O jogo de caça ao tesouro começou, e a primeira missão de Larissa era encontrar um grande moinho de vento. O moinho era fácil de localizar, mesmo à noite, pois suas lâminas estavam iluminadas por luzes piscantes. Larissa saiu da praia e caminhou pela margem por cerca de dez minutos até finalmente chegar ao pé do moinho.[Na direção sudeste do moinho, há uma escada. Suba por ela.]Veio a mensagem de Almir.Larissa contornou o moinho em direção ao sudeste e, como esperado, encontrou uma escada. Ao lado da escada, havia postes de luz que iluminavam o caminho. Ela subiu as escadas e, no topo, encontrou uma casa de paredes brancas e telhado azul.[Você precisa encontrar uma árvore especial nos arredores dessa casa.][Uma árvore especial?][Isso mesmo.][E não tem nenhuma dica?][Nenhuma.]Larissa olhou ao redor da casa. Havia muitas árvores ali: pinheiros, ciprestes, azevinhos, entre outras. Mas, então, seus olhos pousaram em uma árvore de ginkgo biloba. Naquela época do ano, suas folhas es
— Trocar de roupa? — Larissa perguntou, sem entender. — O Sr. Fernando pediu para preparar uma roupa para você. Disse que era para agradecer por ter salvado a vida dele mais cedo. — Explicou Iva. Larissa ficou confusa. "Salvar a vida dele?" Pensou por um momento. A cobra que o mordeu nem era venenosa. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Iva já estava tentando ajudá-la a tirar a roupa. — Eu mesma me troco! — Disse Larissa rapidamente. Sobre a cama estava um vestido branco de alças finas, feito de um tecido suave e refinado. Ao lado, havia um colar de pérolas e brincos combinando. Larissa trocou de roupa, fez uma maquiagem leve e seguiu Iva até o interior da mansão. A música do evento havia parado. Quando as portas se abriram, Iva a empurrou para dentro, e todos os olhares imediatamente se voltaram para ela. — Iva, acho melhor eu esperar pelo Sr. Fernando lá fora... — Disse Larissa, desconfortável, tentando recuar. Mas, antes que pudesse sair, Renata a chamou: — Lariss
Todos ficaram completamente atônitos, especialmente Renata, Bianca e Leandro. Eles haviam acabado de dizer que Larissa não tinha o perfil para estar naquele evento, que ela era um "palhaço" e que estava passando vergonha. Chegaram até a sugerir que ela fosse expulsa. Mas agora, quem eram eles para dizer isso? Afinal, Fernando era o verdadeiro anfitrião daquele lugar, e ele havia dado toda a atenção a Larissa. Perto disso, o que eles representavam?Larissa nunca gostou de eventos como aquele e muito menos de dançar, mas ver as expressões de frustração nos rostos dos três era algo que valia a pena. Sob o olhar de todos, ela caminhou lentamente até Fernando.Fernando, com sua habitual elegância, estendeu a mão para ela:— Srta. Larissa, obrigado por me conceder esta honra.Larissa apoiou a mão na dele, com um sorriso discreto:— Não prometo que não vou pisar no seu pé.— Então pise leve. — Respondeu Fernando, com um sorriso no canto dos lábios.Larissa não conseguiu conter o riso ao lembr
Iva sorriu:— Tudo bem, Mestre Fernando disse que você pode ficar à vontade.No dia seguinte, os convidados de Renata começaram a deixar a ilha.No meio da tarde, Renata e os outros estavam sentados sob os guarda-sóis, tomando café, quando viram Larissa sair de casa. Renata acenou para ela se aproximar.Larissa cruzou os braços enquanto caminhava até eles. Pensou que iriam avisá-la para se preparar para sair da ilha, mas, para sua surpresa, estavam tentando apresentá-la a um "namorado".— Larissa, este é meu irmão, Roberto. Você provavelmente o viu na época da faculdade. — Disse Renata.Larissa olhou para Roberto. Ele a encarava descaradamente, com um olhar tão invasivo que a deixou desconfortável.— Larissa, o Roberto sempre gostou de você. Antes, como você estava com o Leandro, ele guardou esse sentimento. Mas agora que vocês terminaram, pode dar uma chance para ele. — Comentou Bianca, com um sorriso "amigável".Larissa soltou um riso irônico. "Eles só podem estar brincando. Querem m
