Aurora riu friamente, dizendo:- Há dezesseis anos, quando meus pais tinham acabado de morrer, foi dado uma indenização de 1,2 milhão de reais. Você e meu avô, com seus filhos e netos, nos expulsaram de casa. Vocês nos forçaram a entregar o dinheiro, dizendo que vocês também tinham direito à parte desse dinheiro, tanto você quanto meu avô. Mas quanto vocês levaram embora? Na época, vocês disseram que, enquanto estivessem vivos, não precisaríamos sustentá-los no lugar dos nossos pais, e quando morressem, não precisaríamos enterrá-los no lugar dos nossos pais. Vocês deixaram isso por escrito em um documento oficial.Aurora respirou fundo e continuou:- Talvez vocês tenham destruído a cópia de vocês, mas minha irmã ainda guarda uma cópia completa, e acredito que a administração da aldeia também tenha uma cópia. Os funcionários que testemunharam isso na época ainda estão lá. Vocês têm direito à casa? O nome do meu pai ainda está no título de propriedade. A herança deixada por meus pais é a
Agora que as duas irmãs tinham capacidade, elas voltaram para recuperar a propriedade de seus pais, e Galdina estava totalmente a favor dessa decisão.Embora algumas pessoas na aldeia acreditassem que filhas casadas não deveriam voltar para reivindicar a propriedade, todas concordavam que a família Garcia estava indo longe demais e não tinham como evitar dar sua opinião:- Isso mesmo! Foi claramente dito por vocês na época, que Madalena e sua irmã não precisariam sustentar vocês enquanto estivessem vivas, nem enterrá-los quando morressem.- Vocês nunca cuidaram de Madalena e Aurora e ainda têm a audácia de pedir dinheiro a elas? Seus filhos e netos se beneficiaram tanto, por que vocês não pedem dinheiro a eles?- Sua família enriqueceu à custa de outras pessoas e agora vocês intimidam essas meninas órfãs. Suas ações são ultrajantes!- São vocês que merecem ser atingidos por um raio!- Vocês estão em uma idade avançada, quantos anos ainda têm para viver? Não têm medo de morrer e ir para
Sra. Junqueira continuou:- Hoje vim aqui, não para brigar com vocês, apenas para acompanhar minhas duas sobrinhas e dar uma olhada no lugar onde minha irmã viveu. E também quero deixar claro que se vocês se mudarem voluntariamente daqui, podemos evitar problemas, mas se insistirem em ficar, vamos processá-los por ocupação ilegal de propriedade. Vamos recuperar a casa na justiça, e o tribunal decidirá como será dividida! Ela pertence às minhas duas sobrinhas, vocês não terão domínio sobre ela, e se não forem minhas sobrinhas, elas também não vão querer nada com vocês.As pessoas na aldeia dos Garcia olhavam umas para as outras, surpresas por descobrirem que a irmã biológica de Rosa havia encontrado Aurora e sua irmã.Apenas os membro da família Garcia sabiam que Sra. Junqueira era a tia de Aurora, e naturalmente eles não iriam espalhar essa informação pela aldeia.Para a família Garcia, a volta da irmã biológica de Rosa era uma má notícia, prejudicaria seus planos. Afinal, Diego era or
Isso aconteceu no ano passado.Seu neto mais novo foi até Aurora com um grupo de pessoas para bloquear o caminho dela, pensando em ensiná-la uma lição por não pagar as contas médicas. No entanto, acabou sendo Aurora quem os fez chorar e implorar por piedade. No final, seu neto mais novo acabou sendo levado pela polícia e ficou detido por quinze dias.Aurora, por outro lado, não teve nenhum problema.Aurora foi quem realmente agrediu as pessoas, mas elas disseram que Aurora agiu em legítima defesa.A velha Sra. Garcia ficou com o coração partido ao saber que seu neto foi detido e punido por Aurora. Sim, ela tinha ódio pela Aurora, a ponto de moer os dentes.- Mãe, vamos esperar o pai voltar para conversarmos.- Vovó, não fique impulsiva, por favor, se acalme.Disseram outros tentando acalmar a velha Sra. Garcia.De fato, eles não estavam certos desde o início.A atitude agressiva e irracional da velha Sra. Garcia não tinha valor contra pessoas influentes como o Sr. Alves e a Sra. Junque
