraçou a irmã e chorou, foi um choro histérico.Ela estava muito amargurada por dentro.Depois de tantos anos de relacionamento, mas tinha chegado a esse ponto... Seria mentira dizer que ela não estava magoada.Ela estava apenas fingindo ser forte, não querendo que seu filho a visse chorar.Os olhos de Aurora estavam vermelhos enquanto ela abraçava a irmã com força.Assim como foi quinze anos atrás, quando ela soube que seus pais haviam morrido em um acidente de carro, sua irmã foi buscá-la na escola para levá-la para casa. Quando sua irmã a viu saindo da escola, ela a abraçou e chorou. Naquela hora
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do