Aurora assentiu e disse:- Só estou te alertando disso. Quanto ao emprego, não tenha muita pressa, irmã.Stella também estava de acordo:- Procure com calma e encontre um emprego que seja adequado para você. Se realmente não conseguir encontrar um, pode vir ajudar na nossa livraria. Eu posso pagar o seu salário, ou talvez.... Madalena, você não pensa em abrir uma loja própria?Observando o filho brincar, havia desamparo nas palavras de Madalena ao responder:- Não tenho tanto capital inicial, e também não sei que tipo de loja abrir. Está difícil fazer negócios em lojas físicas hoje em dia.A livraria de sua irmã estava localizada em frente à Escola Secundária de Cidade G, por isso os negócios eram razoáveis. Se trocasse de lugar, talvez vinham a falir.As pequenas lojas, em frente à Escola Secundária de Cidade G, tinham aluguéis muito caros e nem todos teriam a capacidade para pagá-los. Era preciso ter alguns contatos. Por exemplo, a loja delas só foi garantida com a ajuda da família d
Já se passou um mês, então ainda faltavam cinco meses para que os dois voltassem a ser solteiros e pudessem se casar novamente com outras pessoas, sem mais nenhuma relação entre eles.Paulo e João se entreolharam.João disse:- Mas não dizem que vocês, os homens da família Alves, são proibidos de se divorciar?- Eu sou a exceção. - Bruno disse em voz baixa e fria. - Vocês também sabem como aconteceu o meu casamento com Aurora. Mesmo que eu me divorcie, minha avó não poderá dizer nada sobre mim, muito menos qualquer outra pessoa, porque todos sabem que estou... Magoado.Sim, ele estava magoado.Para ajudar a avó retribuir sua gratidão, ele se casou com Aurora, uma mulher que era uma completa estranha para ele. Depois do casamento, ele sempre foi generoso e compreensível com ela, mas como ela estava agindo em relação a ele?Ela disse que estava indo para casa da irmã, mas acabou sendo um encontro com Helder!Bruno, que era ciumento e se recusava a admitir, automaticamente ignorou a prese
Como não recebeu nenhuma resposta de Bruno, Aurora disse à irmã:- Bruno deve estar na farra com os amigos, mandei uma mensagem para ele, mas ele não me responde.- Mana, você não precisa vir amanhã, tire um tempo para fazer companhia a Bruno.O casamento de Madalena tinha ido por água abaixo, então ela esperava que o da irmã fosse melhor e durasse mais do que o dela.Ela gostava bastante de Bruno como seu cunhado, já que ele tratava de coração sua irmã e era muito mais generoso do que Daulo. Quanto a ela e Daulo, foi um processo natural, eles se conheceram, se apaixonaram e se casaram. Mas agora que ele tinha um pouco de dinheiro, ainda era tão mesquinho que se recusava a comprar para ela qualquer meio de transporte.A bicicleta elétrica ainda foi sua irmã quem comprou para ela.- Irmã, eu sei. A propósito, aquelas pessoas lá da aldeia ainda estão vindo atrás de você? Nem sei como eles estão. A vovó já deve ter feito a cirurgia a essa altura. - Madalena perguntou sobre aqueles parente
Bruno sibilou essas palavras com frieza.Aurora se engasgou, sentindo uma pontada de dor no coração.Será que Bruno achava que ela queria se importar com ele?Era só pelo fato de serem casados, que ela foi atenciosa em perguntar.Aurora deu meia-volta e saiu.Vendo que ela não fez mais questão de perguntar, e que não pretendia se importar com o estado dele, simplesmente indo embora, Bruno ficou ainda mais irritado.- No futuro, não pode atender a porta de pijama!Aurora foi em direção à cozinha, dizendo:- Estou de sutiã por dentro.Agora, ela só os tirava quando ia para a cama, para não se deparar com outra situação como a que acabara de passar, de ter que abrir a porta para ele.- Além disso, parece que a minha vestimenta não é da conta do Sr. Bruno. Eu me lembro muito bem que no acordo que o Sr. Bruno escreveu, dizia que não podíamos interferir na rotina um do outro.Bruno estava calado e rosto era sombrio.O acordo havia sido escrito, por assim dizer, de forma completamente favoráv