— Iva, você enlouqueceu? — Gritou Renata, apontando para ela. — Olhe bem para nós, veja quem somos! Nenhum de nós pode ser afrontado por uma simples empregada como você! — Eu não quero nem saber quem vocês são! Só sei que vi vocês todos atacando uma moça sozinha! — Respondeu Iva, avançando com a vassoura e balançando-a na direção deles. Renata ficou tão furiosa que seu rosto ficou vermelho: — Cuidado, ou eu ligo agora mesmo para o Fernando e faço ele te demitir! — Ligue, pode ligar! Quero ver o que o Mestre Fernando vai dizer quando souber que vocês estão fazendo isso na propriedade da família Freitas. Ele não vai perdoar vocês! — Você...! — Bianca suspirou, massageando as têmporas, tentando parecer superior. — Deixa pra lá. No fim das contas, estávamos só tentando ajudar. — Deixa pra lá? — Larissa soltou uma risada seca. — Vocês acham mesmo que podem simplesmente dizer "deixa pra lá" e tudo se resolve? Ela pegou o celular do bolso e digitou um número. — Alô? Eu gostari
— Eu também te devo desculpas. Nunca mais vou fazer isso, pode nos perdoar dessa vez? — Disse Renata, apressada, com um tom suplicante.Larissa semicerrou os olhos e respondeu com frieza:— Eu já engoli muita coisa. Dessa vez, foram vocês que me forçaram a agir assim.Não demorou muito para os policiais chegarem. Após ouvirem os depoimentos, incluindo o testemunho de Iva, e recolherem as gravações das câmeras de segurança, levaram Bianca e os outros quatro para a delegacia.Assim que eles foram embora, Larissa pegou o celular e ligou para Luana, perguntando como poderiam divulgar a notícia de que Bianca e os outros tinham sido levados para a delegacia.Ao ouvir o que havia acontecido, Luana ficou furiosa e soltou vários palavrões. Depois, disse para Larissa não se preocupar porque ela cuidaria de tudo.Após desligar a ligação, Iva apareceu com uma tigela de macarrão e entregou-a a Larissa com um sorriso:— Srta. Larissa, fique mais alguns dias na ilha. Há muitos lugares lindos para con
Leandro encarava Larissa com o rosto fechado, como se não acreditasse que ela tivesse coragem de continuar.Bianca, no entanto, puxou levemente o braço de Sra. Maria e tentou contornar a situação:— Eu e o Leandro vamos nos casar. Ela só está com ciúme porque não conseguiu aceitar isso. Deixa pra lá, não dê ouvidos ao que ela diz.Larissa assentiu com a cabeça, mas deu um sorriso irônico. Eles estavam realmente forçando-a a perder a paciência.— Você fica falando o tempo todo do “neto da Família Cruz”. Tem tanta certeza assim de que o filho que ela está esperando é do Leandro?A frase caiu como uma bomba no ambiente.— Larissa, cale a boca! — Gritou Leandro, a voz soando como um trovão.Bianca ficou paralisada por um instante, mas logo tentou reagir:— O que você está inventando agora?Sra. Maria arregalou os olhos, furiosa:— Como você ousa dizer algo assim? Que absurdo!Larissa ergueu as sobrancelhas, o olhar desafiador:— A senhora não usa a internet, Sra. Maria? Não viu nada sobre
O Grupo B ficava perto do Grupo C e, não se sabia exatamente quem começou, mas logo os membros do Grupo B também começaram a ir até Larissa para tomar o famoso café dela. O set, que deveria ser um ambiente de trabalho, mais parecia uma reunião de amigos. No entanto, como a eficiência seguia alta, os diretores não se importaram.— Pedi para você ser minha assistente porque estava com medo. — Disse Luana, se aproximando de Larissa enquanto ela preparava mais café.— Medo? — Larissa olhou para ela de lado, surpresa com a confissão.— Antes de casar, eu participei de uma produção onde havia uma atriz muito famosa. Ela adorava humilhar as novatas, e eu fui o alvo preferido dela.— Você, com esse temperamento, deixou alguém te humilhar?— Ela tinha costas quentes e sabia manipular as pessoas. Não sobrou nada do meu orgulho. Depois de terminar aquele trabalho, fiquei tão traumatizada que decidi nunca mais atuar. Acabei casando e saindo do meio artístico. Então, quando decidi voltar, fiquei mo
