Até nos sonhos dele eram todos sobre ela. Ao ouvir, Inês foi tomada pelo ciúme.— Eu não sou a Catarina! O Ricardo ainda não consegue esquecê-la… Seria melhor se ela nunca mais voltasse. Assim, esse lugar será meu para sempre!Nesse momento, passos foram ouvidos do lado de fora.Rapidamente, Inês adotou uma expressão mais comportada. Mas quem entrou foi Thiago Ribeiro.— Sr. Ribeiro.— Ricardo ainda não acordou?Assim que perguntou, Thiago viu Ricardo abrir os olhos.— Catarina… onde está ela?Sua voz estava rouca.Thiago suspirou, franzindo a testa. Respondeu com um tom resignado:— Ela não quer vir. Vocês ainda têm muito o que esclarecer.Ricardo ficou em silêncio.Inês aproveitou a oportunidade para lançar seu veneno:— A Catarina está sendo cruel demais. O senhor sofreu um acidente por causa dela, e ela nem se deu ao trabalho de vir te ver. No fundo, ela nunca se importou com o senhor.— Inês, esse não é seu papel.Os olhos de Thiago se estreitaram, e sua voz ficou fria ao repreen
Catarina Vasconcelos interrompeu a cobrança dele e respondeu friamente:— Eu já deixei tudo bem claro. Qual parte você ainda não entendeu? Não quero que minha vida seja perturbada. Por favor, vá embora.Ricardo Albuquerque riu de incredulidade. Ele nunca imaginou que um dia seria barrado do lado de fora.— Catarina, já chega dessa brincadeira. Você quer me obrigar a pedir desculpas primeiro?Sua cabeça ainda latejava de dor. As emoções contidas pesavam sobre seu peito, forçando-o a ceder.— Tá bom, então. Posso admitir que a culpa é minha. Estou me desculpando agora, satisfeita? Agora que eu te acalmei, volta para casa comigo.Catarina permaneceu impassível.— Não preciso. O que acontece com você não tem mais nada a ver comigo.Um sentimento de frustração começou a crescer dentro do Ricardo.— Eu já pedi desculpas. O que mais você quer? O que foi que fiz de tão grave para você agir assim?— Não sou eu que estou fazendo escândalo aqui.A paciência de Catarina estava se esgotando.Ela só
Ricardo Albuquerque continuava esperando do lado de fora da casa, com uma paciência rara.Da sua posição, conseguia ver Catarina se movimentando na cozinha.— Ela com certeza está preparando capelete em caldo quente para mim.A expectativa tomou conta dele.Desde que Catarina parasse de falar sobre separação, sua vida poderia voltar ao normal.Dez minutos depois…Um carro do hospital chegou à residência.Dele desceram seguranças da família Albuquerque e a equipe médica.— Catarina… Catarina Vasconcelos!Ricardo nunca teria imaginado que era isso que o esperava.— Catarina, sai daí!Mas, no final, nem sequer conseguiu dar um passo para dentro da casa antes de ser levado de volta ao hospital à força.O silêncio finalmente voltou ao ambiente.Catarina, sentada à mesa, aproveitava seu capelete quente.Às oito da manhã, a equipe de reforma chegou.— O prazo para a montagem do ateliê está apertado. Obrigada pelo esforço de vocês.Catarina relaxou no sofá, observando o andamento dos trabalhos
Ricardo ia se casar por conveniência?Ao ouvir isso, Catarina ergueu os olhos lentamente.Essa era, de fato, uma informação que ela nunca soube antes.— Ricardo sempre entendeu as escolhas dentro da família Albuquerque, por isso ele nunca contrariou os arranjos feitos para ele. Um homem deve colocar sua carreira em primeiro lugar. Apesar dos sentimentos que tem por você, ele nunca pôde te prometer casamento.Helena Albuquerque disse isso do ponto de vista da família, sem rodeios.E então, Catarina finalmente compreendeu.Ela sempre acreditou que o casamento fosse apenas uma escolha entre duas pessoas que se amam.Nunca imaginou que Ricardo ainda estivesse ponderando entre sentimentos e interesses.Ele nunca falou sobre casamento.Então… ele estava apenas a mantendo como um plano reserva?A resposta que ela tanto quis no passado finalmente veio.Mas não causou nenhuma emoção dentro dela.Porque alguém que já não importava não poderia mais a abalar.— E por que a senhora está me contando
