Agora, Rivaldo e Natália ainda nem haviam começado uma relação. Ou melhor, Rivaldo havia começado, mas Natália ainda não sabia. Ela recusava dar rosas a ele, e ele entendia perfeitamente, mesmo que isso doesse um pouco, como uma farpa persistente no coração.- Essas flores também são muito bonitas. Obrigado pelo buquê, Srta. Natália. - Agradeceu Rivaldo, admirando o arranjo com uma reverência silenciosa antes de se despedir com um sorriso gentil, um sorriso que escondia uma admiração profunda. - Srta. Natália, vou para o trabalho agora.Saindo da floricultura, Rivaldo voltou ao seu carro, um carro prateado que brilhava sob o sol matinal. Ele abriu a porta do passageiro com cuidado, como se estivesse manejando um tesouro frágil, e cuidadosamente colocou o buquê no assento, ajeitando as flores com um toque delicado. Antes de entrar no carro, olhou para Natália mais uma vez, sentindo uma pontada de ternura por aquela mulher que, sem saber, começava a conquistar seu coração.Natália escuto
Rivaldo, curioso e um tanto incrédulo, perguntou:- Um médico lendário? Ele pode curar problemas de visão?- Um médico lendário pode curar de tudo. Caso contrário, por que o chamariam assim? - Bruno respondeu com um sorriso enigmático, seus olhos cintilando com um conhecimento oculto.Rivaldo, ansioso, sentiu um sopro de esperança renovada em seu peito. - Onde ele está? Vou mandar alguém para chamar ele. - Continuou, seus olhos brilhando como estrelas numa noite clara.Bruno se inclinou um pouco para frente, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando os dedos. - Ele apareceu na Mansão Tavares, na Cidade A, mas recentemente não está mais lá. Ouvi dizer que sua discípula, Catarina, está muito próxima da família Tavares, especialmente de Tiago, mas não se dá bem com Walter. Talvez Jean possa saber mais. - Explicou Bruno, pensativo, seus olhos fixos em um ponto distante, como se estivesse revivendo memórias. - Essa Catarina é uma mulher extraordinária. Ela e a esposa do chefe da famíli
A tensão no ar era palpável enquanto Aurora tentava manter a calma e a compostura diante do pessoal da família Francisco. A memória do sequestro de Bernardo ainda era fresca na mente de todos, um exemplo claro das falhas e perigos que espreitavam, mesmo em ambientes que deveriam ser seguros.Naquela hora, Carolina estava distraída, entretida com a multidão, e não percebeu que seu filho havia desaparecido até que ele já estava longe, nos braços de um desconhecido. O pânico que sentiu naquele momento ainda fazia seu coração acelerar quando lembrava, uma mistura de culpa e desespero que nunca a deixava.Cornélio, Arabela, Carolina, Daulo e Bernardo vieram para a livraria, enquanto Juliana, que nunca se deu bem com sua cunhada e desprezava o sobrinho, preferiu não participar. Na verdade, Juliana estava apreensiva. Ela tinha medo de encarar Madalena e Aurora, receosa de que percebessem sua culpa e desconfiassem dela. - Michel, vem cá, deixa eu te abraçar. - Chamou Letícia, com um sorriso
- Aurora, ontem foi um dia difícil, e eu realmente não sei como agradecer o suficiente. Se não fosse por você, o Bernardo e o Michel poderiam estar em sérios apuros. Se algo acontecesse com eles, eu não sei como eu viveria. - Disse Arabela, sua voz cheia de emoção.Aurora sorriu, sua expressão serena. - Sra. Arabela, Carolina, vocês já agradeceram ontem. Michel é meu sobrinho, eu faria qualquer coisa para proteger ele.Apesar de ser uma criança travessa, Bernardo não poderia ser deixado de lado. Em situações assim, qualquer um que tivesse a capacidade de ajudar faria o mesmo.- Mesmo assim, precisamos agradecer, Aurora. Você tem um tempo livre hoje? Queremos te levar para jantar. Chame sua irmã também, e não podemos esquecer dos dois seguranças de vocês. São aqueles dois lá fora, certo? Eu quero agradecer a todos pessoalmente. - Sugeriu Carolina com um sorriso, tentando expressar sua gratidão de todas as maneiras possíveis.- Carolina, não precisa nos levar para jantar, mas sim, são e