— Então, o que o senhor vai querer para o jantar? — Larissa perguntou.— Eu quero comer joelho de porco alemão...— Está muito barulhento aqui, pode repetir?— Ele disse que quer comer chucrute com joelho de porco alemão! — Ketty gritou ao fundo.— Quem disse que eu quero comer joelho de porco alemão? Quer me matar? Não inventa! — Lorenzo gritou de volta para Ketty, irritado.Larissa segurou o riso antes de responder:— Eu vou lhe mandar uma receita mais saudável para o jantar. E lembre-se: marcamos o check-up para segunda-feira. Almir também estará de volta, então não tem desculpa para não ir.Lorenzo murmurou, tentando parecer firme:— Eu estou bem saudável, não preciso disso.— Tudo bem. Se os resultados estiverem ótimos, eu autorizo que o senhor coma uma refeição especial.— Posso comer joelho de porco?— Pode.Lorenzo sorriu, satisfeito:— Certo, segunda-feira está combinado.Ketty pegou o telefone, sorrindo:— Só você consegue fazer ele obedecer. Apareça em casa para um jantar qu
Com apenas um telefonema, o diretor Nuno convocou os dois diretores executivos, Renata e o agente dela para uma reunião de emergência. Larissa e Luana ficaram no corredor do hotel, aguardando. Elas poderiam ser chamadas a qualquer momento para confrontar Renata, caso necessário.Casos de bullying em sets de filmagem eram situações delicadas. Não eram exatamente raros, mas o impacto podia variar dependendo de como fossem tratados. A postura do diretor Nuno era clara: ele não toleraria abusos, mas isso também dependia das negociações e interesses dos investidores.Antes de entrar na sala, Renata lançou um olhar de desprezo para Larissa e Luana, soltando uma risada sarcástica:— Vocês estão sonhando se acham que eu vou ser substituída. — Ela disse com arrogância. — Já estou com metade das minhas cenas gravadas. Se me tirarem agora, o prejuízo para o estúdio será enorme. E vocês acham que eu entrei nesse projeto sem ter um bom apoio nos bastidores?Luana, indignada, respondeu:— Você humil
— Diretor, me desculpe. Vamos gravar mais uma vez. Desta vez, prometo que vou captar a emoção certa. — Renata disse, fingindo arrependimento.O diretor Nuno, já segurando sua irritação, suspirou com força e, sem querer prolongar a discussão, acenou com a mão:— Vamos fazer uma pausa. Use esse tempo para pensar melhor na cena.— Sim, senhor.Enquanto todos se afastavam, Larissa correu para ajudar Luana, tirando um lenço de papel e secando seu rosto. O rosto de Luana estava levemente arroxeado, provavelmente por ter ficado muito tempo submersa. Mesmo que tentasse parecer forte, estava claro que ela havia chegado ao seu limite.— Estou bem. — Luana assegurou, ofegante.Larissa levantou-se e olhou diretamente para Renata:— Você fez isso de propósito, não foi?Renata cruzou os braços, com um sorriso cheio de deboche:— Se é isso que você acha, então foi mesmo.— Legal. Então vamos até o diretor Nuno agora, para resolver isso. Espero que não mude de ideia na frente dele.Os olhos de Renata
— Ele realmente deveria ir a um psiquiatra! — Luana disse, balançando a cabeça em descrença.Larissa deu um sorriso amargo:— Na verdade, depois de pensar bastante, percebi que talvez ele tenha razão em uma coisa: nossas famílias realmente não deveriam morar tão perto.— Mas isso não significa que você e o Almir tenham que se mudar!— Por isso, eu perguntei: por que não você e a Bianca se mudam?— E o que ele respondeu? — Luana perguntou, curiosa.Larissa suspirou:— Ele disse que mora lá há oito anos, que tem muitas lembranças e que não pode simplesmente abandonar tudo.— Ele está claramente fazendo isso só para te irritar!— Foi o que pensei. Então, fechei a porta na cara dele e não dei mais atenção.Enquanto dizia isso, Larissa olhou ao redor. Ela estava no set de filmagens do diretor Nuno.— Você termina de gravar hoje?— Só falta a última cena.— E depois, qual é o plano?Luana suspirou:— A empresa não está me oferecendo muitos projetos. Vou ter que procurar por conta própria.—
Leandro só deixou transparecer a dor quando finalmente entrou em casa. Ele pressionou o estômago com a mão, contorcendo o rosto. Por causa de sua rotina desregrada e do consumo excessivo de álcool, sua gastrite havia atacado novamente. Se fosse antes, Larissa já estaria ao seu lado, reclamando sem parar, insistindo para que ele parasse de se destruir desse jeito.O armário de remédios estava vazio, sem nenhum medicamento para o estômago, mas, ao abrir uma gaveta na cozinha, encontrou a receita que Larissa havia deixado para preparar uma sopa reconfortante para o estômago.— Larissa, você acha que, sem você, eu vou morrer de dor? Eu mesmo faço a sopa. Que dificuldade isso pode ter? — Resmungou, enquanto colocava uma panela no fogão e começava a preparar tudo conforme a receita. Por sorte, Larissa já havia deixado os ingredientes devidamente organizados antes de se mudar.Embora os ingredientes estivessem ali, o processo era mais trabalhoso do que ele esperava. Ele precisou lavar tudo, d