O ateliê de Catarina finalmente estava pronto.Naquele fim de tarde, o primeiro visitante chegou conforme o combinado.Um Rolls-Royce estacionou em frente à casa.Leonardo Cortez parecia ter vindo direto de um evento social. Vestia um terno preto impecável, adornado com um broche prateado, e seus cabelos curtos estavam penteados para trás. Seu rosto elegante transmitia uma certa frieza aristocrática, mas seus olhos e sorriso eram sempre gentis.— Srta. Vasconcelos, essa é minha primeira visita ao seu ateliê. Trouxe um pequeno presente.Do caminhão que o seguia, o motorista da família Cortez começou a descarregar vários vasos de hortênsias em plena floração.— Vi as fotos do seu espaço de trabalho e percebi que o jardim ainda não tinha flores. Então decidi trazer algumas. Assim, seu ambiente de criação será ainda mais inspirador.Por um instante, Catarina ficou surpresa. Logo depois, sorriu de forma genuína.— São lindas! Um presente realmente especial. Obrigada.Os funcionários começar
— Tenho trabalhado muito ultimamente e não descansei direito. Estou com um pouco de dor de cabeça.Leonardo Cortez colocou a pequena escultura do pássaro no banco de trás. Ao lado, havia um frasco de analgésicos importados.Catarina Vasconcelos reconheceu a embalagem.Ela já tinha tomado esse remédio antes.— Esses comprimidos não devem ser tomados de estômago vazio. São muito agressivos para o estômago. Você já comeu alguma coisa?Leonardo pensou por um momento.— Não.No banco da frente, o motorista ficou surpreso.O senhor não tinha acabado de sair de um jantar?— Vai tomar agora?Catarina olhou para o motorista e perguntou:— Quanto tempo leva para voltar para a casa?— Cerca de uma hora.O motorista respondeu prontamente.Então era isso?O senhor não deixou o carro partir porque queria ser descoberto pela Srta. Catarina?Catarina observou Leonardo com a expressão visivelmente desconfortável por causa da dor.— Se o Sr. Cortez não se importar, pode entrar e comer alguma coisa antes
Nos últimos dias, Ricardo Albuquerque permaneceu em casa se recuperando.Catarina Vasconcelos sequer apareceu uma única vez.Ela estava claramente preocupada, mas até quando conseguiria se segurar?Durante esse tempo, os documentos da empresa foram entregues por Inês Rainha.Naquela noite, Ricardo desceu as escadas depois do banho, vestindo apenas um robe.Inês observava discretamente o peito parcialmente exposto dele. Seus olhos brilhavam com um desejo disfarçado.— Sr. Albuquerque, estes são os documentos que precisam da sua assinatura.O clima na casa estava carregado. Ricardo, sentado ali, sozinho, transmitia um ar ainda mais sombrio.Inês, ansiosa para agradá-lo, se aproximou mais um pouco.— O senhor já jantou? Sei que tem problemas no estômago… — A voz dela saiu melosa, quase sussurrada. — Sou ótima na cozinha. O que quiser comer, eu posso preparar para você.E se fosse ela o prato principal, seria ainda melhor…Ricardo olhou em direção à cozinha.Ia recusar, mas de repente, mud
— Catarina, qualquer coisa que decidir fazer, mamãe sempre vai te apoiar.Tânia Vasconcelos percebeu as mudanças na filha, mas nunca fez muitas perguntas.Desde pequena, Catarina sempre foi organizada e determinada.Nunca precisou que ninguém ficasse preocupado com ela.A única coisa que Tânia podia fazer era amá-la ainda mais.Depois de apenas meio-dia em casa, Catarina já estava aproveitando a vida de filha mimada.— Mamãe, eu tinha um baú de tesouros quando era pequena. Na mudança, acabei não organizando ele. Ainda lembra onde está?— Naquela época, você chorou dizendo que não queria mais, mas eu guardei.Tânia foi até o guarda-roupa e trouxe de volta o baú, perfeitamente limpo e bem cuidado.— Obrigada, mamãe.Sentada no sofá com as pernas cruzadas, Catarina abriu a caixa.Lá dentro, estavam os antigos esboços de seus primeiros designs de joias.— Minha inspiração era realmente boa. Esses esboços de design ainda parecem atuais. Naquela época, eu mostrei para o meu pai com orgulho,
— Catarina, eu vim de Cidade J só por você. Passei a tarde inteira organizando tudo. Isso ainda não é suficiente? O que mais você quer que eu faça? Essas são as coisas de que você gosta! Por que, de repente, você mudou?— Eu já disse que não preciso disso.Catarina manteve a mesma postura firme, sem permitir que Ricardo rompesse a distância entre eles.— Me seguir até aqui só me faz sentir medo. Ricardo, pare de se emocionar com suas próprias ações. Nós já terminamos.Ouvir novamente a palavra "terminamos" fez a raiva subir pelo corpo de Ricardo.— Catarina, pare de fingir. — Ele forçou um sorriso e tentou desmascará-la. — Você me mandou a confirmação da passagem para que eu viesse atrás de você. Sei que está brava. Você não confia em mim e, mesmo assim, eu vim te procurar. Agora, chega. Não diga mais essa palavra.Mesmo em seu pedido de desculpas, Ricardo carregava arrogância.Para ele, dar um passo na direção dela já era mais do que suficiente.Não era só dar um pouco de atenção que