Depois de espalhar o boato na Santa Teresa de que Joaquim não era filho biológico deles, o velho Sr. Garcia achou que já tinha semeado confusão suficiente. Agora, ele veio ansiosamente procurar Aurora, pensando que poderia intimidá-la com suas mentiras.- O que vocês vieram fazer aqui? - Perguntou Arabela, ao ver o velho Sr. Garcia, sua expressão se transformando em puro ódio. Ela ainda lembrava vividamente que o velho Sr. Garcia tinha recebido algumas milhares de reais dela, prometendo ajuda, mas não tinha feito nada. Quando ela foi cobrar, ele negou tudo, deixando-a furiosa. - Você de novo, velho desgraçado, quer arruinar a reputação da Aurora, não é? - Arabela continuou, seu rosto contorcido de raiva. Ela sabia que a família Garcia era conhecida por causar problemas e desentendimentos por onde passavam.Arabela tinha contado ao marido como as pessoas da família Garcia era sem vergonha. Dez anos atrás, pegaram a maior parte da indenização da morte de Joaquim e ainda expulsaram Aurora
- Olha só, sua esposa está pagando o preço agora, pegou uma doença grave, né? Não adianta tratar, é câncer! Vai morrer de qualquer jeito, então que morra logo e peça desculpas ao seu filho e nora quando chegar no inferno! - As palavras saíram da boca de Arabela como veneno, carregadas de rancor e desprezo, cada sílaba perfurando como uma lâmina afiada.Madalena, ao lado de Arabela, continuava lançando olhares fulminantes. Suas línguas afiadas e suas palavras tão venenosas que fizeram o velho Sr. Garcia saltar de raiva, seu rosto ficando vermelho como um pimentão, os olhos arregalados de fúria.Cornélio e Daulo rapidamente se colocaram na frente dele, bloqueando seus movimentos, impedindo que ele atacasse. O velho Sr. Garcia, com o dedo trêmulo, apontou para Arabela e vociferou: - Isso não é da sua conta! Quem você pensa que é? As questões da nossa família não têm nada a ver com a sua família. - Sua voz tremia tanto de raiva quanto de fraqueza, cada palavra saindo como um rugido impot
Carolina saiu da livraria com determinação, seus passos firmes e decididos. A raiva e o senso de justiça ardiam em seus olhos enquanto ela caminhava até o carro de Diego. Com um movimento rápido e decidido, ela esfaqueou os quatro pneus, um após o outro, sem hesitar. Depois de realizar o ato, ela voltou para dentro da livraria com a mesma calma. Limpou a faca com cuidado, seus movimentos precisos e deliberados, e a devolveu ao seu lugar na cozinha. - Se ele quiser reclamar, que venha falar comigo. Sou eu quem fez isso. - Carolina declarou com firmeza, seu olhar desafiador e inabalável. - Aurora, não vamos atrapalhar mais seu trabalho. Estamos indo. - Acrescentou Carolina antes de sair, suas palavras carregadas de uma mistura de proteção e solidariedade.O pessoal da família Francisco deixou a livraria rapidamente, e o silêncio finalmente voltou a reinar no ambiente. Letícia, que segurava Michel, percebeu que o menino tinha adormecido em seus braços. Com um sorriso maternal, ela dis
De repente, o celular de Aurora tocou, um som familiar que imediatamente a fez sorrir. Ela sabia quem estava ligando antes mesmo de olhar a tela. Quando viu o nome de Bruno na tela, seu coração se aqueceu, e um sorriso doce apareceu em seu rosto.- Meu marido está ligando. - Anunciou para suas amigas, seus olhos brilhando com uma felicidade incontida.Stella, percebendo o momento íntimo, se afastou discretamente e foi pegar o livro que ainda não tinha terminado de ler na estante.Letícia riu e disse animada: - Acho que já está na minha hora de ir. Se não houver problemas com o contrato, amanhã enviarei alguém para assiná-lo com os líderes das aldeias, e nosso projeto pode finalmente começar.Enquanto falava, Letícia pegou sua bolsa e se despediu com um aceno caloroso. Aurora, agradecida pela consideração das amigas, sorriu e atendeu ao telefone.- Oi, amor. - Disse Bruno, sua voz grave e sedutora propositalmente, um som que ele sabia que fazia sua esposa se derreter. Aurora não pôde
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do