Era Leandro. Ele segurava o batente da porta, impedindo-a de fechar, enquanto a encarava com um olhar furioso e fixo.Larissa franziu as sobrancelhas:— O que você quer?Ele não respondeu, apenas continuou a encará-la, sem piscar.Larissa respirou fundo:— Se você não sair agora, eu vou chamar a polícia!Ao ouvir isso, Leandro ficou ainda mais irritado e socou a parede com força.— O que você está fazendo aqui, no meio da noite, enlouquecendo na porta da minha casa?! — Larissa também perdeu a paciência.— Aquela casa velha dos seus pais… eu comprei para te dar! — Ele disse entre os dentes, com raiva.— Mas você não deu. Pelo contrário, usou essa casa repetidamente para me ameaçar. — Larissa retrucou com frieza.— Eu ia te dar!— Escute o que está dizendo. Não parece ridículo?Leandro, visivelmente frustrado, passou a mão pelos cabelos com força, como se tentasse aliviar a tensão.— Eu ia te dar, mas você não deveria ter deixado o Almir pegar de mim! Quem ele pensa que é? Aquela casa fo
A melodia que Almir tocava ao piano era calma e acolhedora, e Larissa caminhou até ele, observando-o enquanto ele parecia imerso na música, com um olhar cheio de ternura. Quando a música terminou, ele estendeu a mão e puxou-a para que sentasse ao seu lado.— Como se chama essa música? — Ela perguntou.Almir pensou por um momento, depois sorriu e balançou a cabeça:— Não faço ideia. Foi algo que improvisei.— Seu pai disse que você tocava violino muito mal, mas que no piano você se sai bem.— Foi porque eu percebi que não tinha talento para o violino. Então resolvi aprender piano.— Esse piano é seu? — Larissa perguntou, olhando para o instrumento, que estava cheio de adesivos de desenhos animados, algo que não parecia combinar com Almir.— Não, ele pertence à irmã do Bruno. Lembra que eu te falei do Bruno?Larissa assentiu. Almir já havia contado sobre o ano em que fugiu de casa e fez amizade com três grandes companheiros: Arthur, Omo e Bruno. Bruno, no entanto, havia perdido a vida du
Ao ouvir a pergunta de Larissa, Lorenzo imediatamente se arrependeu de ter tocado no assunto.— Pelo visto, o Almir não te contou nada sobre o passado dele.Larissa pensou por um instante e deduziu que Almir provavelmente havia tido uma namorada antes, alguém com quem ele teve um relacionamento profundo e que, após o término, o deixou bastante abalado. Talvez por isso ele nunca tivesse se envolvido seriamente com mais ninguém, o que fez Lorenzo e Ketty acreditarem que ele não iria se casar. Para Larissa, não era nada demais. Ela tinha um passado com Leandro, e era natural que Almir também tivesse alguém em seu passado.— Não tem problema. Quando ele quiser me contar, ele vai contar. — Disse Larissa, com calma.Lorenzo suspirou aliviado e acrescentou:— Pode ficar tranquila. O Almir não é do tipo que não sabe ser leal. Se ele te escolheu para ser sua esposa, ele será completamente fiel a você. Mas, se ele te tratar mal, venha nos contar. Nós sempre estaremos do seu lado.Larissa sentiu-
Lorenzo lançou mais um olhar reprovador para Almir. Sem ter mais desculpas, acabou concordando.— Tudo bem, eu vou com você.Após o jantar, Larissa chamou Lorenzo, que estava prestes a subir as escadas, pedindo que ele fosse caminhar com ela. Almir quis ir junto, mas Lorenzo declarou que, se ele fosse, então ele mesmo não iria.Almir soltou um suspiro exagerado e disse:— Se não fosse para acompanhar minha esposa, pode ter certeza de que eu não iria também.A antiga casa da família Freitas era enorme, com bosques e gramados, perfeita para uma caminhada. Larissa estava um pouco tímida no começo, mas, ao perceber que Lorenzo parecia ainda mais desconfortável do que ela, acabou relaxando.— Com quantos anos o senhor começou a assumir os negócios da família? — Perguntou Larissa, puxando um assunto aleatório para quebrar o gelo.Lorenzo imediatamente lembrou-se de seus tempos de juventude:— Foi logo depois de me formar na faculdade. Eu estava planejando ir para o exterior, mas o avó do Alm