Nos braços de Ricardo, havia um enorme cão de pelúcia branco.No bolso do brinquedo, ele colocou cuidadosamente os chocolates de que Catarina costumava gostar.— Catarina, este boneco foi feito à semelhança de Luca. Sei que você sempre sentiu falta dele. Agora, ele pode voltar para o seu lado.Catarina respirou fundo.Luca era o Samoieda que teve na infância, tão fofo quanto uma nuvem de algodão.Quando ele morreu, Catarina chorou por dias e prometeu nunca mais ter um cachorro.Por um momento, seus olhos refletiram uma breve hesitação.— Mana, olha só! Luca é um presente especial do Ricardo para você. Aceita logo!A voz veio de trás.Gabriel Vasconcelos, sentado na cadeira de rodas, surgiu entre a multidão com um sorriso inocente no rosto.Todos pareciam profundamente tocados pelo grande gesto romântico.Exceto Catarina, cujo rosto permaneceu impassível.— Gabriel, você está bem? Por que saiu da escola mais cedo?— Estou bem. O Ricardo disse que queria te fazer uma surpresa, então saí
— Catarina, qualquer coisa que decidir fazer, mamãe sempre vai te apoiar.Tânia Vasconcelos percebeu as mudanças na filha, mas nunca fez muitas perguntas.Desde pequena, Catarina sempre foi organizada e determinada.Nunca precisou que ninguém ficasse preocupado com ela.A única coisa que Tânia podia fazer era amá-la ainda mais.Depois de apenas meio-dia em casa, Catarina já estava aproveitando a vida de filha mimada.— Mamãe, eu tinha um baú de tesouros quando era pequena. Na mudança, acabei não organizando ele. Ainda lembra onde está?— Naquela época, você chorou dizendo que não queria mais, mas eu guardei.Tânia foi até o guarda-roupa e trouxe de volta o baú, perfeitamente limpo e bem cuidado.— Obrigada, mamãe.Sentada no sofá com as pernas cruzadas, Catarina abriu a caixa.Lá dentro, estavam os antigos esboços de seus primeiros designs de joias.— Minha inspiração era realmente boa. Esses esboços de design ainda parecem atuais. Naquela época, eu mostrei para o meu pai com orgulho,
Nos últimos dias, Ricardo Albuquerque permaneceu em casa se recuperando.Catarina Vasconcelos sequer apareceu uma única vez.Ela estava claramente preocupada, mas até quando conseguiria se segurar?Durante esse tempo, os documentos da empresa foram entregues por Inês Rainha.Naquela noite, Ricardo desceu as escadas depois do banho, vestindo apenas um robe.Inês observava discretamente o peito parcialmente exposto dele. Seus olhos brilhavam com um desejo disfarçado.— Sr. Albuquerque, estes são os documentos que precisam da sua assinatura.O clima na casa estava carregado. Ricardo, sentado ali, sozinho, transmitia um ar ainda mais sombrio.Inês, ansiosa para agradá-lo, se aproximou mais um pouco.— O senhor já jantou? Sei que tem problemas no estômago… — A voz dela saiu melosa, quase sussurrada. — Sou ótima na cozinha. O que quiser comer, eu posso preparar para você.E se fosse ela o prato principal, seria ainda melhor…Ricardo olhou em direção à cozinha.Ia recusar, mas de repente, mud
— Tenho trabalhado muito ultimamente e não descansei direito. Estou com um pouco de dor de cabeça.Leonardo Cortez colocou a pequena escultura do pássaro no banco de trás. Ao lado, havia um frasco de analgésicos importados.Catarina Vasconcelos reconheceu a embalagem.Ela já tinha tomado esse remédio antes.— Esses comprimidos não devem ser tomados de estômago vazio. São muito agressivos para o estômago. Você já comeu alguma coisa?Leonardo pensou por um momento.— Não.No banco da frente, o motorista ficou surpreso.O senhor não tinha acabado de sair de um jantar?— Vai tomar agora?Catarina olhou para o motorista e perguntou:— Quanto tempo leva para voltar para a casa?— Cerca de uma hora.O motorista respondeu prontamente.Então era isso?O senhor não deixou o carro partir porque queria ser descoberto pela Srta. Catarina?Catarina observou Leonardo com a expressão visivelmente desconfortável por causa da dor.— Se o Sr. Cortez não se importar, pode entrar e comer alguma coisa antes