Bruno agarrou as duas mãos dela e as prendeu com força nas laterais de sua cabeça, depois entupiu a sua boca abruptamente.Este beijo não foi nada carinhoso.Era como se ele estivesse descarregando toda a sua raiva.Foi um beijo forçado, e com muitas mordidas.Aurora ficou tão enfurecida com o comportamento dele, que mordeu o lábio dele com raiva. A sua boca sangrou, e ele a soltou depois de sentir dor.Enquanto ele estava atordoado, Aurora o empurrou com urgência, fazendo Bruno cair de bunda no chão. Em seguida, ela levantou num pulo e se afastou alguns passos, olhando para ele na defensiva.Bruno se levantou lentamente e limpou o sangue dos lábios.Sua cara não estava nada boa.- Bruno, o que deu em você? Tomou umas e já está tendo um ataque de loucura?Bruno a encarou de forma sombria e disse com frieza:- Aurora, vou perguntar de novo. Você estava mesmo na casa da sua irmã hoje?- Óbvio, eu estava na casa da minha irm... - Aurora parou de repente.Bruno deu uma bufada e sorriu fria
Se ele queria quebrar as coisas, que quebrasse então. De qualquer forma, essa casa era dele, então tudo que ele quebrasse seria perda dele.Depois de derrubar o copo de água com mel, Bruno também voltou para seu quarto. Ele correu para o banheiro, encheu a banheira de água fria e mergulhou nela para ficar um pouco mais sóbrio.Ele havia bebido bastante, mas não estava completamente bêbado, tendo plena consciência de tudo que fazia. Porém, ele sempre foi propenso a atitudes impulsivas, quando bebia além da conta.A luz do corredor foi apagada por Aurora, que saiu mais tarde, para economizar algum dinheiro por ele na conta de luz.A noite foi agitada, ambos estavam tão irritados um com o outro, que reviraram à noite toda sem conseguir dormir.Aurora estava com raiva de Bruno por suspeitar dela.Bruno estava com raiva de Aurora por ela estar com Helder, e teimava em acreditar que o que tinha visto era a verdade.Ela disse que conhecia Helder havia mais de dez anos e o viu crescendo. Ela e
A Vila Brilho do Sol era uma área de mansões de alto padrão na Cidade G, onde as pessoas que moravam aqui eram ricas ou nobres.Antes de Bruno e Aurora se casarem, ele quase morava aqui todos os dias e só voltava para a antiga vila de vez em quando, para visitar seus familiares mais velhos.A mansão em que ele morava, costumava ser várias casas pequenas, mas depois de comprá-las, ele as demoliu e construiu uma grande mansão com jardins dianteiro e traseiro. Embora não seja tão grande quanto a antiga vila, era espaçosa o suficiente para ele, que morava sozinho.O mordomo, Nuno, percebeu que o Sr. Alves havia retornado e estava com fome, então adiantou a preparação do almoço na cozinha.Bruno acordou tarde e agora estava tomando café da manhã e almoço, juntos.Apesar de ainda estar de mau humor, ao voltar para sua casa familiar e se alimentar bem, seu humor melhorou um pouco.Sentado no sofá, ele ligou para Paulo.Paulo ainda não havia acordado. Ontem ele e João arriscaram suas vidas par
Enquanto contemplava a vista noturna lá fora, Aurora começou a sentir sono e se recostou na cadeira de balanço, pensando em dormir por apenas dois minutos. Mas acabou dormindo até depois dàs cinco da manhã, quando acordou e percebeu que já estava amanhecendo. Ela tinha dormido fora, na varanda, à noite toda.Ao ficar consciente, Aurora soube imediatamente que Bruno não havia voltado na noite anterior, caso contrário ele a teria acordado. Ele era um pouco frio, mas não era insensível e tratava-a muito bem, dando-lhe tudo o que uma esposa deveria ter.Levantando-se da cadeira de balanço, Aurora voltou para a sala e acendeu as luzes. Ela viu que as duas peças de artesanato que havia trazido ainda estavam sobre a mesa de centro. Depois de um momento de reflexão silenciosa, Aurora caminhou em direção ao quarto de Bruno.A porta estava trancada e ela não tinha a chave do quarto dele, então não pôde entrar. Parecia que ele ainda não havia voltado para casa.Já era segunda-feira e uma nova
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do