A velha Sra. Garcia, ao ver sua nora e netos insistindo para que Aurora fosse até sua casa, e considerando sua própria situação em que não conseguiu obter vantagem alguma e ainda virou motivo de piada na aldeia, suavizou sua expressão e disse:- Madalena, Aurora, a tia Emília está certa. Afinal, ainda somos uma família. Se houver alguma coisa, entrem e se sentem para conversarmos. A vovó também não quer mais brigar com vocês. Vamos esperar seu tios e primos voltarem para resolvermos isso. De qualquer forma, esta é a casa da vovó.Aurora riu friamente:- Eu também não quero brigar com a vovó, nem discutir com vocês. Vamos nos encontrar no tribunal.Ir ao tribunal era para determinar a divisão da herança. Como a Sra. Junqueira explicou, esta casa era um bem comum adquirido após o casamento de seus pais. Metade dela deveria ser considerada como propriedade de sua mãe e a outra metade seria a propriedade de seu pai.A parte do seu pai seria dividida igualmente entre as irmãs e seus avós. A
- Se levarmos isso para o tribunal, não vamos vencer? - A velha Sra. Garcia disse. - Essa casa foi construída pelo seu tio Joaquim, eu sou a mãe dele e não tenho direito a herdar?- Você tem o direito de herdar, mas não pode herdar tudo, como eu disse antes, você só pode herdar um quarto da parte do tio Joaquim, assim como meu avô também herdará um quarto. - Ronaldo estava com medo de sua avó entrar em conflito novamente com Aurora, então explicou pacientemente.- Eu não me importo, afinal, esta casa é onde eu e seu avô moramos, é nossa. Podemos dar a quem quisermos. Se perdermos no tribunal, eles podem me prender?Ronaldo assustou sua avó:- Se houver uma execução forçada, eles vão expulsar o vovô e a vovó da casa, e se vocês causarem problemas, eles podem prendê-los e vocês terão que ficar lá detidos, como aconteceu quando fui detido. É assustador lá dentro, vovó, não devemos infringir a lei.Ele foi detido por quinze dias e ficou traumatizado. Agora ele não tinha mais coragem de faz
Ao recordar o passado, não apenas Aurora e Madalena se sentiam desconfortáveis, mas também a Sra. Junqueira e Letícia, que estavam ouvindo, também estavam muito angustiadas. A Sra. Junqueira já estava com os olhos vermelhos há algum tempo.Se ela tivesse encontrado sua irmã mais cedo, talvez tudo pudesse ter mudado.Mesmo que não pudesse mudar a morte da irmã, pelo menos ela poderia proteger as duas sobrinhas.Elas não precisariam suportar a crueldade dos parentes depois de perderem os pais tão abruptamente, experimentando desde cedo as vicissitudes do mundo, a maldade do coração humano.- Aurora. - Bruno a abraçou com carinho, dizendo com ternura. - Tudo passou, tudo passou.No evento do Twitter do ano passado, ele acompanhou Aurora e passou por tudo com ela.Aurora postou o diário da irmã no Twitter para refutar as acusações, e a opinião pública se reverteu. Ele também leu o diário escrito por Madalena, mas só teve coragem de ler uma vez, não ousando olhar novamente.Apenas uma leitu
Esposa de Matias, Nádia, perguntou à sogra:- Vocês têm o registro de propriedade em mãos? Na época, vocês deveriam ter transferido a casa para o nome de vocês.Se estivesse em nome dos dois idosos, mesmo que a casa tivesse sido construída por Joaquim e Rosa, poderiam dizer que era a casa que o casal construiu em homenagem aos idosos.Dessa forma, as irmãs Garcia não poderiam recuperar a casa.A velha Sra. Garcia respondeu:- Na época, não encontramos o registro de propriedade do Joaquim. Seu pai e eu não entendemos dessas coisas, então achamos que não era importante ter esses documentos. Nós moramos na casa, quem teria coragem de nos expulsar?- Certamente foram aquelas duas pestinhas que levaram o registro da propriedade!- Vovó, a Aurora está aqui novamente. - Ronaldo viu Bruno entrando com Aurora e ficou tenso, sussurrando em aviso.Ele realmente tinha medo dessa prima.- Ronaldo, venha aqui. - Aurora chamou Ronaldo diretamente.Ela tinha vindo atrás dele?Após um momento de hesita
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do