O ateliê de Catarina finalmente estava pronto.Naquele fim de tarde, o primeiro visitante chegou conforme o combinado.Um Rolls-Royce estacionou em frente à casa.Leonardo Cortez parecia ter vindo direto de um evento social. Vestia um terno preto impecável, adornado com um broche prateado, e seus cabelos curtos estavam penteados para trás. Seu rosto elegante transmitia uma certa frieza aristocrática, mas seus olhos e sorriso eram sempre gentis.— Srta. Vasconcelos, essa é minha primeira visita ao seu ateliê. Trouxe um pequeno presente.Do caminhão que o seguia, o motorista da família Cortez começou a descarregar vários vasos de hortênsias em plena floração.— Vi as fotos do seu espaço de trabalho e percebi que o jardim ainda não tinha flores. Então decidi trazer algumas. Assim, seu ambiente de criação será ainda mais inspirador.Por um instante, Catarina ficou surpresa. Logo depois, sorriu de forma genuína.— São lindas! Um presente realmente especial. Obrigada.Os funcionários começar
Ricardo ia se casar por conveniência?Ao ouvir isso, Catarina ergueu os olhos lentamente.Essa era, de fato, uma informação que ela nunca soube antes.— Ricardo sempre entendeu as escolhas dentro da família Albuquerque, por isso ele nunca contrariou os arranjos feitos para ele. Um homem deve colocar sua carreira em primeiro lugar. Apesar dos sentimentos que tem por você, ele nunca pôde te prometer casamento.Helena Albuquerque disse isso do ponto de vista da família, sem rodeios.E então, Catarina finalmente compreendeu.Ela sempre acreditou que o casamento fosse apenas uma escolha entre duas pessoas que se amam.Nunca imaginou que Ricardo ainda estivesse ponderando entre sentimentos e interesses.Ele nunca falou sobre casamento.Então… ele estava apenas a mantendo como um plano reserva?A resposta que ela tanto quis no passado finalmente veio.Mas não causou nenhuma emoção dentro dela.Porque alguém que já não importava não poderia mais a abalar.— E por que a senhora está me contando
Ricardo Albuquerque continuava esperando do lado de fora da casa, com uma paciência rara.Da sua posição, conseguia ver Catarina se movimentando na cozinha.— Ela com certeza está preparando capelete em caldo quente para mim.A expectativa tomou conta dele.Desde que Catarina parasse de falar sobre separação, sua vida poderia voltar ao normal.Dez minutos depois…Um carro do hospital chegou à residência.Dele desceram seguranças da família Albuquerque e a equipe médica.— Catarina… Catarina Vasconcelos!Ricardo nunca teria imaginado que era isso que o esperava.— Catarina, sai daí!Mas, no final, nem sequer conseguiu dar um passo para dentro da casa antes de ser levado de volta ao hospital à força.O silêncio finalmente voltou ao ambiente.Catarina, sentada à mesa, aproveitava seu capelete quente.Às oito da manhã, a equipe de reforma chegou.— O prazo para a montagem do ateliê está apertado. Obrigada pelo esforço de vocês.Catarina relaxou no sofá, observando o andamento dos trabalhos
Catarina Vasconcelos interrompeu a cobrança dele e respondeu friamente:— Eu já deixei tudo bem claro. Qual parte você ainda não entendeu? Não quero que minha vida seja perturbada. Por favor, vá embora.Ricardo Albuquerque riu de incredulidade. Ele nunca imaginou que um dia seria barrado do lado de fora.— Catarina, já chega dessa brincadeira. Você quer me obrigar a pedir desculpas primeiro?Sua cabeça ainda latejava de dor. As emoções contidas pesavam sobre seu peito, forçando-o a ceder.— Tá bom, então. Posso admitir que a culpa é minha. Estou me desculpando agora, satisfeita? Agora que eu te acalmei, volta para casa comigo.Catarina permaneceu impassível.— Não preciso. O que acontece com você não tem mais nada a ver comigo.Um sentimento de frustração começou a crescer dentro do Ricardo.— Eu já pedi desculpas. O que mais você quer? O que foi que fiz de tão grave para você agir assim?— Não sou eu que estou fazendo escândalo aqui.A paciência de Catarina estava se esgotando.Ela só